GRAN TORINO
Clint Eastwood prova ser o maior diretor em atividade do cinema atual, pois Scorsese sempre viveu em busca do Oscar, estereotipando alguns filmes como ‘Gangues de NY’, Woody Allen e Terrence Mallick tem carreiras oscilantes, mas o eterno Dirty Harry se mantém indiscutivelmente minimalista e sensacional.
‘Gran Torino’ poderia cair num clichê irritante, mas Eastwood tem sutileza suficiente para trazer em seu roteiro questões primordiais como os valores perdidos por uma sociedade individualista e mesquinha. O choque cultural muda a vida e a rotina do rabugento Walt, e mesmo sem escancará-la se torna um tremendo soco na alma norte-americana e seu velho sonho.
Câmeras passeiam lentamente ao longo das quase duas horas de projeção, aumentando o impacto entre espectadores e protagonista, a trilha sonora de Kyle Eastwood e Michael Stevens emociona, deixando um nó na garganta, principalmente no belo desfecho e os coadjuvantes convencem, hora sendo efusivamente dramáticos, hora divertidos.
Antipático, irritado, mal humorado e preconceituoso este é Walt Kowalski, ex-combatente na Guerra do Vietnã e morador de um bairro de classe baixa. Mas tudo muda quando salva a vida de um jovem que havia tentado roubar seu Gran Torino. É o início da mudança radical que exorcizará seus demônios definitivamente.
Parte dos coadjuvantes são desconhecidos, mas o notável trabalho interpretativo realça a dramaticidade contida ali. Como já disse na crítica em ‘Sobre Meninos e Lobos’, Eastwood é como bom vinho, quanto mais o tempo passa, melhor fica.
NOTA: 8,5
ORÇAMENTO: 35 Milhões de Dólares
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