Críticas

Resenha dos filmes da Fase 1 da Marvel

Não há como negar que os filmes da Fase 1 da Marvel tiveram grande impacto na cultura pop. Contudo, houve grandes momentos, mas também algumas derrapadas, pois estava entendendo o que o público queria e gostava.

Lembrando que estão incluídos neste arco: Homem de Ferro, O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2, Thor, Capitão América – O Primeiro Vingador e Os Vingadores.

Resenha dos filmes da Fase 1 da Marvel

Homem de Ferro (2008)

A Marvel surpreende o público com a escolha de Robert Downey Jr. para viver o Homem de Ferro. Esta superprodução orçada em US$ 150 milhões teria um astro que havia passado por muitos desafios pessoais, como passagens por clínicas de reabilitação.

Contudo, ele é a alma do projeto! Downey Jr. se entregou ao papel de Tony Stark com uma energia excepcional, quase como se fosse seu alter ego. Ao longa de quase duas horas, demonstra uma habilidade notável nos momentos dramáticos, enquanto sabe ser cínico e arrogante quando necessário.

homem de ferro

Jon Favreau, outro nome importante, conduz não só o elenco como as cenas de ação de maneira brilhante. Nos momentos mais sutis, podemos perceber como Gwyneth Paltrow, Terrence Howard e Jeff Bridges estão afiados (é bem verdade que o vilão é a coisa mais fraca aqui) – ah… não podemos nos esquecer da trilha sonora envolvente. Tudo foi meticulosamente planejado para proporcionar entretenimento tanto para os fãs mais antigos quanto para os espectadores ocasionais.

Robert Downey Jr. conseguiu se reinventar, tornando-se um nome influente na indústria do entretenimento, que geralmente é implacável com astros que ‘dão mancada’. Ele brinca, de forma inteligente, com sua antiga imagem de garoto-problema e temos o início de algo sublime.

Nota Cinema e Séries: ★★★★

O Incrível Hulk (2008)

Edward Norton, conhecido por filmes como Clube da Luta, também merecia ter um blockbuster para chamar de seu. Talvez o ator nem estivesse buscando esse tipo de papel, mas essa oportunidade veio e ele agarrou com unhas, dentes e músculos verdes.

E enquanto Jon Favreau capturou nuances sutis em Homem de Ferro, Louis Leterrier, que estava acostumado com sequências de explosões da franquia Carga Explosiva, entregou aos cinéfilos boas doses de adrenalina em O Incrível Hulk. Ou seja, há um ritmo frenético, mas pouca substância, se comparado ao projeto anterior da MCU.

Enquanto Ang Lee tentou abordar o Hulk mais dramático e consciente de sua própria fúria destrutiva, neste filme as ações do personagem são mais impulsivas. O elenco, composto por nomes como Tim Roth (Cães de Aluguel) e Liv Tyler (Armaggedon), utiliza bastante da histórias de origem das HQs do Gigante Esmeralda. Os efeitos visuais, atualmente, deixam um pouco a desejar, especialmente no confronto final contra o Abominável. Aliás, aí está mais um vilão pouco interessante.

Aqui nós já víamos lampejos de um futuro bastante promissor e as cenas pós-créditos já eram compreendidas por grande parte do público como parte da experiência. Aliás, falando em experiência, os nerds já ansiavam por um filme dos Vingadores.

Nota Cinema e Séries: ★★½

Homem de Ferro 2 (2010)

Quando Homem de Ferro 2 foi anunciado, fiquei com receio de que caísse nos mesmos problemas de Homem-Aranha 3. Contudo, tinha confiança no talento de Jon Favreau e de Robert Downey Jr.. Logo no início, quando Tony Stark pergunta a uma plateia em uma feira de exposição: ‘Estou de volta! Sentiram minha falta?“, ele está se dirigindo diretamente ao espectador. Desta forma, abria caminho para um dos blockbusters mais esperados de 2010.

Os primeiros 30 minutos de Homem de Ferro 2 são excelentes. No entanto, o roteiro vai perdendo intensidade e algumas piadas, especialmente aquelas em que Stark interage com seus robôs, parecem desnecessárias. Quer mais? O vilão interpretado por Mickey Rourke tem pouca relevância e não deixa uma marca significativa nesta Fase 1 e suas intenções são absurdamente clichês. Já deu pra notar o problema da Marvel com os antagonistas, né?

Gwyneth Paltrow acaba tendo um papel secundário, especialmente após a entrada de Scarlett Johansson como Viúva Negra. No entanto, um destaque importante é a atuação de Don Cheadle, que substitui Terrence Howard.

Vale a pena prestar atenção nas cenas em Mônaco, quando Chicote Negro e Homem de Ferro se enfrentam pela primeira vez e no julgamento de Stark e suas armas de destruição. É nesses momentos que encontramos os melhores diálogos do filme.

Os efeitos especiais têm seu valor, assim como algumas adições sutis que preparavam o terreno para a chegada dos Vingadores. Isso gera, ainda hoje, bastante diversão ao espectador. Tony Stark ainda é o protagonista a ser batido e sem concorrentes!

Nota Cinema e Séries: ★★★½

Thor (2011)

Assim como ocorreu com Downey Jr. e Edward Norton, a escolha de Kenneth Branagh (Henrique V) para dirigir Thor pode ter sido inesperada. Ao mesmo tempo, faria sentido visto a filmografia do profissional. Se deu certo? É o que descobriremos agora.

O filme se divide entre as sequências em Asgard, com detalhes que causam um impacto visual incrível e as cenas na Terra, onde o roteiro às vezes se perde em piadas desnecessárias. Não há como negar que tivemos aqui os momentos mais insossos da franquia – pelo menos até então.

Chris Hemsworth (Star Trek) – que era desconhecido – traz ritmo e uma presença imponente como o herói. Já os coadjuvantes Anthony Hopkins (Odin), Rene Russo (Frigga), e Tom Hiddleston (Loki) também se destacam e trazem um alento em takes que seriam bem piores sem eles. Não podemos dizer o mesmo de Natalie Portman, Stellan Skarsgard e, especialmente, Kat Dennings.

O enredo foca na guerra que retorna aos reinos de Asgard, com o jovem e poderoso Thor sendo enviado à Terra por Odin como forma de castigo. Enquanto isso, Loki planeja assumir o poder daquelas terras, levando a confrontos épicos que envolvem inimigos poderosos.

Se a construção é um terreno fértil para Kenneth Branagh, a ação chega como ponto negativo. Tudo porque elas não têm impacto e as câmeras lentas já estavam saturadas na época… imagine hoje. Uma derrapada quase tão grande quanto Hulk.

Nota Cinema e Séries: ★★★

Capitão América – O Primeiro Vingador (2011)

Capitão América era o personagem mais desafiador da Marvel até o momento. Tudo porque o diretor Joe Johnston teria uma linha tênue entre o heroísmo e a pratiotada desnecessária. Quer mais? O Caveira Vermelha, seu principal vilão, era conhecido por seu tom exagerado nos quadrinhos.

Depois do sucesso de Homem de Ferro e Homem de Ferro 2 e, em menor escala, de O Incrível Hulk e Thor, minhas expectativas para Capitão América – O Primeiro Vingador subiram consideravelmente na época. No entanto, saí um pouco decepcionado, pois em nenhum momento houve tensão ou um embasamento que me fizesse importar com Steve Rogers.

Embora o filme tenha conseguido oferecer uma experiência escapista, típica das aventuras dos anos 70, pouco fez para marcar esta primeira fase. Contudo, coadjuvantes como Tommy Lee Jones e Hugo Weaving roubam a cena – sim, o vilão tem destaque positivo, pois Weaving parece divertir-se no papel.

Johnston e sua equipe de roteiristas acertaram ao pautar como a mídia sempre influenciou nossas decisões, em maior ou menor escala. Vi no cinema e em 3D, que não fez nenhuma diferença. Como o time está completo… é hora de irmos para Os Vingadores.

Nota Cinema e Séries: ★★★

Os Vingadores (2012)

O último dos filmes da Fase 1 da Marvel é Os Vingadores. E mesmo com receio de tudo dar errado – pois haviam muitos personagens para serem trabalhados – estava com alta expectativa. E Kevin Feige e companhia compreenderam e respeitaram os fãs neste pipocão divertidíssimo! Quer mais? Conseguem criar cenas de ação empolgantes sem causar confusão visual.

O experiente Joss Whedon, que já tinha experiência com séries geek, como Buffy, Angel e Serinity, esteve na cadeira de direção. Então, reuniu Homem de Ferro, Hulk, Thor, Capitão América, Viúva Negra, Gavião Arqueiro e Nick Fury nas telonas.

A integração desses heróis é complexa, com muitas tensões e conflitos, mas os clichês e o humor são bem dosados. Há espaço para cada personagem nas várias batalhas e a intensidade de Tom Hiddleston como Loki não tem preço! Só Jeremy Renner que parece um pouco deslocado.

Quando a batalha explode no coração de Manhattan, percebemos que estamos diante de um filme-evento. Apesar de alguns diálogos superficiais e corridos, a maneira como Bruce Banner controla sua raiva para se tornar o Hulk e a liderança dupla de Homem de Ferro e Capitão América adicionam uma camada interessante à trama.

Como já era esperado, foi um sucesso estrondoso de público e crítica e faturou nos cinemas US$ 1.5 bilhões contra US$ 220 milhões de seu orçamento… isso é que é bom investimento hein!

Nota Cinema e Séries: ★★★★

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