Ridley Scott pode ser um diretor que se esqueceu como fazer bons filmes, mas ainda é esperto o suficiente para lançar “Êxodo – Deuses e Reis” no momento certo. Os trailers ajudaram a instigar a curiosidade dos espectadores por conta dos efeitos especiais e das batalhas grandiosas, mas após assistirmos ao projeto na íntegra, percebemos os equívocos deste épico.
São três atos bastante distintos e com ritmos completamente diferentes, pois se no primeiro existe a tentativa de pontuar alguns detalhes da personalidade dos personagens e indicar ao espectador quem serão os vilões e os mocinhos – como se isso fosse preciso – no segundo ato há diálogos e uma jornada longa e cansativa, mas por fim, a grandiosa cena da abertura do mar enche os olhos.
Christian Bale se esforça bastante para dar seriedade e serenidade na construção de seu Moisés, mas o problema é que em todas as vezes que contracena com Joel Edgerton, há uma falta de qualidade e naturalidade que incomoda, talvez muito mais por culpa da falta de talento do segundo.
Moisés é um hebreu que foi criado como egípcio, numa época em que os hebreus eram vistos como povo inferior. Duvidando da fé de sua esposa, ele recebe ordens do próprio Cristo para ir ao Egito e comandar seu povo contra o faraó Ramses. No caminha haverá o denso deserto e a travessia por dentro do mar.
Mesmo com a batalha nas bigas, a essência interessante de um Deus um tanto vingativo e pouco misericordioso e óbvias referências a obras primas como “Os Dez Mandamentos”, esta nova tentativa de Hollywood em flertar com as famosas passagens bíblicas deixa a desejar. Por fim, é como se fossemos atingidos por aquela onda colossal, batêssemos a cabeça e alguma pedra e perdêssemos a memória recente, pois após 10 minutos, você não se lembrará de muita coisa vista aqui.
Título Original: Exodus: Gods and Kings
Ano de Lançamento: 2014 (Estados Unidos/Reino Unido)
Dir: Ridley Scott
Elenco: Christian Bale, Aaron Paul, Sigourney Weaver, Joel Edgerton, Ben Kingsley, John Turturro, Indira Varma, María Valverde, Emun Elliott, Golshifteh Farahani, Hiam Abbass
ORÇAMENTO: 140 Milhões de Dólares
NOTA: 5,0
Por Éder de Oliveira