Diretor de filmes lotados de coragem, violência e sensualidade, Paul Verhoeven nunca foi adepto aos padrões ditados por Hollywood. É só lembrar-se do vilão derretido pelo ácido em ‘Robocop’, das criaturas defendendo seu território em ‘Tropas Estelares’, do descontrole de ‘O Homem sem Sombra’, do controverso ‘Showgirls’ e da visão futurística de ‘O Vingador do Futuro’.
Após uma pausa de 6 anos, ele volta a comandar uma obra, desta vez fora do solo norte-americano e ambientada na 2ª Guerra Mundial. Mas Verhoeven parece não ter o mesmo ímpeto, deixando tudo muito mastigado para o espectador, mesmo que a fotografia e a protagonista Carice Van Houten (‘Operação Valquíria’) sejam excelentes.
O corte final, com extensas duas horas e trinta minutos de projeção, cansam principalmente no segundo ato, pois há nudez inserida de forma gratuita, uma violência plastificada e nazistas que não botam medo em ninguém, como se o diretor não tivesse o poder das decisões mais importantes.
A cantora judia Rachel Steinn se vê obrigada a fugir de seu esconderijo quando aviões nazistas bombardeiam o local. Ela e um grupo de aliados precisam passar para o outro lado do rio em um barco, mas são interceptados pelos soldados alemães, que matam todos, menos Rachel, que se salva milagrosamente. Após algum tempo e com outro nome, entra para a Resistência e se infiltra no alto escalão nazista, tudo para tentar libertar outros judeus presos.
‘A Espiã’ não passa de um projeto feito a toque de caixa, que foi vendido quase como um filme de arte, mas passou longe disso. Se o tempo fez bem para profissionais como Clint Eastwood, por exemplo, não podemos dizer o mesmo de Verhoeven. Mas jamais duvide de um mestre.
Título Original: Zwartboek,
Ano Lançamento: 2006 (Alemanha/Holanda/Reino Unido)
Dir: Paul Verhoeven
Elenco: Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman, Halina Reijn, Waldemar Kobus, Derek de Lint, Christian Berkel, Peter Blok
ORÇAMENTO: —
NOTA: 6,0
Por Éder de Oliveira