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ENTREVISTA COM DIRETOR E ROTEIRISTA DE CAFÉ TURCO

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Pela primeira vez foi exibido para o público o curta metragem CAFÉ TURCO no FESTIVAL DE CINEMA DE PAULÍNIA e a aprovação dos espectadores foi imediata! Além disso, RODRIGO FELDMAN (ator e roteirista) e THIAGO LUCIANO (diretor e roteirista) e sócios da produtora ZERO GRAU, juntamente com KADI MORENO, nos cederam uma ótima entrevista. Então, continue com a gente para saber mais!

festival de cinema paulinia

Entrevista com o diretor de Café Turco

Conte-nos um pouco sobre a produtora Zero Grau Filmes.

RODRIGO FELDMAN- A Zero Grau Filmes surgiu há um pouco mais de um ano, mas na verdade já tem muito mais história do que isso. Começou quando os diretores Thiago Luciano e Beto Schultz se uniram para realizar o curta metragem “O poder e a Fé” há mais de 10 anos. Então, a parceria deu certo e realizaram outros projetos juntos. Um destaque foi o longa metragem “Um Dia de Ontem”, escrito pelo Thiago e protagonizado por Caco Ciocler, ganhou diversos prêmios no Brasil, Estados Unidos e Europa. Daí surgiu a vontade de crescer ainda mais, criando sua própria empresa de criação e produção audiovisual.

Estavam trabalhando com a atriz Kadi Moreno, no desenvolvimento de um projeto para o cinema e viram que dali poderia surgir uma ótima parceria e a convidaram para esta nova empreitada. Eu já os conhecia e havia trabalhado diversas vezes em projetos anteriores, sempre gostei do trabalho e potencial da dupla. Também tinha chegado há pouco tempo ao Brasil após 4 anos de estudos na Europa. Quando me convidaram para fechar o time, aceitei na hora.

Quando e como surgiu a ideia do curta-metragem CAFÉ TURCO?

THIAGO LUCIANO:

O Rodrigo Feldman, meu amigo e sócio, trouxe uma peça teatral da França. Um dia resolveu me mostrar um roteiro que fez inspirado na peça. Quando li, ainda não estava pronto, mas entendi exatamente o que ele estava querendo dizer e vi ali uma grande discussão sobre o medo que atinge o mundo. No mesmo instante, disse, vamos abraçar esse filme. Eu entrei no roteiro para acrescentar idéias e deixá-lo mais cinematográfico. A partir dai começamos a pré-produção.

RODRIGO FELDMAN:

Pois é, na verdade eu tinha escrito CAFÉ TURCO há mais de 3 anos, mas não consegui alguém que comprasse a idéia e investisse em produzi-lo. Na época, trabalhava na tradução de uma peça que tinha dirigido e atuado durante meus estudos na França, Terra Santa, do autor argelino Mohamed Kacimi. Vi a possibilidade de criar um roteiro em cima daquela idéia, baseada em um tema e gênero pouco explorado no nosso cinema e teatro: a guerra.

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E o que me chamava mais atenção era justamente o fato de tratar de um viés diferente do qual estamos habituados a ver. O cotidiano vivido por pessoas, uma guerra universal, não era só vivida no Afeganistão, Iraque, Africa… O conflito era dentro do ser humano, não sendo tão diferente da guerra não declarada que vivemos por aqui. Queria tratar daquela assunto, infelizmente sempre atual, mostrar o cotidiano daqueles que já se habituaram a viver em conflitos armados mas continuam suas vidas normalmente. Dá pra ver que não difere muito do que vemos nas favelas brasileiras, até mesmo nos nossos centros urbanos, onde o medo impera e sobreviver se tornou regra. Viver, luxo para poucos.

cafe%2BposterCAFÉ TURCO tem uma linguagem e uma fotografia que são vistos mais em filmes internacionais. Isso sempre estava no contexto de vocês ou surgiu ao longo da edição?

THIAGO LUCIANO:

Conversei bastante com o David, diretor de fotografia e como já trabalhamos antes em outros filmes, sempre falamos a mesma língua. Ele captou bastante a linguagem que imaginei, assim como a Marina, diretora de arte. Tínhamos que criar uma atmosfera neutra, um lugar inexistente, essa era a maior preocupação. O filme foi feito com a 5D, que tem a característica de uma imagem limpa e bonita e não queríamos isso. O David foi pra correção de cor pra deixar um pouco mais denso.

Estamos passando o filme pra película, e estou ficando feliz com a densidade e textura que o filme esta ganhando. A escolha da câmera na mão foi essencial pra trazer o publico pra dentro do filme. A câmera começa calma, e vai aos poucos buscando os personagens e crescendo junto com eles até o fim. Tudo foi planejado antes pra que na hora da gravação ficássemos aberto ao momento mágico. E posso dizer, que tivemos alguns. O mais interessante em dirigir é se cercar de artistas criativos e talentosos, e que estejam imaginando a mesma coisa que você . Tenho me cercado desses artistas, dai fica fácil, é só conduzir tudo pra que saia como imaginou.

RODRIGO FELDMAN:

Mas também sempre temos que aprender a trabalhar sabendo que mesmo planejando o máximo possível, nem sempre as coisas saem como desejamos. A maior dificuldade de todo diretor e produtor é aprender a lidar com isso, dar um jeito para que no final tudo dê certo. O Thiago soube muito bem lidar com isso, já que muito das ações e falas do filme foram criadas durante o set, já que ele soube nos deixar livres para sentir o que o personagem pedia além do que estava no papel.

A Kadi (que interpreta Kya no filme) e eu nos preparamos e discutimos muito, porém muita coisa apareceu no momento que o “ação” foi dado, com figurino, armas e naquela locação maravilhosa. Se o Thiago não tivesse a confiança de saber exatamente o que queria, poderia ter cortado, perdido muita coisa legal que surgiu lá. Mas seguiu seguro e nos deixou livres para criar dentro do que tínhamos estabelecido. Foi um prazer e honra enorme trabalhar com ele, já que poucos diretores possuem essa segurança e capacidade de permitir a livre expressão dos artistas criando além do que estava previsto no roteiro.

Qual a maior dificuldade na hora de tirar uma ideia dessas do papel?

THIAGO LUCIANO:

Era falar sobre um assunto distante de nós. Falar sobre a guerra, sem falar sobre ela, sem levantar nenhuma bandeira, nenhum país. Discutimos muito sobre a língua a ser usada no filme. Não poderia ser falado em português. Pensamos em criar um dialeto, pra não levantar bandeira, mas escolhemos um personagem falar em francês e o outro em inglês. O filme é uma fração de um cotidiano na guerra. Uma guerra invisível, que se vive em todos os lugares do mundo. É sobre um soldado que vê uma mulher com um pacote nos braços e resolve segui–la e no ambiente onde ela mora se inicia uma discussão. Ele é falado em francês e inglês propositadamente. Temos a intervenção do russo, japonês e o café é turco. Uma brincadeira com algumas potências da guerra, mas sobre um sentimento que todos têm, em qualquer lugar.

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RODRIGO FELDMAN:

No personagem do soldado, a dificuldade era em não julgar. Resgatar no típico carrasco seu lado mais puro, humano. Além disso, ia trabalhar o personagem de um soldado real. Precisava de um físico e treinamento específico que não tinha. Para piorar, tínhamos pouco tempo do momento que decidimos realizar o curta e as filmagens. Tive que fazer uma preparação intensa de treinos físicos e práticas com armas e técnincas de invasão que os soldados tem. Se parecesse artificial qualquer gesto, fala ou ato do soldado, toda credibilidade seria perdida rapidamente. Era uma imensa responsabilidade.

zeroQuanto tempo duraram as filmagens e existiram alguns percalços durante este período? E onde foram as locações?

THIAGO LUCIANO – As filmagens foram rápidas, ate porque não tínhamos verba pra fazer varias diárias. Foram três diárias, claro que gostaria do dobro disso. No inicio fizemos contato com produtoras de Kiev na Ucrânia. Porque vimos algumas locações lá que eram perfeitas pra nós, mas ficou difícil viajar pra lá e não tínhamos verba pra isso. Então começamos a caçar locações aqui no Brasil, mais especificamente São Paulo, pra não encarecer a produção.

Pesquisando no Google, achei a Vila Maria Zélia, no Belenzinho e marcamos uma visita com Seu Dedé. Na hora que entramos em um espaço abandonado, fechamos na hora, aquilo ali era perfeito com o que imaginamos. A Marina Previato foi junto e já começou a pirar na arte que iria montar ali. O mais interessante de um filme, é que ele vai crescendo sozinho, você só tem que segurar as rédeas e deixar fluir. O Fausto Noro, que é diretor e já montou outros filmes comigo, fez um trabalho muito bacana na montagem, propondo cortes descontínuos e passagem de tempo. Sempre acrescenta na minha visão.

Além do Festival de Cinema de Paulínia 2011, participaram de mais algum festival? Se sim, quais?

THIAGO LUCIANO – O filme estreou em Paulínia, ele está saindo do forno agora. Foi a primeira vez que vi na tela grande e não foi fácil. O primeiro contato do filme com o publico é muito marcante, nunca sabemos se aquilo vai atingir alguém. E quando ouvi que o júri popular tinha escolhido o CAFÉ TURCO, foi o carimbo de que ele tinha chegado ao publico. E agora começamos a mandar para outros festivais, vamos torcer para que tenha uma carreira bacana.

Já têm planos para outros curtas-metragens? Poderiam nos contar alguns?

THIAGO LUCIANO – Tenho alguns roteiros de curtas-metragens. Agora, estamos atrás de parceiros pra poder produzi-los. Vou colocar abaixo o titulo e a sinopse, pra ter uma idéia do que falam.

“Laranja Volúpia”

SHIRLEYA, um travesti do pobre bairro onde vive, trabalha em um minúsculo banheiro feito de compensado e objetos que encontra no lixo. Luta por sua sobrevivência transando com velhos e lixeiros, em troca de um pó, um x-tudo, ou algumas moedas. Ela quer e sonha com peitos turbinados e investe nisso. Junta o que tem e entrega sua vida nas mãos de uma senhora travesti que aplica silicone industrial nas mais novas.

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“Quase Proveta”

Keila e Kilvia vivem juntas desde os primeiros anos de vida. Na adolescencia, fazem um pacto de sangue e prometem fazer de tudo para nunca se separarem. Kilvia conhece Mikael e se casam. A vontade de ter um filho cresce, e nesse meio tempo, Kilvia descobre uma doença que a impede de ter filhos. Agora, Keila tera que cumprir a promessa. Empresta sua barriga para que Kilvia tenha um filho. Porém estamos no ano de 1976, onde a inseminacao artificial ainda nao existe. De uma forma divertida e leve, abordamos a tão discutida “Barriga de Aluguel”.

“Liquido da Vida”

Acidentes no mesmo horário, o mesmo instante. Os dois vão para o mesmo hospital, Pedro no quarto 313 e Rita no 311. Apenas um quarto os separam, antes era uma vida inteira. Ele não pode mais andar e ela sofre de amnésia. Agora eles tem todo tempo do mundo pra se conhecerem e ficarem juntos. Esses são os protagonistas dessa história, onde a qualidade de vida, o tempo, o recomeço e o amor se encontram. Uma mistura que pode virar felicidade.

“Girassóis de Exógeno”

Estamos no ano de 2010. A policia está fazendo testes no aeroporto e colocando explosivos dentro da mala de nove passageiros, sem o consentimento deles. Um desses nove passageiros passa pelos cães e raio-x, nada acusa. Sua mala está cheia de explosivos. Imagine isso acontecendo com você?

Já pensam em rodar longas metragens? Acreditam que essa transição é muito difícil?

THIAGO LUCIANO- Eu, bem como meu sócio Beto Schultz, já rodamos um longa-metragem: “Um Dia de Ontem”. Foi bacana a trajetória dele, ganhamos alguns prêmios pelo Brasil e exterior, mas não conseguimos distribuir, mas vamos lançar esse ano em DVD e também entra em cartaz a partir de agosto no Canal Brasil. Ou seja, foi uma produção totalmente independente da nossa produtora, das nossas parceiras Na Laje Filmes e Luna Produções artísticas.

Fazer um curta da o mesmo trabalho de fazer um longa, mas são menos diárias e pouca grana. O mais difícil em um longa é conseguir investimento pra realizar. Até o fim desse ano vamos ter dois longas pra correr atrás de patrocínio. E torcer pra até o final do ano que vem começar a rodar.

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Para finalizar, os atores tiveram alguma preparação especial para interpretar personagens tão complexos? Como foi esta construção?

THIAGO LUCIANO- A minha maior preocupação com o Feldman e a Kadi era que além de produtores e amigos, somos sócios, então tinha receio de como isso iria influenciar no decorrer do processo. Já conhecia o trabalho do Feldman como ator e sabia que ele ia chegar no que imaginava. Com a Kadi, fui descobrindo nas leituras e ensaios qual era o estilo dela. Como sou ator também, gosto de conversar, entender e deixar os atores muito livres pra criar e jogar a bola.

A Kadi tem uma força interna em movimento que me deixou muito tranqüilo, sempre querendo fazer mais e mais, ela se jogou de cabeça no filme. O Feldman gosta de fazer na hora, é visceral, deixa tudo pro momento, gosto disso. Então, tiveram uma química muito forte, e é visível no filme. Além disso,chamamos o Marcio Mehiel pra trabalhar os dois fora dos nossos ensaios e sem a minha presença. Fizeram um trabalho muito interessante.

RODRIGO FELDMAN- Realmente existia um pouco essa preocupação da convivência diária como sócios e amigos atrapalhar na interpretação. Todos já tinham anos como profissionais na área, porém era nosso primeiro projeto juntos. Fora disso, éramos também produtores do filme e responsáveis por diversas funções. No final, conseguimos gerar sem muitos problemas o acúmulo de funções e transformar em algo positivo. Nossa intimidade e respeito, ao invés de atrapalhar, ajudaram na realização de uma comunicação eficiente, permitindo a todos explorar o máximo do potencial de cada um.

CAFÉ TURCODesde já agradeço imensamente a oportunidade de poder mostrar o trabalho de vocês no Cinema e Pipoca e aproveito para parabenizá-los por terem ganhado o prêmio de júri popular no Festival de Cinema de Paulínia!

RODRIGO FELDMAN- Nós que agradecemos pela oportunidade de falar um pouco desse filme para seus leitores, esperando que possam assistir em breve em algum Festival perto de vocês. Afinal, esse é o primeiro projeto realizado pela Zero Grau Filmes e pelo resultado que tivemos, esperamos ser apenas o primeiro de muitos. Também aproveitamos para parabenizar o apoio que o Cinema e Pipoca presta para nossa cultura e cinema brasileiro. Enfim, vida longa!

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Editor CP

ENTREVISTA E TOP CP – 7 FILMES RECENTES TIRADOS DE LIVROS INFANTIS

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Hoje, dia 02 de abril, comemoramos o Dia Mundial do Livro Infantil. O gosto pela leitora começa desde cedo e vale a pena os pais incentivarem sempre seus filhos e lerem juntos as mais variadas obras. Além da lista de filmes, que dá nome à postagem, segue uma entrevista com Christian David, autor de livros juvenis como ‘A Menina que Sonhava com os Pés’

– ONDE VIVEM OS MONSTROS (2009)

ONDE VIVEM OS MONSTROS 2009


Baseado no livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’ é um filme que deve ser redescoberto o quanto antes. Há muito simbolismo para pontuar o rito de passagem da criança para a adolescência, sem contar a forma delicada com que o roteiro nos mostra a solidão e ao mesmo tempo, os subterfúgios criados pela mente da criança. Pequeno grande filme.

Saiba mais da lista e a entrevista especial sobre o Dia Mundial do Livro Infantil
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Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa, que estreia hoje (19), no Globoplay

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Entrevista com Rosane Svartman

A partir de hoje (19), os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de Vicky e a Musa, com a estreia da primeira parte da temporada. Por isso, essa entrevista com Rosane Svartman (criadora e escritora do programa) é mais do que bem vinda!

Com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu. Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, conceitua Rosane.

No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.

Antes da entrevista com Rosane Svartman, vamos conferir a sinopse e o elenco da série!

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Sinopse de Vicky e a Musa

O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky (Cecília Chancez), uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência.

Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.

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Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos.

O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.

Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo.

Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.

Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem. Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil.

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Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra. Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.

É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.

O elenco da série

O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV. Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.

Entrevista com Rosane Svartman
créditos: Globo / Estevam Avellar e Camila Maia

Então, sem mais delongas, vamos para a entrevista com Rosane Svartman.

Entrevista com Rosane Svartman

Como descreve a série ‘Vicky e a Musa’ e os elementos que funcionam como fio condutor da história?

  • Rosane: ‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia. Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky (Cecilia Chancez) tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor. É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte.

De que forma o gênero musical influencia na escrita da obra?

  • Rosane: Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo. Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa.

O Teatro Parnasus é um dos principais cenários da série. Qual é a importância desse lugar para a trama?

  • Rosane: O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras.

E a última questão da entrevista com Rosane Svartman é: o que o público pode esperar de ‘Vicky e a Musa?

  • Rosane: Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas.

E então, o que achou dessa Entrevista com Rosane Svartman sobre a série Vicky e a Musa?

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Entrevista com Ivo Lopes Araújo, diretor de fotografia do longa “Casa Vazia”

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casa vazia Ivo Lopes Araujo credito arquivo pessoal

O Cinema e Pipoca recebeu um material exclusivo, com uma entrevista com Ivo Lopes Araújo, um dos mais aclamados diretores de fotografia da atualidade no país. O cearense ajustou o foco e enquadrou as cenas de recentes sucessos do cinema brasileiro, como GirimunhoTatuagemGreta. Também integrou a equipe do internacionalmente premiado Bacurau

O mais novo trabalho do fotógrafo é o longa-metragem Casa Vazia, que chega aos cinemas neste fim de semana em São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Natal, Palmas e no Rio de Janeiro. Por esse filme, Ivo conquistou um Troféu Redentor, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2021, e um Kikito, no Festival de Gramado no ano passado.  

Rodada em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai), a produção aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais.

Dirigido por Giovani Borba e definido como um neo-western pela revista Variety, o filme explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância.

Entrevista com Ivo Lopes Araújo
Cartaz Casa Vazia

Confira a entrevista com Ivo Lopes Araújo, sobre o longa Casa Vazia

Casa Vazia foi sua estreia em um filme rodado no pampa gaúcho. Como foi essa experiência?

Ivo: Foi a primeira vez que eu filmei nos pampas gaúchos. Foi incrível porque tem uma luz muito suave. Então durava horas do dia aquela luz suave. Tudo fica muito colorido. Os contrastes ficam certinhos, é uma paisagem incrível mesmo. Mas acho que a paisagem é usada a serviço do filme. E aí tem um trabalho que eu acho que é coletivo. Pra mim, foi um privilégio estar filmando nesse lugar, nessa época, e pra contar essa história. Tudo estava casando muito bem.

Como foi transpor para a tela a imensidão dos campos e essa sensação de vazio que permeia toda a trama? 

Ivo: É impressionante como a natureza é forte na imagem. Ela traz tantas sensações. Acho que é nosso inconsciente, nossa memória ancestral que faz com que a gente se relacione com aquilo num lugar muito poderoso. É impressionante como, dependendo da história que se cria, da trama, você pode ter uma sensação de plenitude com a natureza, de solidão. Então, ela amplifica o gesto humano e o que a dramaturgia tá contando. No caso desse personagem silencioso e desse vazio que o filme cria, a natureza é usada para expandir isso, levar para um lugar maior. E funciona muito bem. O que poderia ser uma paisagem bucólica, se torna uma paisagem quase opressora pela sensação de solidão e de vazio que o personagem tá vivendo. É bem interessante o uso da natureza para tornar esse sentimento maior.

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casa vazia Credito Panda Filmes
Crédito: Panda Filmes

Você conquistou um Troféu Redentor e um Kikito com Casa Vazia. Em diversas cenas, a fotografia parece ser a única personagem que dialoga com o protagonista. Essa foi a sua intenção?

Ivo: É bem importante entender que o trabalho de composição da imagem do filme e a forma como ela ajuda na dramaturgia não é um trabalho só do fotógrafo. É um trabalho do diretor de arte, a escolha das locações, o figurino que o ator tá usando numa uma paisagem verde, o próprio ator, a entrega dele, o diretor que tá arquitetando tudo isso. Fico muito lisonjeado com os prêmios de fotografia. Mas é muito importante expandir e entender como essa paisagem natural e essas imagens se tornam poderosas.

É o trabalho de uma equipe toda, a equipe de fotografia, que tá ali junto iluminando, pensando os movimentos, trabalhando o foco, fazendo a imagem se constituir fisicamente mesmo. Não só os elementos de conceito, mas a mão na massa. A câmera estar no lugar certo, os movimentos de câmara, os travellings. Tem um trabalho de botar a mão na massa e materializar a imagem. E que o fotógrafo também não faz sozinho.

E quais são os seus próximos projetos?

Ivo: Tem um filme que foi rodado ano passado na África entre Mauritânia e Guiné Bissau, dirigido por um realizador português, Pedro Pinho. Amanhã será outro dia é um filme enorme, nunca tinha participado de uma produção tão grande. Foram vinte semanas de filmagem, um roteiro muito grande e uma história muito interessante.

Eu tô bem curioso e ansioso pra ver esse filme pronto e na tela. Tô agora em fase de finalização e colorização do filme dirigido pela Clarissa Campolina e pelo Sérgio Borges, que se chama Fera na Selva. Também foi um grande prazer trabalhar de novo com esses realizadores.

E então, o que achou dessa entrevista com Ivo Lopes Araújo? Comente com a gente em nossas redes sociais!

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