Grande parte da indústria de cinema nacional se aglomera no eixo Rio-SP, e foi por conta disso que o divertidíssimo filme ‘Cine Holliúdy’ quase deixou de ser exibido nas grandes capitais. Tão honesto e inocente quanto Mazzaropi e seu personagem Jeca Tatu, Francisgleydisson, vivido com extrema naturalidade por Edmilson Filho, vive em busca de um sonho: apresentar o cinema para seus conterrâneos.
O roteiro se passa na década de 70, onde a televisão ganha espaço e a sétima arte, por sua vez, acaba sendo esquecida. Mas se formos parar para pensar, vale também como uma crítica atual a esses grandes conglomerados que extinguiram os cinemas de rua e acabaram preferindo dar espaço para os multiplex dentro dos shopping centers.
É verdade que o uso desenfreado de bordões mais regionais e determinadas piadinhas ultrapassadas podem cansar e dar uma arrastada nos 91 minutos de projeção, mas é pouco para apagar a importância do projeto.
Após lutar, em vão, para manter sua sala de cinema de rua aberta, Francisgleydisson, se muda com a família para a pequeníssima cidade de Pacatuba, onde encontra um público que aprende a amar a sétima arte como poucos.
Com uma linguagem própria e o uso da legenda em ‘cearensês’, um espírito circense e o apelo a nostalgia, o diretor Halder Gomes cria muito mais que uma fábula de redescobertas familiares, pois dá ao espectador a chance de ver uma diversão verdadeiramente escapista e brasileira, ou você ainda acha que ‘Cilada.com’ serve como parâmetro para o nosso humor? Puro entretenimento que me fez sair com um sorriso largo após o fim da sessão.
Título Original: Cine Holliúdy
Ano de Lançamento: 2013 (Brasil)
Dir: Halder Gomes
Elenco: Edmilson Filho, Miriam Freeland, Joel Gomes, Roberto Bomtempo, Angeles Woo, Fiorella Mattheis, Rainer Cadete, Karla Karenina, Marcio Greyck
ORÇAMENTO: 1 Milhão de Reais
NOTA: 7,0
Por Éder de Oliveira