Blade Runner 2049, Denis Villeneuve não erra nunca

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Blade Runner 2049 é daqueles filmes que você precisará assistir mais de uma vez para pegar todas as nuances e essências inseridas naquele universo. O diretor Denis Villeneuve não erra nunca e já provou isso em projetos tão incríveis quanto Os Suspeitos, Sicário e A Chegada, só para citar alguns. Aqui, ele tem total liberdade de retomar algumas arestas da obra prima de 1982 e inserir novas camadas.

Ao expor diversas feridas da sociedade atual, o roteiro chama o espectador para perto e nos faz pensar que, talvez, não estejamos tão longe daquele futuro.

Ao que tudo indica, tivemos um período onde os replicantes desapareceram. Mas Wallace (interpretado com o freio de mão puxado por Jared Leto) cria um novo modelo e consegue erradicar a fome no planeta e solucionar outros problemas. Então tudo é lindo e perfeito por aqui correto? Não.

Las Vegas, San Diego e todas as cidades convivem com muito lixo, poluição visual e escuridão – em momento algum vemos a luz do sol por aqui. O preconceito entre humanos e replicantes está ainda mais presente, havendo uma resistência de antigos replicantes que vivem escondidos para, num breve futuro, tentarem uma retomada daquilo que lhe é de direito. Do lado dos humanos, a policial Joshi (Robin Wright, excelente) é a chave mestra nesta disputa de poderes e faz de tudo para eliminar os exemplares ‘defeituosos’.

Denis Villeneuve não erra nunca
Pôster do filme

Ryan Gosling se torna os olhos do público e vai desvendando, juntamente conosco, suas dúvidas e questionamentos, criando um personagem que condensa seus sentimentos com pequenos gestos. E por mais que Blade Runner 2049 seja lento, quando as cenas de ação chegam, é para ninguém botar defeito… e Gosling apanha feito gente grande.

Meu medo era que Deckard aparecesse apenas de maneira gratuita, como uma ferramenta para nostalgia. Mas é muito mais que isso, e a revisão de seu romance com Rachel é o estopim para outra virada excelente do roteiro. Assim como a inserção de Joi, uma realidade virtual que ama o agente K e tem complexidade, ingenuidade e sensualidade na medida – sempre quando ela surge, o filme se eleva.

E mesmo citando que Denis Villeneuve não erra nunca, seu corte final de quase 3 horas poderia ser diminuído em uns 15 minutos. Mas isso não tira os méritos desta grande obra que tem um ótimo climão noir, utiliza com maestria as camadas de cores e ainda acha espaço para discutir sobre implantação de memórias e quando elas seriam reais ou falsas. Merecia uma visibilidade maior nas indicações ao Oscar, mas já vale o reconhecimento.

Sinopse de Blade Runner 2049:

O novato oficial K desenterra, meio sem querer, um terrível segredo que tem o potencial de mergulhar a sociedade no completo caos. A descoberta acaba levando-o a uma busca frenética por Rick Deckard, desaparecido há 30 anos. Mas antes, precisará salvar sua vida, para que sua jornada não tenha sido em vão.

Título Original: Blade Runner 2049
Ano Lançamento: 2017 (Estados Unidos)
Dir: Denis Villeneuve
Elenco: Ryan Gosling, Harrison Ford, Ana de Armas, Sylvia Hoeks, Robin Wright, Mackenzie Davis, Carla Juri, Lennie James, Dave Bautista, Jared Leto

ORÇAMENTO: 150 Milhões de Dólares
NOTA: 9,0

INDICAÇÃO DO FILME PARA O OSCAR: Fotografia / Mixagem de Som / Edição de Som / Efeitos Especiais / Design de Produção

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Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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