Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023 começa em 12 de abril
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Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023 começa em 12 de abril

Mostra Ecofalante de Cinema - Bahia 2023

Filmes premiados internacionalmente e títulos assinados por prestigiados cineastas brasileiros. Estas são algumas das principais atrações da Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023. O evento está agendado para os dias 12 a 23 de abril no Cine Metha – Glauber Rocha e mais 18 espaços culturais e educacionais na cidade de Salvador. A entrada é franca.

Além disso, até o mês de maio, as exibições alcançam as cidades de:

  • Camaçari (24 a 29 de abril);
  • Dias D’Ávila (24 de abril a 06 de maio);
  • Cachoeira (31 de julho a 9 de agosto);
  • Cruz das Almas (31 de julho a 10 de agosto).

Exibindo um total de 33 filmes, representando 16 países, o festival promove ainda projeções em 19 espaços culturais e educacionais da cidade. Três debates completam a grade: “O Futuro da Energia” (em 18/04), “Racismo Ambiental” (19/04) e “Direito à Mãe Terra” (20/04).

A sessão de abertura da Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023

A princípio, na sessão de abertura para convidados, em 12 de abril, a atração é o longa-metragem paulista “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge. Ele retrata a expedição comandada pelo indigenista Bruno Pereira na Amazônia para encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubo.

Ao mesmo tempo, o filme conquistou, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, os prêmios de melhor filme, fotografia, montagem e edição de som. A cerimônia de abertura contará com a participação dos cineastas Bruno Jorge, Aurélio Michiles e Jorge Bodanzky.

Alguns dos mais prestigiados cineastas brasileiros têm suas mais recentes realizações incluídas na programação. “Amazônia, A Nova Minamata?” é dirigido por Jorge Bodanzky. Acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral. Entretanto, será que conseguirão gerar essa respeitabilidade?

De Vincent Carelli e Tatiana “Tita” Almeida, “Adeus, Capitão”. Conta com registros colhidos ao longo de várias décadas sobre um líder do povo indígena Gavião. Ao mesmo tempo, encerra uma trilogia de filmes iniciada com o premiado “Corumbiara”.

Vencedor do Prêmio APCA de melhor longa-metragem do ano, “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles. Ele recupera uma investigação sobre as denúncias de crimes contra comunidades indígenas cometidos na selva amazônica pela empresa britânica Peruvian Amazon Company.

A produção brasileira inédita “Vento na Fronteira”, de Laura Faerman e Marina Weis, também trata da questão indígena. O filme mostra a luta do povo Guarani-Kaiowá pelas suas terras, na região do Mato Grosso do Sul. Estes são objeto de disputa de grandes proprietários rurais. 

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Filmes inéditos no Brasil

O evento traz dez filmes internacionais inéditos no Brasil. Com direção de Jesse Short Bull e Laura Tomaselli, a produção norte-americana “Nação Lakota Contra os Estados Unidos” narra a jornada dos indígenas Lakota para recuperar Black Hills.

Para quem não conhece, é um local sagrado que foi tomado à força pelo governo norte-americano. O filme é um retrato marcante e oportuno da resistência, que explora as maneiras pelas quais a América ignorou sua dívida com as comunidades indígenas. Enquanto isso, pondera o que pode ser feito hoje para reparar os erros do passado.

Já a produção belga “Amianto: Crônica de um Desastre Anunciado”, de Marie-Anne Mengeot e Nina Toussaint, reconstitui através de um rico material de arquivo o período crucial no uso do amianto naquele país, causa de doenças e mortes. Por sua vez, o francês “Amor e Luta em Tempos de Capitalismo” tem como protagonista o casal de sociólogos Michel Pinçon e Monique Pinçon-Charlot, conhecidos por sua pesquisa de cinco décadas sobre desigualdade e o universo dos ultra-ricos.

O britânico “A Máquina do Petróleo”, de Emma Davie, explora nosso complexo envolvimento econômico, histórico e emocional com o petróleo à medida que avançamos rumo ao colapso climático. Outro filme britânico, “Uma História de Ossos”, de Joseph Curran e Dominic Aubrey de Vere, retrata a descoberta, na remota ilha de Santa Helena – local onde Napoleão Bonaparte morreu no exílio – de uma antiga vala comum onde foram encontrados os restos de mais de oito mil “africanos libertos” e a jornada da consultora de patrimônio ambiental e cultural namibense Annina, que luta pela dignidade dessas mulheres, homens e crianças que também passaram seus últimos dias na ilha, mas cuja memória ainda precisa ser reconhecida.

Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023 e questões sociais

Questões ligadas à negritude e ao racismo estão presentes em diversos títulos da Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023. Então, merece destaque a exibição de dois títulos assinados por Sarah Maldoror, a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem na África e considerada “a mãe do cinema africano”. 

Sarah Maldoror (1929-2020) tem sua filmografia, composta por mais de 40 obras, reverenciada como exemplo de cinema militante. Na programação iremos verificar “Sambizanga” (1972), longa-metragem duplamente premiado no Festival de Berlim. Exibido em cópia restaurada sob os auspícios da Film Foundation, entidade voltada à preservação de filmes criada pelo diretor Martin Scorsese.

A obra focaliza a figura de Domingos Xavier, operário angolano e ativista anticolonial preso e torturado até à morte, em 1961, pela polícia política portuguesa. Já em “Uma Sobremesa para Constance”, produção de 1980, Maldoror utiliza a comédia para tratar do tema da imigração africana, bem como do racismo em território francês, num momento em que este assunto começava a ganhar amplitude e seu enfrentamento tornava-se incontornável. 

O site oficial do festival, com informações da programação é: www.ecofalante.org.br. Enfim, e aí, simbora curtir a Mostra Ecofalante de Cinema – Bahia 2023?

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