Se formos fazer uma comparação entre os dois últimos trabalhos de Roland Emmerich, a evolução do diretor é sobre-humana, fantástica, magnífica. Mas é até covardia comparar qualquer produção a idiotice chamada ‘10.000 AC’. Sim, ‘2012’ é uma profusão de cenas para levantar o ego americano, como se tentassem gritar para o mundo: “Somos uma pátria que pensa em nosso povo!”
Todos os clichezões estão lá, desde o pai separado que não consegue fazer seu filho chamá-lo de ‘pai’, passando pelos telefonemas arrependidos e as frases de efeito dignas dos piores roteiros do cinemão hollywoodiano. Mas se Emmerich distribui baboseiras ao dirigir atores de carne e osso, são nas sequências de destruição em massa que recupera o fôlego. Digo isso, pois tais tomadas também necessitam de um apuro dramático para serem feitas, senão, por melhor que sejam os efeitos especiais, a gratuidade tomará conta. E é exatamente o que ocorre em ‘2012’.
Séculos atrás, os maias previram a data correta do fim do mundo e desde então, numerólogos, cientistas e astrólogos discutem se as profecias são verdadeiras. Em 2009, um indiano descobre alterações nas explosões solares, causando um aquecimento exacerbado no núcleo do nosso planeta. Agora é questão de tempo para mudanças drásticas e milhares de mortes certas ocorrerem.
John Cusack (‘Identidade’) segura seu personagem como pode, Amanda Peet (‘Arquivo X – Eu Quero Acreditar’) não ajuda em nada, Thandie Newton (‘Crash – No Limite) e Woody Harrelson (‘O Homem Duplo’), nem deveriam ter aparecido no set, pois seus personagens são pessimamente construídos. Enfim, a exagerada duração de 158 minutos nos deixa com mais certeza de que Emmerich é sarcástico, masoquista e pessimista quando o assunto é o futuro do nosso planeta.
NOTA: 5,0
ORÇAMENTO: 260 Milhões de Dólares
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