Há pouco mais de um mês perdi meu avô. Ele tinha 92 anos e, obviamente, já sabíamos que a famosa ‘hora do adeus’ estava se aproximando. Mas a dor da perda é um tanto estranha, como se nunca tivéssemos preparados para isso. E então chega Viva: A Vida é uma Festa para acalentar nossos corações, dialogar com adultos e crianças sobre a importância da família, sobre memórias e sonhos. Ou seja, é mais uma obra prima da Pixar.
Se a jornada de nosso herói Miguel não é tão inédita assim – o padrão narrativo do estúdio se mantém igual a Procurando Nemo, por exemplo -, a composição dos coadjuvantes e o gradativo crescimento deles é um ponto extremamente positivo, com destaque para Hector, Ernesto de la Cruz e Mama Imelda. Outra coisa a se destacar é a virada no segundo ato, sinceramente me surpreendeu muito, mostrando a coragem e a liberdade dada ao estúdio para o diretor Lee Unkrich.
Os detalhes da cultura mexicana enchem os olhos do espectador, que pode entender o tamanho do trabalho de pesquisa dos envolvidos. Tudo é respeitoso e digno de aplausos. E fiquem atentos também para toda a palheta de cores, lotada de significados e sentimentos – a cidade dos mortos é pulsante e cheia de vida (por mais controversa que essa frase possa parecer).
Pôster do filmeE se até os 85 minutos tudo ia muito bem, é depois disso que Unkrich e companhia inserem duas cenas que fizeram meus ‘olhos suarem’ pra caramba. Com Amor, Van Gogh, pode ser o projeto mais diferenciado esteticamente entre os indicados ao Oscar de Melhor Animação em 2018, mas quem trás alma e conseguirá fazer diversos espectadores saírem dos cinemas com outra percepção sobre a vida e sobre a morte é Viva: A Vida é uma Festa, que é mais uma obra prima da Pixar.
Sinopse de Viva: A Vida é uma Festa:
Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos.
Título Original: Coco
Ano Lançamento: 2017 (Estados Unidos)
Dir: Lee Unkrich
Vozes: Anthony Gonzalez, Gael Garcia Bernal, Benjamin Bratt, Alanna Ubach, Renée Victor, Ana Ofelia Murguía, Edward James Olmos
ORÇAMENTO: 175 Milhões de Dólares
NOTA: 10,0
INDICAÇÃO DO FILME PARA O OSCAR: Animação / Canção Original