SEMANA ALFRED HITCHCOCK
‘Um Corpo que Cai‘ foi eleito em 2012 pela revista Sight&Sound como o maior filme de todos os tempos e tem as qualidades para isso. É até engraçado se pensarmos que na época de seu lançamento, em 1958, não obteve boas críticas e foi deixado de lado pelos espectadores.
Em questões estéticas o projeto é um primor, principalmente porque Alfred Hitchcock cria diversas sensações para seu protagonista, ampliando a sensação não só de vertigem (título original do longa, que foi porcamente traduzido aqui no país), mas também de medo, confusão e delírio – aquele terço final e a utilização das escadas, demonstra isso de todas as maneiras possíveis.
O diretor sempre foi detalhista ao extremo e este excesso é capturado em cada frame, pois quase nada ali é colocado gratuitamente, sem contar que a esperteza dele em deixar o espectador um passo à frente do detetive Scottie já foi refeita outras centenas de vezes no cinema hollywoodiano, mas nunca com o mesmo primor.
James Stewart e Kim Novak tem química impressionante e interpretações sutis, onde os olhares dizem mais que as palavras e na hora da ação propriamente dita, é categórico e elegante.
Scottie é um detetive aposentado que tem medo de altura e é incumbido de vigiar uma mulher com tendências suicidas, até que algo de muito misterioso acontece, fazendo ele passar por cima de seus medos e traumas para dar um desfecho para o caso.
Diferentemente de ‘Topázio’, postado ontem aqui no site, ‘Um Corpo que Cai’ tem todos os requisitos de um diretor que estava no auge e mesmo contando com experimentações técnicas, só peca em não dar ao espectador um tom mais amplo da vertigem do personagem, fora isso, é uma obra prima que merece ser revisitada sempre.
Título Original: Vertigo
Ano Lançamento: 1958 (Estados Unidos)
Dir: Alfred Hitchcock
Elenco: James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore, Henry Jones
ORÇAMENTO: 2,5 Milhões de Dólares
NOTA: 8,0
Por Éder de Oliveira