Última Parada 174: Após o impecável documentário, não era necessário este longa metragem
‘Cidade de Deus‘ estigmatizou alguns fantasmas que sempre assombraram nossa filmografia e apresentou ao mundo do entretenimento Fernando Meirelles. O diretor pegou um roteiro fragmentado e o resumiu magnificamente nas duas horas de projeção. ‘Tropa de Elite‘ é o oposto e bate de frente com corporações policiais corruptas, falidas e incapacitadas. José Padilha criou um fenômeno pop tão relevante quanto Meirelles, coreografando as espetaculares cenas de ação com maestria.
Este mesmo Padilha havia feito ‘Ônibus 174‘, documentário sobre o sequestro do ônibus no Rio de Janeiro – e desde aquela época já questionava o despreparo governamental. Então, Bruno Barreto (‘O Que é Isso Companheiro?‘) resolveu dramatizar tal história, numa mescla de ficção e realidade.
Consegue atores competentes, mas cai nas armadilhas que seus colegas citados acima driblaram, deixando para o espectador a visão de que ser pobre no Brasil é sinônimo de marginalidade.
O único ator conhecido é André Ramiro, que participa do terço final e está completamente perdido, sem cinco por cento da força arrebatadora imposta no longa protagonizado por Wagner Moura. ‘Última Parada 174′ é esquecível e me incomoda vê-lo representar nossa pátria no Oscar.
NOTA: 5,0
ORÇAMENTO: —
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