SENNA
A película é o que ‘Pelé Eterno’, por exemplo, tentou ser mas não conseguiu, um retrato grandioso e quase surreal, onde imagens e narrações em off sobrepõem todas as façanhas deste grande ídolo, pontuando, desde a sua chegada à Fórmula 1 na equipe Toleman, passando pela absurda rivalidade com Prost e suas preocupações não só dentro, mas fora das pistas – a discussão com o presidente da FIA, Jean-Marie Balestre é excepcional –, até o acidente fatal em Ímola.
Fiquei feliz ao perceber que mesmo sendo uma produção britânica, Kapadia cuidou de dialogar muito bem com o público brasileiro, trazendo narrações de Galvão Bueno e comentários maravilhosos de Reginaldo Leme. Aliás, falando em narrações, outro achado é usar em quase todos os 107 minutos as explicações do próprio Ayrton, deixando-o mais próximo do público, quase como uma conversa informal.
Se sequências homéricas como ele vencendo o GP do Brasil apenas com a 6ª marcha e desmaiando na chegada, a disputa fora das pistas pelo título de 1989 e o ‘troco’ em 1990, com Prost já na Ferrari e os milagres quando corria debaixo de chuva, me deixaram emocionados, imagino àqueles que presenciaram ao vivo esses momentos.
No terço final, o fim de semana trágico é mostrado, dando ênfase num suspense quase surreal, onde, além de Senna no domingo, Barrichelo sofreu gravíssimo acidente na Sexta e no Sábado o austríaco Roland Ratzenberger faleceu. Lançado com 150 cópias (número altíssimo para um documentário), vale cada centavo do ingresso por levar não só a história do piloto, mas do homem, do brasileiro e do gênio nacional Ayrton Senna.
Título Original: Senna
Ano Lançamento: 2010 (Reino Unido)
Dir: Asif Kapadia
Elenco: Ayrton Senna, Alain Prost, Frank Williams, Ron Dennis, Viviane Senna, Neide Senna
ORÇAMENTO: —
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