Entre as décadas de 40 e 50, o gênero noir tomou conta do cinemas de todo mundo. Contava com seus policiais durões e garotas que eram femme fatales, além de muita chuva e conspirações a serem descobertas e reveladas. O tempo passou, estes roteiros foram quase esquecidos e hoje em dia, projetos como Sin City e este Renaissance, por exemplo, que tentam trazer tais elementos de volta.
Ao contrário do projeto de Robert Rodriguez e Frank Miller, a animação francesa é uma ficção cientifica pesada, levando o espectador a uma sociedade distópica onde as drogas sintéticas são uma realidade – bem aos moldes dos contos de Philip K. Dick. Para criar aquele universo, o diretor Christian Volckman utilizou a captura de movimentos e conseguiu maior fluidez para seus personagens, além de uma fotografia em preto e branco que atenua ainda mais a degradação da Paris de 2053.
A lentidão do roteiro no segundo ato é proposital, pois acaba respondendo questões importantes da trama e lançando outras ainda mais intrigantes. O personagem principal é Karas, que ganha a voz de Daniel Craig, e parece levar o peso do mundo em suas costas, ainda mais quando percebe todas as ramificações e perigos que sua busca pode levar.
Não é um filme para todos, mas dê uma chance e note uma luz no fim do túnel para este sub-gênero, que merecia uma renovação a altura. Renaissance só foi lançado em home vídeo por aqui e é uma pena, pois ver o projeto em tela grande seria uma experiência e tanto.
Sinopse de Renaissance
Bislane é uma bela mulher de 27 anos vinda do Leste Europeu, que encontra sua irmã Ilona, uma brilhante geneticista, em um bar. Depois de Ilona ser sequestrada, o inconstante policial Karas pega o caso, mas ele está mais ocupado em tentar desvendar outro sequestro que chamou bastante a atenção da população.
Título Original: Renaissance
Ano Lançamento: 2006 (França/Luxemburgo/Reino Unido)
Dir: Christian Volckman
Vozes: Daniel Craig, Catherine McCormack, Jonathan Pryce, Ian Holm, Kevork Malikyan, Crystal Shepherd-Cross
ORÇAMENTO: 14 Milhões de Euros
NOTA: 8,0