Destaque Entrevistas Mostra

PIADEIROS | DIRETOR FALA SOBRE O PROJETO

piadeiros cartaz JPG 1M

Gustavo Rosa de Moura, diretor do documentário em road-movie ‘Piadeiros’, conversou conosco sobre o processo de finalização da obra e outros dos seus projetos. O filme revela uma pesquisa itinerante por piadeiros não profissionais  em todo o país. Nele, encontramos gente boa de contar piada nas ruas, praças, bares e mercados. Gente a quilômetros de distância dos holofotes dos palcos e da televisão. Gente que, além de interessante, tem o especial talento de fazer os outros rirem apenas contando uma piada. Gente, talvez, um tanto em extinção.

Cinema e Pipoca: Conte-nos um pouco sobre sua carreira, até chegar em ‘Piadeiros’.
Gustavo Rosa de Moura: Eu não estudei cinema, me formei em arquitetura. Fui mudando de meio por acaso, fazendo videos com amigos artistas. Em 2008 fiz um documentário de longa metragem sobre o artista plástico Cildo Meireles. Só a partir daí é que mergulhei pra valer no cinema. Fiz documentários, curtas e programas de televisão. Em 2011 abri a Mira Filmes, minha atual produtora. Esse ano estreamos uma sitcom na Warner, a “Quero Ter um Milhão de Amigos”, que eu co-escrevi e co-dirigi, e vamos lançar o filme “California”, dirigido pela Marina Person, que eu produzi. Ano que vem lanço nos cinemas o “Canção da Volta”, meu primeiro longa metragem de ficção como diretor.

CP: Qual a sua ligação com o humor?
GRM: O humor é uma coisa bem potente, que me interessa muito. É algo que eu quero trazer cada vez mais para o meu trabalho no audiovisual.

CP: Qual a importância de fazer a primeira sessão na 39ª Mostra Internacional de SP?
GRM: A Mostra é um festival maravilhoso, um evento fundamental da cidade de São Paulo, que é a cidade onde eu nasci. Sendo assim, não poderia haver estreia melhor.

CP: Você acha que o cinema do gênero no Brasil, consegue levar algo novo para o espectador ou é mais um recorte dos programas da televisão? E se sim, como mudar isso?
GRM: Acho que, apesar de ser um gênero muitas vezes associado à televisão, tem documentários que funcionam muito bem no cinema e muito mal na TV. Ou seja, há muito filmes que precisam ser vistos no cinema para serem desfrutados em plenitude, incluindo aí alguns documentários.

CP: Sempre foi a ideia fazer um documentário em formato road-movie? Por que esta escolha?
GRM: A ideia do road movie sempre esteve na essência desse projeto, porque mostrar o processo e a busca é algo que eu imaginava desde o início. O filme é mais sobre o processo do que qualquer outra coisa.

CP: O filme será lançado comercialmente em 19 de novembro. Mas houveram dificuldades para colocá-lo em circuito nacional?
GRM: É sempre difícil lançar um filme no Brasil. Mas a Espaço Filmes acolheu bem o projeto e vai conseguir uma distribuição legal. Além disso, vamos fazer também uma ação de mobilização social para exibir o filme em circuitos alternativos nas cidades em que ele não vai estar em cartaz. A ideia, inclusive, é fazer projeções em cidades onde não há cinemas.

CP: Tem outros projetos engatilhados para um futuro próximo? Se sim, poderia nos falar um pouco sobre eles?
GRM: Sim, muitos! Eu diria que os mais próximos são uma comédia chamada “Antes Tarde do que Nunca” e uma adaptação de um romance da Beatriz Bracher chamado Antônio. São filmes bem diferentes, mas que me animam muito. O primeiro é um filme grande, mais popular, que trata de assuntos bem contemporâneos. O segundo é um drama mais experimental, de baixo orçamento, com apostas formais arriscadas mas muito desafiadoras. Espero filmar ambos logo, já no ano que vem.

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile