Para quem acha que o cinema nacional não consegue variar seus gêneros, Passagem Secreta prova exatamente o contrário. O filme, que é uma mistura de Detetives do Prédio Azul, Castelo Ra-Tim-Bum e Os Goonies, não vai mudar a vida de ninguém, mas é uma aventura singela e honesta.
Dirigido pelo documentarista Rodrigo Grota (Isto (não) é um Assalto!), tem homenagens a clássicos como O Gabinete do Dr. Caligari e outras obras do expressionismo alemão. Mas não para por aí e resvala em Orson Wells e sua narração histórica do livro Guerra dos Mundos.
O roteiro acerta ao levar Passagem Secreta para décadas atrás. Contudo, falta naturalidade para alguns atores na hora de exporem seus diálogos. Falando no elenco, o destaque positivo vai para Luiza Quinteiro, que vive Alice, pois consegue equilibrar seus traumas familiares e a rebeldia da adolescência sem dificuldades.
A fuga das crianças contra os malvadões do colégio e, logo depois, na virada do segundo para o terceiro ato, quando temos um vilão e sua risada maléfica, provam que a obra poderia ser apresentada na Sessão da Tarde. Ah! E não dá para esquecer da ambientação dentro do parque… aquilo é sinistro.
Mesmo que as perguntas não sejam todas respondidas e hajam falhas aqui e ali, Passagem Secreta fica na média. É o cinema independente nacional provando força e vigor, mesmo sem qualquer ajuda da finada Ancine.
Sinopse de Passagem Secreta:
Alice é obrigada a se mudar sozinha para uma pequena cidade, onde encontra um novo grupo de amigos. Ao invadir um parque de diversões para resgatar um dos seus colegas, Alice descobre segredos sobre a sua identidade e precisa fazer escolhas.
Título Original: Passagem Secreta
Ano Lançamento: 2020 (Brasil)
Dir: Rodrigo Grota
Elenco: Fernando Alves Pinto, Luiza Quinteiro, Sofia Cornwell, Tiago Daniel, João Guilherme Ota
ORÇAMENTO: —
NOTA: 5,0