Ônibus 174, um triste retrato do Brasil
Brasil, país de diversas culturas, praias magníficas, serras, montanhas e, também, pobreza. Este último item serve como tema central em Ônibus 174. Um documentário sobre o drama das pessoas sequestradas durante uma tarde longa e muitíssimo intensa.
O ponto positivo do diretor José Padilha (Tropa de Elite) foi questionar os dois lados da história. Portanto, trás comentários dos parentes de Sandro, mas também narra a sensação desesperadora dos reféns. Além disso, há sequências mostrando o contraste social do Rio de Janeiro e do país como um todo.
Padilha dá espaço aos policiais, entra em cadeias, e presos relatam maus tratos e tortura. Por aí notamos o quão frágil está nosso sistema, tanto carcerário quanto político e social.
Então, a produção vai fechando o cerco vagarosamente. Quando menos se percebe, estamos dentro do documentário, acorrentado na narrativa forte e impessoal, sofrendo com Sandro e as vítimas.
Dificilmente tais obras do gênero exploram sentimentos tão intensos como Ônibus 174 sem se envolver em dramalhão ou sensacionalismo. Até existe aqui, mas é bem controlado. Produção única e feita para quem tem sangue frio.
NOTA: 8,0
ORÇAMENTO: —
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