O MENINO DA PORTEIRA
O “cinema de interior”, que teve seu ápice nas comédias de Mazzaropi e companhia, parecia fadado ao esquecimento ou àqueles cinéfilos nostálgicos, já que a maioria das produções atuais ou são ligadas ao tráfico de drogas e violência no Rio de Janeiro ou nas comédias ligeiras da classe “A” do nosso país.
Como bom nostálgico que é, o diretor Jeremias Moreira resolveu regravar sua obra mais conhecida, intitulada ‘O Menino da Porteira’, substituindo Sérgio Reis por Daniel (que deve ter no máximo sete diálogos no filme todo). A produção é de um retrocesso ímpar, tendo erros grosseiros de continuação e 99% de coadjuvantes péssimos – a exceção fica por conta da lindíssima Vanessa Giácomo e do experiente José de Abreu.
Como na música de Teddy Vieira, o peão Diogo e seus amigos vão despachar o gado de um poderoso fazendeiro. Lá, ele faz amizade com o garotinho Rodrigo, que sempre lhe pede para tocar o berrante. Vendo a injustiça dos poderosos na cidade, o herói e a população local, lutarão para reestruturar a dignidade naquelas terras.
Aos apaixonados pela música caipira pode ser prato cheio. Mas a falta de naturalidade frente às câmeras supera os pouquíssimos acertos em ‘O Menino da Porteira’, como a fotografia otimamente enquadrada, por exemplo. Este blockbuster nacional é pouco empolgante e esperamos que, daqui há dez anos, não tenhamos outra besteira dessas encabeçada pelo filho de Leonardo.
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