Sempre defendi que quando um filme é baseado em um livro, game ou história em quadrinhos, o diretor deverá conhecer o material original para não cair nas armadilhas das transposições para outra mídia e desagradar os fãs. O problema em ‘O Matadouro’ é justamente esse, ou seja, o próprio diretor Darren Lynn Bousman é autor dos dois projetos (HQ e cinema).
É impossível que a HQ, dividida em 6 edições e publicada pela editora Radical, seja tão ruim quanto a obra cinematográfica. A falta de ritmo nos três arcos incomoda tanto que me peguei respondendo conversas do Whatsapp ao invés de assisti-lo, sem contar que o casal de protagonistas, formado por Jessica Lowndes e Joe Anderson, é tão insosso e apático que não faz diferença alguma se morrerem nos dez minutos iniciais.
Boa parte da minha nota vai para as locações do terceiro ato, onde Bousman encontra, em determinados momentos, o equilíbrio entre estética e fotografia – principalmente após entrarem na tal mansão. Já a tensão é inexistente e demora a acontecer e a trilha sonora deixa a desejar.
Ajudada pelo detetive Declan Grady, a repórter Julia Talben vai investigar as misteriosas mortes de sua irmã e seu sobrinho. Seguindo certas pistas que encontram, eles vão parar numa mansão dentre de um bosque, construída por um homem chamada Jebediah Crone. Com o passar do tempo, percebem que o local é cercado de terror, mas conta com um segredo ainda pior.
Chegando no final de O Matadouro, a edição entrecortada pode ser um resquício dos tempos da franquia ‘Jogos Mortais’, mas a violência lá era muito mais potente do que agora, pois os envolvidos parecem querer camuflar este artifício. Das duas uma, ou diretor escreveu sua HQ há tantos anos que deveria folheá-la novamente ou a execução foi ruim e não tinha como dar certo. Uma pena, pois tinha potencial.
Título Original: Abattoir
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos)
Dir: Darren Lynn Bousman
Elenco: Jessica Lowndes, Joe Anderson, Lin Shaye, Michael Paré, Aiden Flowers, Brian Oerly, Bryan Bett
ORÇAMENTO: —
NOTA: 2,0
Por Éder de Oliveira