Temática: Vampiro
Mecânica: Dedução e gerenciamento de cartas
Modalidade: Semicooperativo
Jogadores: 4 a 8
Ano: 2013
Idade: +10
Tempo de jogo: 20 minutos
Dependência de idioma: nenhuma
Arte: 4/5
Sorte: 1/5
Complexidade: 2/5
Rejogabilidade: 4/5
Reinfiel, fiel escudeiro e aliado do vampiro Nosferatu, tenta trazer seu mestre bebedor de sangue de volta de seu sono profundo. Do outro lado, caçadores de vampiros tentam acabar com os planos de Reinfiel e salvar a humanidade.
É neste cenário que Nosferatu, jogo desenvolvido por Pierre-Yves Lebeau, se desenrola. Um divertido party game de dedução e acusação, capaz de deixar nervoso aqueles amigos mais esquentadinhos do grupo e uma ótima oportunidade para treinar o seu lado detetive.
A primeira etapa é a definição de quem jogará como Reinfiel. É ele quem comandará o jogo, definindo quem será o Nosferatu e quem serão os caçadores. Os caçadores vencem caso descubram quem é o vampiro ou se realizarem os cinco rituais possíveis. Já o vampiro vence se distribuir 5 mordidas na partida ou se os caçadores matarem o personagem errado.
Cada jogador começa com duas cartas e, em seu próprio turno, deve comprar mais duas do monte. Após isso, ele descarta uma delas virada para cima e entrega uma outra de forma secreta para o Reinfiel.
Ao todo são quatro tipos possíveis de cartas em Nosferatu:
– A carta ritual: se o Reinfiel receber apenas cartas ritual, um dos cinco rituais podem ser escolhidos. Entre os rituais possíveis está o Espelho de Prata, onde o Reinfiel revela a carta de um dos jogadores; Distorção Temporal, em que uma carta noite é retirada de jogo, aumentando a vantagem dos caçadores; Transfusão de Sangue, em que um ferimento é retirado de um caçador ferido; e a Água Benta, em que um dos jogadores é obrigado a descartar todas as cartas de sua mão.
– A carta noite: toda carta noite enviada a Reinfiel aumenta a quantidade de turnos de cada rodada, aumentando a vantagem do Vampiro
– A carta Rumor: nada acontece
– A carta mordida: Reinfiel escolhe um jogador para ser mordido, que é obrigado a descartar uma de suas cartas.
Cada turno é definido pela quantidade de cartas noites ou dia. Os caçadores tem que torcer para a carta dia sair o mais rápido possível, aumentando suas chances de realizar um ritual. Já para o Vampiro, quanto mais longa a noite, mais sangue poderá ser bebido.
Nosferatu é um daqueles jogos barulhentos, onde você, muitas vezes, será acusado injustamente e acusará sem provas alguma. Uma versão mais complexa e divertida daquele clássico jogo de polícia e ladrão, onde o objetio é descobrir quem está atirando, ou melhor, piscando para os outros, matando a população um a um. A vantagem do jogo fica quase sempre com o vampiro, que tem inúmeras formas de se camuflar, além de um aliado poderoso e onisciente. Mas é justamente aí que está a graça. A dificuldade leva os caçadores a se testarem psicologicamente, fazendo deste um jogo tenso e, ao mesmo tempo, leve, já que é rápido e engraçado. Uma vez terminado, todos já estarão prontos para mais uma partida.
A arte do jogo, trazido para o Brasil pela Conclave, é bonita e sem exageros. Outro ponto positivo é o tamanho da caixa, extremamente reduzido, portátil e eficiente. É um jogo capaz de surpreender de forma positiva, e tirar muitas risadas do grupo. E, por fim, não depende de idioma. O único ponto negativo talvez seja a pouca imersão trazida pelo manual de instruções, que se limita apenas na explicação das regras, mas não contextualiza a época em que se passa a história, nem dá mais detalhes dos personagens principais. Mas isso, é claro, é apenas detalhe. No geral, um bom jogo e uma ótima pedida para grupos grandes com fãs de party game.
Por Dan Pessôa
Confira o vídeo mostrando a loucura que este jogo pode se transformar:
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