Kill Bill Vol. 2 | Vale a pena assistir?
Se a primeira parte da saga estrelada por Uma Thurman fazia diversas menções e homenagens a ícones do cinema de ação oriental, Kill Bill Vol. 2 segue a mesma cartilha e amplia não só a persona de Beatrix Kiddo, mas também de vários outros personagens que tiveram uma minutagem baixa anteriormente. O que isso significa? Que se você esperava um desfecho apoteótico, fique tranquilo, que é o que terá!
Quentin Tarantino havia filmado essa obra prima para ser apenas um filme com mais de quatro horas. Porém, isso seria inviável, já que afastaria grande parte do público e faria com que menos ingressos fossem vendidos… sorte a nossa! Pois o espectador consegue desfrutar de cada detalhe – como a homenagem a George Romero e seus zumbis -, notando as diferenças cruciais se compararmos os volumes 1 e 2.
Kill Bill Vol. 2 tem energia de sobra, mas deixa o espectador respirar e compreender as motivações daqueles que contam essa história. E é aqui que entra uma ‘piscadela’ para os fãs do western e de Sergio Leone, pois neste sug-gênero há essa contemplação (sem contar que a trilha sonora também evoca as disputas destes pistoleiros que não tinham nada a perder).
O visual e os diálogos em Kill Bill Vol. 2
Enquanto na primeira parte tivemos um trecho em animação, aqui Tarantino usa e abusa da fotografia em preto e branco, para evocar não só o cinema noir, como também um passado tortuoso, mas que sempre será lembrado, seja pela noiva ou por qualquer outro representante da trupe de Bill. E então chegamos ao Pai Mei, interpretado magistralmente por Gordon Liu, gerando uma pancadaria das boas.
Coloque, então, nessa lista, a batalha com Elle Driver (Daryl Hannah se divertindo demais), onde o espectador sente a claustrofobia do local, pois elas estão dentro do trailer de Budd e contrapõe o espaço amplo da sala onde ocorre a chacina no final do primeiro filme.
Sedenta por vingança, Beatrix chega até a casa de Bill, mas além dele, sua filha também está lá e mata, de brincadeira, a pessoa que lhe colocou no mundo, da mesma forma que o personagem vivido por David Carradine fez antes. Contudo, a cereja do bolo chega no monólogo do vilão sobre Superman e suas nuances.
Já ouvi comentários de pessoas que acham o final anticlimático, por ser rápido e não ter esse ‘sabor de vingança. No entanto, do jeito que é, com a Noiva matando seu algoz com uma técnica que Pai Mei ensinou apenas para ela, gera uma inversão excepcional e poderosa. Outra obra prima de um dos maiores diretores contemporâneos.
Onde assistir Kill Bill Vol. 2?
- Stream: Prime Video
- Aluguel e compra: Google Play Filmes e YouTube
Sinopse de Kill Bill Vol. 2
A Noiva avança em sua jornada para eliminar mais de seus ex-companheiros do esquadrão assassino, incluindo Budd e Elle Driver. Enquanto a história se desenrola, o filme explora o passado de Noiva, seus treinamentos e sua relação com Bill, revelando detalhes emocionais e pessoais que aprofundam a complexidade de sua busca por justiça.
No clímax, a Noiva finalmente confronta Bill, e a conclusão da história oferece um desfecho que mescla tragédia e libertação, finalizando a jornada de uma mulher em busca de justiça e, eventualmente, de paz.
Nota Cinema e Séries: ★★★★★
Título Original: Kill Bill Vol. 2
Ano Lançamento: 2003 (Estados Unidos)
Dir: Quentin Tarantino
Elenco: Uma Thurman, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah, David Carradine, Michael Madsen, Gordon Liu, Michael Parks, Michael Bowen
Curiosidades de Kill Bill Vol. 2
- Quentin Tarantino planejava que Pai Mei falasse cantonês, enquanto a dublagem seria em em inglês, imitando uma dublagem ruim. Tarantino faria a voz, mas no final abandonou a ideia.
- Uma Thurman publicou imagens de um acidente de carro ocorrido durante as filmagens. Ela teria pedido para usar um dublê, mas o diretor a convenceu a filmar a cena sozinha. Ela perdeu o controle do carro e bateu em uma árvore, sofrendo uma concussão e danos nos joelhos.
- Uma Thurman e Daryl Hannah não se davam bem e pediram para a equipe separá-las durante a turnê de divulgação do Volume 1.
- Robert Rodriguez compôs a trilha sonora do filme por um dólar.
- Ao contrário de outros filmes de Tarantino, Kill Bill contém várias marcas e produtos reais, algo que ele normalmente evita em seus filmes.
- No filme Cães de Aluguel (1992), o personagem de Michael Madsen tenta matar um policial com um galão de gasolina. Esse mesmo galão aparece na casa de Budd em Kill Bill Vol. 2.
- Pai Mei é inspirado em Pak Mei, o fundador da técnica de kung fu “White Eyebrow”, que é famosa por ser uma técnica “proibida” devido a sua história de traição e violência.
- Ricardo Montalban foi escalado para interpretar Esteban, mas, após Michael Parks fazer uma leitura impressionante do roteiro, Tarantino decidiu escalá-lo para o papel.
- Quando a professora do primeiro grau faz a chamada, ela diz um nome real: Marty Kitrosser, que foi supervisor de roteiro em todos os filmes de Tarantino.
- Quando Budd captura a Noiva, ele diz “Eu peguei a cowgirl que nunca foi pega“, uma referência ao filme Caçador de Morte (1978), no qual Bruce Dern diz uma frase semelhante.