JEAN CHARLES
‘Jean Charles’ tinha tudo para se transformar num drama contundente e que batesse de frente com um tema polêmico, a imigração ilegal. Desde seu protagonista, o talentosíssimo Selton Mello (‘O Auto da Compadecida’), passando pelas construções magníficas de Londres, não haveria nada que impedisse um grande feito comandado pelo diretor Henrique Goldman (‘Princesa’), a não ser ele mesmo!
E foi exatamente o que ocorreu, pois a grande falha nos exaustivos 93 minutos de projeção é a falta de naturalidade, tanto atrás quanto na frente das câmeras. Os únicos momentos dramaticamente interessantes, são quando os personagens vividos por Selton Mello e Vanessa Giácomo dividem as cenas, fora isso, a repaginação dos acontecimentos de 2005 são uma profusão de equívocos e interpretações vazias.
Luis Miranda e Patrícia Armani travam uma batalha para saber quem está pior e ao subirem os créditos, não há como chegar a uma decisão concreta.
Existem histórias que mesmo conhecendo o final, torce-se para nada dar errado (como é o caso de ‘Ônibus 174’ ou ‘Vôo United 93’), mas aqui, minha reação após a morte do rapaz no metrô inglês, foi de total inércia, pois o roteiro (do próprio diretor e de Marcelo Starobinas) jamais se aprofunda nos sentimentos ou tem a preocupação de levar empatia.
Pode ser uma tentativa válida, mas haviam métodos mais eficazes para abordarem tal episódio, como foi feito, é apenas outro longa para as prateleiras das vídeo locadoras.
ORÇAMENTO: 8 Milhões de Reais
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