HQ A Voz da Esperança Garcia | Obra resgata as origens da literatura afro-brasileira, por meio desse registro histórico

A Voz da Esperanca

A HQ A Voz da Esperança Garcia, de Juliane Ferreira Vasconcelos, João P. Luiz e Bernardo Aurélio foi contemplada pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020, é inspirada na vida e luta da escravizada piauiense Esperança Garcia e na importância da carta escrita por ela, uma das mais antigas de denúncia de maus-tratos contra povos escravizados no país.

Embora no Brasil não se tenha registrado uma prática comum de publicação de obras escritas por autores escravizados ou ex-escravizados, nos Estados Unidos houve um número significativo de publicações dessa natureza, denominadas slave narratives, sobretudo a partir da segunda metade do século XVIII, tais como os relatos de testemunhos e epístolas de escravizados fugitivos”, conta Juliane. “Produzir esse livro sobre a carta de Esperança Garcia é valorizar nossa raiz histórica e cultural”.

A fim de disseminar por todos os cantos a história de Esperança, reconhecida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como a primeira advogada mulher do país, a grafic novel terá acesso gratuito em formato de e-book, tanto em português quanto em inglês, através deste LINK. As cópias físicas serão destinadas às escolas públicas e quilombos.

Neste ano, o Piauí está voltado para Esperança Garcia. Além da nossa HQ, o SALIPI será inteiramente dedicado a ela. Também, o criador da feira, Douglas Machado, vai lançar o primeiro documentário sobre Esperança”, adianta João P. Luiz.

HQ A Voz da Esperança Garcia

História da HQ A Voz da Esperança Garcia

Alfabetizada por jesuítas, Esperança entregou a carta ao governador da Província do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, no dia 6 de setembro de 1770 – data em que hoje se comemora o Dia Estadual da Consciência Negra. Nela, relatava a violência sofrida por parte do feitor da fazenda para onde foi levada a trabalhar como cozinheira.

Pedia, ainda, que fosse devolvida à sua fazenda de origem, chamada Algodões, e que sua filha fosse batizada. A carta de Esperança é considerada a primeira petição escrita por uma mulher na história do estado, daí o reconhecimento da OAB que a converteu em primeira advogada mulher do país e precursora da advocacia no Piauí. Também é um documento importante para as origens da literatura afro-brasileira.

O manuscrito representa para esta literatura o mesmo que a Carta de Pero Vaz de Caminha, de 1500, corresponde para o cânone ocidental da literatura brasileira, como textos precursores”, afirma Juliane. “É certamente um dos registros escritos mais antigos da escravidão no Brasil, empunhado por uma escravizada negra e cativa, o que confere para a criação dessa narrativa gráfica o status de uma escritura da gênese literária afro-brasileira”.

O que achou da HQ A Voz da Esperança Garcia? Vamos ler?

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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