Filmografia

Carreira de Heath Ledger: o astro que se foi muito cedo

A carreira de Heath Ledger foi meteórica, mas também muito interessante! Heath Andrew Ledger nasceu em Perth, no dia 4 de Abril de 1979. Este australiano sempre foi um rapaz muito tímido, mas encontrou no teatro sua forma mais pura e verdadeira para se expressar. Estudou em Guildford Grammar School e aos 10 anos teve sua primeira oportunidade para interpretar um personagem na peça Peter Pan.

Logo depois de ver sua irmã nos palcos, montou e dirigiu um grupo de dança para participarem de uma competição… e levaram o prêmio máximo. Nesse ínterim, fez diversos seriados e filmes para a TV de seu país como Assassinato em Blackrock e PC – Digitando Confusões, ambos de 1997. Até que em 1999 participa do filme Duas Mãos, dirigido pela seu amigo Gregor Jordan e abriu as portas para que ele entrasse em Hollywood.

Heath Ledger 1

Carreira de Heath Ledger: ele chega em Hollywood

Chegando aos Estados Unidos, tem a oportunidade de viver um bad-boy na repaginação do clássico de William Shakespeare, A Megera Domada, que se transformou em 10 Coisas que eu Odeio em Você. A cena mais clássica do filme é quando Ledger está num campo de futebol americano cantando ‘Can’t Take My Eyes Off You’. Recebeu indicação ao MTV Movie Awards na categoria Melhor Sequencia Musical.

No ano seguinte entra no elenco de O Patriota, que tinha Mel Gibson como protagonista e Roland Emmerich na direção. Interpretava o filho mais velho de Gibson, neste épico interessante – mas com diversas falhas no roteiro – e com cenas de batalha impressionantes. O filme em si, dividiu a opinião de público e crítica, mas não havia como negar que Ledger estava pronto para alçar voos mais altos.

Em 2001 ganha seu primeiro papel de protagonista, na aventura com boas pitadas de comédia intitulada Coração de Cavaleiro. Onde seu personagem acaba se passando pelo mestre numa disputa de cavaleiros, tudo isso ao som de Queen. Isso deu a ele uma nova indicação ao MTV Movie Awards na categoria Melhor Sequencia Musical.

Cada vez mais reconhecido pelo público e pela crítica

E já engatilha outro projeto com Hally Berry e Billy Bob Thornton, traduzido por aqui como A Última Ceia. E ao trabalhar com um diretor como Marc Forster, entrega o que seria, até aquele momento, o melhor trabalho dele nos cinemas americanos. O filme levou o Oscar de Melhor Atriz para a casa. No mesmo ano, ganha o prêmio ShoWest de “Futura Estrela Masculina”.

2002 talvez tenha sido seu ano mais fraco nos cinemas. Ledger estrelou o suspense Devorador de Pecados, onde trabalhou novamente com o diretor Brian Helgeland e a atriz Shannyn Sossamon. Aqui ele interpreta um monge que transforma-se no tal devorador do título. O filme foi adiado diversas vezes e o prejuízo nas bilheterias era evidente.

E também Honra e Coragem – As Quatro Plumas, que deveria ser um épico lotado de aventura e romance, mas que não passa de um filme insosso e um tanto entediante do diretor Shekhar Kapur. Trabalha ao lado de Wes Betley, Kate Hudson e Michael Sheen.

Ledger sendo dirigido por ótimos profissionais

Durante as filmagens de Ned Kelly começa o namoro com Naomi Watts, que duraria até 2004. O filme é lançado e conta com um roteiro dinâmico, Ledger interpreta o personagem título, que era um bandido australiano que foi perseguido pela polícia. Aqui, trabalhou com Orlando Bloom, Geoffrey Rush e a própria Naomi Watts.

Transforma-se novamente em coadjuvante no filme que fala sobre o nascimento do skate, Os Reis de Dogtown, que foi dirigido por Catherine Hardwick. Mas é em 2005 que nos presenteia com grandes trabalhos, a começar pela aventura bizarra de Terry Gilliam, Os Irmãos Grimm.

O roteiro apresenta os famosos escritores como picaretas que enganam as pessoas e as ‘salvam’ de bruxas e demônios, o problema é quando surge uma aberração verdadeira que está assolando um vilarejo. Os efeitos especiais são bem razoáveis se vermos hoje em dia e o público acabou não se interessando pela obra, mas vale pelos trejeitos engraçados de Ledger e Matt Damon e pela beleza exuberante de Monica Belucci.

Esteve na pele de Giacomo Casanova no filme Casanova, que foi dirigido por Lasse Hallstrom. A construção de época é muito boa e algumas sequencias conseguem ter dinamismo, mas os clichês que teimam em aparecer nos filmes do diretor fazem com que a obra perca força. Siena Miller como Francesca Bruni está belíssima.

O Oscar na vida de Ledger

Mas é no polêmico e sensível O Segredo de Brokeback Mountain, ao qual divide a tela com Jake Gyllenhaal e é dirigido por Ang Lee. É uma história de amor em seu nível mais puro, sem contar que o roteiro dá de ombros para o machismo exacerbado dos westerns de antigamente e coloca dois vaqueiros que encontram um no outro uma paixão que não encontrariam em mais ninguém. O filme fez mais de 170 milhões de dólares nos cinemas mundiais, levou Ledger pela primeira vez ao Red Carpet (perderia o Oscar de Melhor Ator para Philip Seymour Hoffman) e só não faturou o prêmio de Melhor Filme porque a Academia ainda tem um preconceito inconsciente por este tipo de premissa – não sei em qual circunstância Crash – No Limite consegue ser melhor de Brokeback Mountain.

Ganharia ali o respeito de público e crítica, sendo que alguns especialistas o consideravam o novo Marlon Brando. Além destes rótulos, começou um relacionamento com sua colega de elenco, Michelle Williams e no mesmo ano nasceria sua filha, Matilda Rose.

Voltaria para o cinema em 2006 com Candy, onde contracena com Abbie Cornish e prova que seu lado dramático estava perfeito. Interpreta um poeta viciado em drogas, que vai do céu ao inferno em pouco tempo por causa da dependência – chegando ao ponto de se prostituir para poder comprar mais e mais heroína.

Aproveita para dirigir os videoclipes das músicas ‘Morning Yearning’, de Bem Harper e ‘Cause na Effect’ e ‘Seduction is Evil’, do rapper australiano N’fa.

O término do relacionamento e o Oscar póstumo

O término do relacionamento com Michelle Williams afetou drasticamente sua vida e ele sofreu muito por causa disso. Mas no mesmo ano de 2007, revela que gostaria de dirigir um filme sobre o cantor e compositor Nick Drate, falecido aos 26 anos, além de trabalhar na adaptação do livro The Queen’s Gambit, de Walter Tevis.

Um pouco antes de falecer, deixa para seus fãs trabalhos primorosos como Não Estou Lá (2007), dividindo a tela com Christian Bale, Richard Gere, Juliane Moore e a incrível Cate Blanchett. É uma homenagem do diretor Tony Haynes ao genial Bob Dylan.

Mas alcançou o ápice de sua carreira com o vilão Coringa em Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008). Sua preparação durou vários meses (tirou inspiração na HQ Piada Mortal, no filme Laranja Mecânica e etc) e todos os minimalismos do personagem, como seus tiques com a língua, sua risada e boa parte de seus diálogos, entraram de maneira instantânea na cultura pop. O filme em si tem uma aura de o O Poderoso Chefão do gênero dos super-heróis no cinema.

Morte de Heath Ledger

Mas em 22 de janeiro de 2008, sua empregada e a massagista entraram na casa do ator por volta das 15 horas, bateram na porta de seu quarto e como não obtiveram resposta, resolveram abri-la. Ao tentar acordá-lo, já era tarde demais e a reanimação, feita pela equipe médica adiantou. O jovem astro se vai e deixa uma legião de fãs entristecidos e chocados com a notícia. Sua morte foi decorrente a uma overdose causada por remédios controlados e no dia 09 de fevereiro de 2008, acontece seu funeral e a cremação de seu corpo.

O próprio Haynes falou, após a morte de Ledger, que o ator era: “um artista de verdade, um homem profundamente sensível, um explorador, sensato e talentoso demais para alguém de sua idade. Não havia melhor pessoa neste mundo.”

Ainda deixara algumas cenas filmadas do que seria seu último trabalho, o lisérgico O Imaginário Mundo do Dr. Parnassus, dirigido por Terry Gilliam. O diretor até pensou em cancelar as gravações, mas Johnny Depp, Colin Farrell e Jude Law, que eram amigos de Ledger, resolveram entrar no elenco para terminar a obra.

Ele tinha um caminho grandioso pela frente, mas mesmo com seus poucos anos de carreira, deixou um grande legado e colocou seu nome no coração de cada cinéfilo que se preze.

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