Michael Mann, no alto dos seus 72 anos, prova com ‘Hacker’ que ainda tem fôlego suficiente para bater de frente com os midas atuais da sétima arte como Christopher Nolan, David Fincher e tantos outros. Uma pena que o público e a crítica norte-americana não deram a devida atenção a esta obra tão acima da média.
O primeiro ato é bastante lento e demora, pelo menos, vinte e cinco minutos para engrenar de vez. Quando o faz, vemos uma trama intrincada e lotada de personagens extremamente reais, ou seja, ninguém é totalmente mocinho ou vilão e essas dubiedades enriquecem a narrativa.
A forma com que os efeitos especiais são inseridos, para termos a real noção de como um vírus age nas entranhas de um computador, enche os olhos e deixa o espectador tenso. Aliás, tensão é a palavra chave aqui, principalmente quando Mann coloca seus ângulos ímpares e molda um tiroteio sem igual, quase tão bom quanto o de ‘Fogo contra Fogo’.
Chris Hemsworth se distancia do super-herói Thor e trás para Nicholas Hathaway uma aura de superioridade e frieza, mas também de angústia e solidão, mesmo quando está acompanhado por uma garota. A visão de Mann é tão completa que sua fotografia amplia todos estas características do hacker.
Hathaway, um hacker preso por conta de clonagens de cartão de crédito, é solto, pois necessita ajudar o FBI, a NSA e o governo chinês a encontrar um homem que roubou um código, causou danos irreversíveis em uma usina hidrelétrica e no mercado de ações internacionais.
Mann tem uma assinatura forte e proeminente e uma mente tão dinâmica, que dialoga com um público bem mais jovem de maneira respeitosa e inteligente. Esperamos que seja feita justiça e que em home vídeo o público reconheça esta grandiosa obra.
Título Original: Blackhat
Ano Lançamento: 2015 (Estados Unidos)
Dir: Michael Mann
Elenco: Chris Hemsworth, Archie Kao, Brandon Molale, Wei Tang, John Ortiz, Ritchie Coster, Spencer Garrett
ORÇAMENTO: 70 Milhões de Dólares
NOTA: 8,5
Por Éder de Oliveira