GOMORRA
O cinema europeu já nos brindou com incontáveis obras primas e no meio de tanta baboseira atual, é lá que sempre encontramos suspiros de criatividade e relevância. Para alguns, pode parecer produções demasiadamente lentas, mas em sua maioria, são extremamente fortes e impactantes no conteúdo.
‘Gomorra’ (baseado no best-seller de Roberto Saviano) se inicia dessa forma, esbanjando vigor e impacto, debaixo de uma fotografia espetacular assinada por Marco Onorato, mas perde a força rapidamente, num roteiro entrecortado em cinco perspectivas diferentes e que peca, principalmente, no tempo de duração. Apesar disso, o último ato explode em tensão e a câmera cautelosa de Mattep Garrone, passeia por entre personagens com muita desenvoltura.
A primeira história é do garoto que, por influências alheias, entra numa gangue de rua. Depois disso, um costureiro que trabalha para dois patrões (um italiano e utro chinês) é alvejado quando descobrem tal traição. Na terceira trama, dois rapazes sonham em entrar para a máfia e obterem dinheiro e poder. No outro, empresários usam a influência dos chefões e burlam facilmente o sistema, por último, um cobrador tem sua índole colocada em questão pelos patrões para quem trabalha a anos.
O diretor prefere ocultar a violência, editando tais sequências com cortes rápidos (talvez aí esteja a única semelhança visível entre ‘Cidade de Deus’ e ‘Gomorra’) e se há naturalidade absurda entre Toni Servillo e Carmine Paternoster, falta o mesmo empenho aos outros companheiros do elenco, e isso prejudica bastante a película como um todo.
NOTA: 5,0
ORÇAMENTO: —
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