Críticas

SIMONAL – NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI

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Quando dizem que nós brasileiros, temos uma memória muito curta, ninguém está mentindo. Nos falta a capacidade de perceber que nosso passado é riquíssimo e tem muito a nos mostrar. ‘Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei’ é prova disso, sendo um dos documentários mais sucintos e sérios dos últimos anos, contando a história do negro pobre que orquestrava uma platéia de 40 mil pessoas com facilidade absurda.

Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, investigam o surgimento do artista, o estrondoso sucesso na década de 60 e 70 e seu desaparecimento. O trio de diretores nos traz uma diversidade enorme de arquivos raros do artista, desde seu programa na Rede Record, passando pelo show no Maracanãzinho, até seu dueto com a cantora americana Sarah Vaughan.

Os depoimentos contribuem para criar uma atmosfera com três atos narrativos: primeiro a conquista e a fama, segundo a ditadura e as acusações e no fim, a tentativa de ressurgimento (seu desabafo no Programa da Hebe é comovente). Quando entrevistam o ex-contador de Simonal, o documentário deixa toda malandragem e alegria de lado, para tocar num ponto que jamais havia sido esmiuçado desta forma: o cantor teve ou não participação no DOPs?

‘Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei’, vem como uma redenção (mesmo que tardia) para um artista genial e carismático. Nós somos realmente estranhos, pois deletamos Wilson Simonal da Música Popular Brasileira e veneramos atualmente muitos cidadãos sem o mínimo de conhecimento de causa, que bombardeiam nossos ouvidos com letras cada vez mais medíocres. Fizemos nossas escolhas e também estamos pagando por isso.

Título Original: Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei
Ano Lançamento:
2009 (Brasil)

Dir.:
Micael Langer, Calvito Leal e Cláudio Manoel

Elenco:
Wilson Simonal, Ricardo Cravo Albin, Chico Anysio, Boninho, Max de Castro, Wilson Simoninha, Tony Tornado

ORÇAMENTO: 800 Mil Reais

Eder Pessoa

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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