Eu, Tonya, é um excelente filme, que conta com uma montagem quase documental e tem, na força de seu elenco, o elemento motriz para que o roteiro ganhe ainda mais impacto diante do público. Ele me fez lembrar, em determinados momentos, Sem Dor, Sem Ganho, de Michael Bay. Tirando as devidas proporções, os absurdos vistos nas duas obras são de cair o queixo. Além disso, caso não fossem baseados em fatos reais, certamente alguém em Hollywood criaria uma história assim.
Tonya Harding tinha um talento nato para a patinação desde muito nova. Mas 99% de seu círculo social era problemático e pouco inspirador, para dizer o mínimo. É interessante notar que o diretor, Craig Gillespie, não tem medo de destroçar o tal sonho americano desde a primeira tomada (onde vemos a atleta, já aposentada, despenteada, fumando o tempo todo e morando num casebre qualquer). Além disso, dá energia pulsante nas quase duas horas de projeção.
Margot Robbie nos presenteia com uma atuação que mescla doçura e ira, dialogando ainda sobre as dificuldades de aceitarmos nossos próprios erros. Allison Janney cria uma mãe tão venenosa e corrosiva quanto Mo’Nique em Preciosa. Já Sebastian Stan (o Soldado Invernal de Capitão América 2) e Paul Walter Hauser tem ótima química como o marido possessivo e o ‘guarda costas’ estúpido de Tonya, respectivamente.
Gillespie nos cerca de informações e, às vezes, fica difícil saber qual é a versão verdadeira. Dando um charme todo especial ao longa.
Os pequenos equívocos de Eu, Tonya
Robbie vivendo uma adolescente me incomodou um pouco. Assim como Bobby Cannavale, que fica deslocado como o produtor que cobriu aqueles eventos. Mas toda a parte técnica, seja ela movimentação de câmera nas apresentações no gelo (com ótima montagem) ou a trilha sonora dançante, sobrepõem estes pequenos deslizes.
Enfim, todos ali tiveram seus 15 minutos de fama. Mas já que a ‘roda precisa girar’ e a audiência também, logo a mídia se esqueceu desta história e foi cobrir caso de O.J. Simpson.
Como ela mesma diz, foi amada, odiada, sentiu o gostinho de ser a melhor de todas por certo período e teve a chance se tornar uma lenda. Não conseguiu. Para o bem ou para o mal, fincou seu nome neste esporte e passou por cima de barreiras impensáveis.
Sinopse de Eu, Tonya:
Desde sua infância, aos 4 anos, Tonya Harding tinha um dom: a patinação no gelo. Desde aquela época até a juventude, conquistou diversos títulos e foi a primeira mulher americana a completar o movimento conhecido como Axel Triplo. Tudo vai por água abaixo quando seu comportamento enérgico e um ataque bizarramente planejado por seu marido e um amigo contra uma das competidoras, coloca sua carreira em risco.
Onde assistir Eu, Tonya:
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Título Original: I, Tonya
Ano Lançamento: 2017 (Estados Unidos)
Dir: Craig Gillespie
Elenco: Margot Robbie, Mckenna Grace, Sebastian Stan, Allison Janney, Julianne Nicholson, Bojana Novakovic, Paul Walter Hauser, Bobby Cannavale
ORÇAMENTO: 11 Milhões de Dólares
NOTA: 7,5
INDICAÇÃO DO FILME PARA O OSCAR: Atriz / Atriz Coadjuvante / Montagem