Titan | Diretor fala sobre o projeto
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Titan | Diretor fala sobre o projeto

Titan Photo Film 15

O diretor Álvaro González de Titan, ficção científica espanhola, comenta sobre o projeto conosco. O curta é outro dos indicados ao Festicini e concorre aos prêmios de Melhor Fotografia e Figurino e fala sobre Titan, a maior lua de Saturno, que é palco principal da Missão Cronos e Orfeu, um dos astronautas que desceram à sua superfície, está à procura de formas de vida orgânicas.

Cinema e Pipoca Como surgiu a ideia do filme? E por que a escolha de uma lua de Saturno?
Álvaro González: O filme decorre da possibilidade oferecida a nós através do concurso “Navarra. Tierra de Cine”. Foi rodado no Parque Natural do Deserto de Bardenas e este lugar maravilhoso foi o perfeito para recriar Titan, grande lua de Saturno, que carrega algum tipo de semelhanças.

Titan é o único corpo celeste do Sistema Solar que, junto com a Terra, possui uma atmosfera densa, ciclos pluviais, lagos e rios, que embora não sejam de água, são de hidrocarbonetos, fazendo com que seja um possível candidato a abrigar vida. Era, sem dúvida, um cenário perfeito para a história.

CP: ‘Titan’ não fica devendo em nada para os filmes de Hollywood. Como foi o processo na escolha dos efeitos especiais, fotografia e figurino?
AG: Em ‘Titan’, a fotografia e os efeitos especiais passaram de mão em mão desde o começo. Antonio González Méndez (A.E.C.) e Israel Fornés são, na mina opinião, dois dos melhores técnicos e artistas visuais (o primeiro como Diretor de Fotografia e o segundo como Supervisor de VFX) que temos aqui na Espanha, e trabalharam lado a lado, antes, durante e após a execução de ‘Titan’ e tudo isso aparece de maneira brilhante no filme.
A principal ideia era recriar uma luz e uma atmosfera espectral, própria de um lugar afastado do Sol. No caso do figurino, contamos com Aitziber Sanz.

A intenção era ser o mais verossímil possível e para ele, deveríamos contar com um traje de astronauta e seus complementos correspondentes que foram autênticos. Como não encontramos aqui na Espanha, tivemos que trazer da Alemanha e posso te assegurar que isso não ficou barato e levou a maior parte do orçamento proposto para a produção.

Titan

CP: Acredita na vida fora da Terra? E em que ponto o protagonista parece com você?
AG: Neste tema eu prefiro deixar que os cientistas comentem. Ainda não há nenhuma evidencia disso, embora a maioria aposta que vamos encontrar o mais cedo possível e acho que o universo é muito grande e como diria o Doutor Malcolm (Jeff Goldblum) em ‘Jurassic Park’, a vida faz seu caminho.

CP: O que é cinema independente para você?
AG: Penso que o cinema independente é aquele que é feito de uma maneira totalmente libre, sendo ele um filme de Scorsese ou uma produção de baixo orçamento rodada por uma produtora menor. Mas não vamos nos enganar, pois o termo independente sempre estará mais ligado ao segundo exemplo. No nosso caso, posso te dizer que ‘Titan’ é totalmente independente pois foi financiado inteiramente pelo Uxue Peña, nossa produtora (minha e de minha esposa).

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CP: É a primeira vez que faz um filme de ficção científica? Quais suas principais referências neste gênero?
AG: Para tudo existe uma primeira vez, e este foi o caso. Com a ficção científica acredito que minha primeira referencia é óbvia: Kubrick e 2001. É a mãe de todas as outras. A partir disso, sempre pego referências visuais dos arquivos das missões Apollo e Gemini, o docudrama da BBC ‘Space Odissey’ e o, injustamente esquecido, ‘Missão Marte’ de Brian de Palma. ‘Interestelar’ e ‘Perdido em Marte’ estrearam depois que finalizamos as filmagens de ‘Titan’. Como disse antes, gosto daquilo que seja o mais crível possível, sou um apaixonado por astronomia e astronáutica e tentei ser o mais fiel possível em ambas.

CP: Existem projetos futuros? Poderia comentar a respeito deles?
AG: Agora mesmo estou imerso, junto com David Trejedor (co-roteirista de ‘Titan’), escrevendo um novo roteiro que pretendemos rodar no ano que vem. É um projeto mais ambicioso e caro que ‘Titan’, mas vamos tentar levá-lo adiante. O que posso dizer, brevemente, é que a história se passa no meio de uma guerra, em um futuro não muito longe. Se conseguirmos fazê-la, trataremos de voltar com ela para o Festicini, a qual devemos agradecer por ter nos incluído na seleção oficial. Esta foi nossa estreia no Brasil e estamos felizes que tenha sido no festival. Obrigado e uma saudação cordial a todos os cinéfilos de Sumaré e de São Paulo!

Trailer do curta:

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