Críticas
Em Busca da Carta Proibida, excelente produção holandesa
Ao sair do grande circuito cinematográfico hollywoodiano, o espectador terá a oportunidade de apreciar produções tão diferentes e interessantes quanto os blockbusters (que amo incondicionalmente também). Então, no meu caso, encontrei títulos como A Tartaruga Vermelha, Elle e este Em Busca da Carta Proibida, uma excelente aventura que, num primeiro momento pode parecer inofensiva, mas toca em pontos importantes da história da humanidade.
Mais sobre Em Busca da Carta Proibida
Dirigido por Dennis Bots, conta com locações impressionantes, além disso, figurinos e cenários que não devem em nada às grandes produções. Quando o plano aberto surge, dá a impressão de estarmos vendo um projeto orçado em milhões de dólares. Tudo isso pelo cuidado do diretor nestes quesitos.
No elenco, Davy Gomez faz sua estreia como protagonista e se dá muito bem. Principalmente pelo misto de curiosidade, inocência e força para lutar pelo que acredita ser certo. Juna de Leeuw tem uma ótima química com Davy, que vai melhorando com o decorrer do filme. Já o vilão, interpretado pelo belga Peter Van den Begin, é eficiente em sua proposta, contando com um olhar sombrio e amedrontador sempre que aparece.
Ao questionar as atitudes das religiões – e não só da Igreja Católica – e esmiuçar que elas também tiveram seus delitos e crimes contra a humanidade, Bots cria um paralelo interessante com os dias atuais, bem como a venda das tais indulgências continua sendo uma prática tão deplorável para ganhar dinheiro em cima da fé de pessoas humildes quanto antes. Mudando apenas a forma de fazê-lo.

Pôster do filme
Há algumas idas e vindas no tempo e narrativas paralelas que não acrescentam muito, assim como o desfecho, que parece muito corrido e pouco inventivo, mas nada disso diminui o êxito conseguido por esta pequena grande obra. Por fim, Em Busca da Carta Proibida, que ainda não teve grande repercussão por aqui, deve ser descoberto. Tanto pelo notório aspecto aventuresco como pela carga histórica.
Sinopse de Em Busca da Carta Proibida:
Em uma Europa devastada por guerras religiosas, vive Storm Voeten, um garoto de apenas 12 anos de idade. Certo dia, seu pai, Klaas, que está imprimindo obras de literatura que estão proibidas pela Igreja, é pego pela Inquisição. Os soldados estão a procura de uma carta perdida escrita por Martinho Lutero.
Storm é forçado a procurar tal carta, já que ela poderá ser a chave para libertar seu pai. Para encontrar a carta, o garoto contará com a inesperada ajuda de Marieke. Ela é uma menina órfã que vive nos esgotos da cidade e que também foi vítima de perseguição.
Título Original: Storm: Letters van Vuur
Ano Lançamento: 2017 (Holanda)
Dir: Dennis Bots
Elenco: Davy Gomes, Juna de Leeuw, Peter Van den Begin, Yorick van Wageningen, Egbert Ja Weeber, Maarten Heijmans
ORÇAMENTO: —
NOTA: 7,5
Confira também um dos nossos vídeos do Canal Cinema e Pipoca
Críticas
Terror em Shelby Oaks | Resenha | Vale a pena assistir?
Há um peso considerável quando um filme de terror vem acompanhado do nome Mike Flanagan, ainda que apenas como produtor. Afinal, Flanagan é sinônimo de horror inteligente, com atmosferas densas e personagens emocionalmente complexos — basta lembrar de A Maldição da Residência Hill e Doutor Sono. No entanto, em Terror em Shelby Oaks, esse selo de qualidade acaba sendo mais um chamariz de marketing do que um reflexo real do resultado final.
O longa, dirigido e escrito por Chris Stuckmann, até começa de forma promissora, mas perde o rumo à medida que tenta conciliar ambição autoral com fórmulas seguras de estúdio.
O primeiro ato de Terror em Shelby Oaks
O primeiro ato é, sem dúvida, o ponto alto da produção. Stuckmann abre a narrativa com uma sequência de found footage que remete diretamente a A Bruxa de Blair. Acompanhamos os últimos momentos de uma personagem desaparecida, e logo a estética muda para um formato quase documental, com entrevistas, depoimentos e materiais de arquivo que constroem o mito em torno dos misteriosos assassinatos de Shelby Oaks, uma pequena cidade americana. Essa abordagem híbrida, misturando realidade e ficção, cria uma aura de mistério. Há um senso de investigação jornalística e paranoia coletiva que prende o espectador — especialmente nos primeiros 40 minutos.
Outro acerto é o design de produção. pois as composições de câmera e a fotografia acinzentada lembram a Pripyat pós-Chernobyl, evocando aquele misto de fascínio e repulsa típico de cidades fantasmas. É um espaço que respira tensão, e o filme acerta ao explorar essa geografia como personagem. A sequência dentro do presídio, filmada em handcam, é um dos melhores momentos — claustrofóbica, imprevisível e angustiante.
E aí vem a metade do filme
Mas o problema é que Terror em Shelby Oaks não consegue sustentar essa força inicial. Quando a narrativa passa a acompanhar Mia Brennan-Walker (interpretada por Camille Sullivan), irmã da garota desaparecida, o roteiro começa a se fragmentar. A personagem até tem motivações compreensíveis — o luto e a culpa a movem —, mas suas atitudes beiram o ilógico. Ela toma decisões tão inconsequentes que acabam rompendo a imersão. O que era para ser uma busca desesperada pela verdade se transforma em uma sequência de escolhas para levar o roteiro adiante.
Esse desequilíbrio é agravado pela direção inexperiente de Stuckmann. Como ex-crítico de cinema, ele demonstra conhecimento teórico de gênero, mas carece de maturidade narrativa. Sabe-se também que, após a Neon comprar os direitos, houve injeção de verba e alterações significativas, incluindo um novo final e o aumento da violência gráfica. Quando ao segundo ponto, acho justíssimo, mas o desfecho é menos ousado, menos autêntico e, em última instância, menos memorável.
Apesar das falhas, o longa não é um desastre completo. O uso de câmeras subjetivas e edição de sons cria momentos de verdadeiro desconforto. Há também uma crítica sutil ao sensacionalismo digital, representada pelos “Paranóicos Paranormais”, o canal de YouTube que explora tragédias alheias em busca de audiência. Essa camada metalinguística é interessante e poderia ter rendido mais se o roteiro tivesse coragem de aprofundá-la.
No entanto, esses méritos isolados não salvam o filme de seu principal defeito: a falta de identidade narrativa. Terror em Shelby Oaks tenta ser ao mesmo tempo um mockumentary, um drama sobre trauma familiar e um terror sobrenatural, mas nunca escolhe qual dessas vozes quer seguir. O resultado é uma obra confusa, que perde força a cada tentativa de agradar todos os públicos.
E se Flanagan tivesse dirigido Terror em Shelby Oaks?
Se Mike Flanagan estivesse na direção, talvez o resultado fosse outro — mais coeso, mais emocional, mais maduro. Ainda assim, há talento em potencial, e é possível que Stuckmann, em um futuro projeto com maior liberdade criativa, consiga lapidar o que aqui aparece de forma dispersa.
Se vier uma sequência, será mais por interesse comercial do que por necessidade narrativa. E, sinceramente, talvez fosse melhor deixar Shelby Oaks e seus fantasmas descansarem em paz.
Onde assistir Terror em Shelby Oaks?
Sinopse de Terror em Shelby Oaks:
A busca desesperada de uma mulher por sua irmã há muito tempo perdida torna-se uma obsessão ao perceber que o demônio imaginário de sua infância pode ter sido real.
Nota: ★★½
Título Original: Shelby Oaks
Ano Lançamento: 2025 (EUA | Bélgica)
Dir.: Chris Stuckmann
Elenco: Sarah Durn, Camille Sullivan, Sloane Burkett, Brenna Sherman, Caisey Cole, Anthony Baldasare, Eric Francis Melaragni, Michael Beach, Emily Bennett, Ashleigh Snead
Curiosidades de Terror em Shelby Oaks
A campanha de financiamento coletivo de Terror em Shelby Oaks atingiu sua meta inicial de US$ 250 mil em apenas 24 horas.
Todas as metas estendidas — até US$ 1 milhão — foram alcançados antes do fim da campanha, que terminou com US$ 1.390.845 arrecadados de 14.720 apoiadores, tornando-se o filme de terror mais financiado da história do Kickstarter.
Cerca de oito meses após a Neon adquirir o longa, o estúdio financiou três dias de refilmagens que custaram mais de US$ 1 milhão, incluindo cenas mais violentas que não puderam ser feitas com o orçamento original.
O editor Brett W. Bachman (Mandy, Pig) foi contratado pela Neon para dar a Terror em Shelby Oaks uma edição mais “refinada e polida” após as refilmagens.
Em 2020, Chris Stuckmann citou o filme Caçada e elogiou a atuação de Camille Sullivan em um vídeo de seu canal. Anos depois, ela se tornou a protagonista de Terror em Shelby Oaks — um verdadeiro “momento de ciclo fechado” para o diretor.
As cenas do presídio foram filmadas na Ohio State Reformatory, também conhecida como Mansfield Reformatory, a mesma prisão usada em Um Sonho de Liberdade.
Os portões vistos quando Mia chega à prisão não são os originais — são um cenário remanescente do filme Força Aérea Um (1997), ainda preservado no local.
Em um dos pôsteres promocionais do filme mais de 14 mil pessoas que financiaram a obra foram incluídas como forma de agradecimento.
O termo “succubus” (súcubo) aparece como referência a uma demônia feminina que visita homens durante o sono, imobilizando-os e mantendo relações sexuais — o equivalente masculino é o “incubus”.
A atriz Emily Bennett, que interpreta a diretora do “filme dentro do filme”, é também uma diretora e roteirista de verdade, com trabalhos reconhecidos em festivais.
Apesar das refilmagens financiadas pela Neon, o projeto manteve seu espírito independente, com grande parte da equipe e elenco formada por profissionais que apoiaram o filme desde o início.
Críticas
A Memória do Cheiro das Coisas | Resenha | Vale a pena assistir?
Coproduzido por Portugal e Brasil, A Memória do Cheiro das Coisas é um dos filmes que estiveram na programação da 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Dirigido por António Ferreira, o longa se revela uma reflexão sobre envelhecimento, solidão, culpa e colonialismo, temas que se entrelaçam em um drama silencioso, quase sufocante, que exige do espectador um olhar paciente e empático. É um filme sobre o tempo — o tempo que corrói, que pesa, que se repete — e sobre a dificuldade de se desprender de tudo aquilo que já passou, mas que insiste em permanecer.
O protagonista Armênio, vivido por José Martins, é um homem no fim da vida que habita um lar de repouso, espaço que se torna um microcosmo de suas dores e fantasmas. Martins entrega uma atuação precisa, contida, quase física, traduzindo em cada gesto a fragilidade e o esgotamento de alguém que já não encontra sentido em existir (e talvez por isso siga fumando excessivamente). Seu corpo cansado, seus movimentos lentos e suas pausas intermináveis revelam muito mais do que as palavras poderiam dizer.
Ferreira opta por longas tomadas e planos fixos, que não apenas retratam o ritmo da velhice (e de outros senhores e senhoras naquele local), mas também impõem ao público uma experiência de imersão no tempo dilatado.
A Memória do Cheiro das Coisas e a claustrofobia do cenário
O lar onde o personagem vive é um ambiente de clausura e esquecimento. As janelas não se abrem, os corredores são longos e silenciosos, e a sensação de claustrofobia é constante. Ferreira faz do cenário um personagem à parte: a arquitetura fria e impessoal reflete a ausência de liberdade e de futuro.
É ali que o simples ato de abotoar uma camisa ou andar até o final do corredor torna-se um desafio gigantesco. A câmera, paciente, registra esses gestos mínimos com respeito e brutalidade, transformando o banal em poético e o cotidiano em metáfora. Apesar disso, ainda senti que poderia haver maior fluidez em sequências específicas, pois o projeto parece ter uma duração maior do que, de fato, tem.
Mas A Memória do Cheiro das Coisas vai além da velhice. Ele mergulha também nas marcas do colonialismo português. Armênio é um ex-soldado que lutou na Guerra Colonial Portuguesa, conflito que levou o exército europeu a lutar para manter o domínio sobre colônias africanas como Angola e Moçambique. Essa experiência deixou nele um rastro de preconceito e desumanização que o acompanha até a morte.
Quando Hermínia, uma nova enfermeira negra, chega à casa de repouso, o velho homem a trata com paternalismo e racismo — chamando-a de “minha pretinha” e tocando-a sem consentimento.
Hermínia, interpretada com sensibilidade e força por por Mina Andala, torna-se o contraponto da narrativa. É através dela que A Memória do Cheiro das Coisas propõe uma possibilidade de reconciliação, ainda que frágil, entre vítima e algoz, passado e presente. O encontro entre ambos não é simples — há violência simbólica, há mágoa, há resistência —, mas também existe ali uma forma silenciosa de compaixão. Hermínia não o perdoa, mas também não o ignora.
Essa ideia está expressa já no título do filme. pois o “cheiro” é uma metáfora para o passado que se impregna, que não se dissipa, que retorna de maneira inesperada. Armênio é, em essência, um homem que vive cercado por memórias que ele já não pode controlar. Ferreira transforma esse conceito em imagem: o tempo parece se dissolver, os sons tornam-se distantes, e a narrativa, por vezes, se curva à própria lentidão, criando uma atmosfera quase hipnótica.
Subtexto social em A Memória do Cheiro das Coisas
Há também um subtexto social importante: o filme denuncia não apenas o abandono dos idosos, mas também a indiferença familiar e institucional. A família de Armênio pouco se importa com ele — com exceção de um filho que tenta manter algum vínculo —, e essa ausência reflete um ciclo vicioso de descuido e desumanização. Ferreira sugere que, assim como o colonialismo deixou marcas profundas nas relações sociais, a forma como tratamos nossos velhos revela muito sobre o tipo de sociedade que construímos.
O desfecho não oferece redenção fácil nem respostas reconfortantes e se encerra com a mesma serenidade inquieta com que começou, deixando no ar a sensação de que a memória — seja do corpo, da culpa ou da história — nunca desaparece completamente.
Esse colonialismo se segue, e isso pode ser prejudicial, no fim das contas, já que o pai da enfermeira também lutou ao lado dos portugueses. Reparação histórica até a segunda página e, mesmo assim, não dá pra negar que o espectador sairá da sessão de A Memória do Cheiro das Coisas igual.
Onde assistir A Memória do Cheiro das Coisas?
Sinopse de A Memória do Cheiro das Coisas:
Diante da vulnerabilidade da velhice, Arménio é obrigado a encarar os fantasmas do passado, enquanto uma amizade inesperada floresce entre ele e Hermínia. Este filme é um retrato poético e intimista de um idoso em um asilo, explorando a fragilidade da condição humana, a inevitabilidade da morte e a busca por redenção. Aborda questões urgentes da nossa sociedade, como o envelhecimento da população e o racismo estrutural.
Nota: ★★★½
Título Original: A Memória do Cheiro das Coisas
Ano Lançamento: 2025 (Portugal | Brasil)
Dir.: António Ferreira
Elenco: José Martins, Mina Andala, Pedro Lamas, Robson Lemos, Maria Manuel Almeida, Maria José Almeida, Sofia Coelho, Paula Barata, José Castela, Cláudia Carvalho
Curiosidades de A Memória do Cheiro das Coisas
- O filme foi rodado quase inteiramente em uma antiga clínica, que foi transformada em uma casa de repouso para a produção.
- A cena em que o protagonista, Arménio, se mistura à multidão de manifestantes foi filmada durante uma manifestação real de 1º de maio em Coimbra, Portugal. Elenco, equipe e atores de apoio se integraram discretamente ao evento ao vivo, capturando o momento com o mínimo de intrusão e uma energia autêntica.
Críticas
O Beijo do Dragão | Resenha | Vale a pena assistir?
De tempos em tempos eu venho reassistindo filmes que marcaram, de alguma forma, minha adolescência. E me lembro que adorava O Beijo do Dragão, assim como Romeu tem que Morrer (este segundo ainda não revi), que passavam na Tela de Sucessos do SBT de tempos em tempos. O fato é que, nesta época, Jet Li estava no seu auge em Hollywood, pois, além destes já citados, ainda entraria O Confronto (uma das tantas cópias de Matrix), Contra o Tempo, Cão de Briga (que é divertido) e Rogue – O Assassino, só para citar alguns.
O astro contracena com Bridget Fonda, num casting extremamente aleatório e quase sem nexo. Isso porque o roteiro, escrito a seis mãos por Jet Li, Luc Besson e Robert Mark Kamen, se passa na França e é uma salada indigesta com algumas boas coreografias de luta, ou seja, envelheceu tão mal quanto a carreira da atriz, que não faz nada desde 2002 – após seu casamento com Danny Elfman, resolveu se concentrar no cuidado de sua família.
Dirigido pelo desconhecido Chris Nahon, temos uma peneira como história, pois o casal se conhece num apartamento, onde há um crime e, depois, se reencontram quando ela, uma prostituta, pede para usar o banheiro da loja onde o personagem de Li está. Paris deve ser do tamanho de Monte Mor, interior de São Paulo, não é possível!
Porradaria, mortes e polícia idiota resume bem o que é O Beijo do Dragão
Há sequências bastante violentas, mas há também uma polícia que não faz a menor questão de salvar os civis – em uma sequência dentro de um túnel, o policial atira em todo mundo para tentar acertar nosso ‘herói’. Comparativamente, é interessante notar como o gênero da ação mudou em pouco tempo, pois aqui, Hollywood ainda era influenciada pelos heróis brucutus, das décadas de 1980 e 1990, contudo, um ano depois chegaria Identidade Bourne e tudo ficaria mais real e ‘pé no chão’.
O que resume bem O Beijo da Dragão é a luta de Jet Li contra os irmãos gêmeos dentro de uma espécie de escritório. Aquilo é o suprassumo da breguice – as mesas atrapalham a movimentação e a dinâmica de luta de um deles… a gente tem que rir mesmo. Enfim, essa é uma das tantas obras que merecem permanecer em nosso imaginário, pois é difícil de chegar até o final.
Onde assistir O Beijo do Dragão?
Sinopse de O Beijo do Dragão:
Liu Jian, um agente secreto chinês em missão diplomática em Paris, vira alvo de uma armação sangrenta quando testemunha acidentalmente o assassinato de um político por policiais corruptos.
Nota: ★★
Título Original: Kiss of the Dragon
Ano Lançamento: 2001 (EUA | França)
Dir.: Chris Nahon
Elenco: Jet Li, Bridget Fonda, Tchéky Karyo, Ric Young, Burt Kwouk, Max Ryan
Curiosidades de O Beijo do Dragão
O Beijo do Dragão teve bilheteria de US$ 64,4 milhões e um orçamento de US$ 25 milhões.
O diretor Chris Nahon precisou desacelerar a luta entre Jet Li e Cyril Raffaelli porque eles se moviam rápido demais para a câmera capturar com clareza.
Cyril Raffaelli conseguia fazer a acrobacia de um salto mortal para trás com chute sem o uso de cabos.
O estilo de luta do filme foi inspirado em comentários de fãs no fórum oficial de Jet Li, pedindo combates mais realistas, como em Lutar ou Morrer (1994).
Em uma cena com Max Ryan (Lupo), Jet Li o atacou sem o diretor dizer “corta” após o diálogo, e a reação assustada do ator foi tão real que foi mantida no filme.
A cena em que Jet Li é emboscado por policiais franceses acontece no mesmo túnel da Ponte de Alma, em Paris, onde a princesa Diana faleceu.
Apenas duas cenas usaram efeitos digitais: quando Jet Li cai no duto de lavanderia em chamas e quando ele chuta a bola de sinuca no hotel.
Durante entrevistas de divulgação, Bridget Fonda e Tchéky Karyo declararam estar impressionados com as habilidades de Jet Li nas cenas de luta.
Foram usados apenas 7 cabos para acrobacias em todo o filme.
A tartaruga que Richard guarda na gaveta era, na verdade, o animal de estimação de um dos membros da equipe técnica.
A placa do táxi que leva Jet Li no início é “5080TAG4”, o que pode ser lido como “sabotage” – uma dica sobre o que está por vir.
Esse foi o primeiro filme dirigido por Chris Nahon.
Na ficha do orfanato, a filha de Jessica se chama “Isabel Kamen”. Isabel é o nome verdadeiro da atriz mirim (Isabelle Duhauvelle) e Kamen é o sobrenome do roteirista (Robert Mark Kamen).
Na cena com o Arco do Triunfo, as árvores aparecem sem folhas, mas nas cenas internas do táxi, elas têm folhas — indicando uso de imagens de arquivo.
Burt Kwouk (tio Tai) atuou em três filmes de James Bond. Tchéky Karyo participou de GoldenEye (1995).
Em uma cena, Tchéky Karyo pergunta a Bridget Fonda se ela escapou pela janela, o que remete a La Femme Nikita, filme que ele estrelou, e ao remake americano Point of No Return, estrelado por Fonda.
A maioria das lutas foi realizada por Jet Li, sem substituição por dublês.
Antes do lançamento, o filme quase recebeu o nome de The Red Dragon, mas foi alterado para evitar confusão com outras produções.
Críticas
O Exorcista | Resenha | Vale a pena assistir?
O Exorcista completou, em 2025, 52 anos de seu lançamento e, por conta do mês do Halloween, não tinha como não assisti-lo. Esse é um daqueles projetos que revejo de tempos em tempos e, ainda assim, consigo notar novos detalhes que enriquecem a história, os personagens e este universo tirado do livro de William Peter Blatty (que também assina o roteiro) e transposto impecavelmente por William Friedkin.
O tom soturno das locações, da fotografia e da psique de Regan e companhia, se deteriora mais e mais com o passar do tempo. A garota e Chris MacNeil (Linda Blair e Ellen Burstyn, respectivamente), vivem o luto da separação – uma é a filha que o pai, praticamente, abandonou e a outra é uma mãe que precisa fazer de tudo para dar o melhor para a menina, sendo uma estrela de Hollywood.
Portanto, este, assim como tantos outros terrores, tem camadas que vão além dos sustos e também pode ser considerado um drama potente. Numa outra linha narrativa, temos o padre Karras, vivido por Jason Miller, que está com a fé abalada e, mais para frente, o padre Merrin, na pele de Max von Sydow. O elenco é absurdo e genial!
Possessão, efeitos práticos e a criação de uma obra prima chamada O Exorcista
Muitos se lembram de Regan girando a cabeça sob o corpo ou fazendo um ato profano com o crucifixo. Mas essas mais de duas horas de projeção têm muito mais! E todos os pontos são necessários para construir o enredo e esse horror da possessão. Há ceticismo e descrença num primeiro momento. A ciência vem primeiro, para averiguar se havia doenças mentais e os próprios médicos têm dificuldades em dar este caminho do exorcismo.
E na hora dos efeitos práticos, tudo é feito com maestria pelo genial e maluco Friedkin, que chegou a extremos para tirar boas atuações – como na cena em que Burstyn é ‘arremessada’ e bate as costas na parede, aquilo não era atuação e ela, de fato, se lesionou seriamente.
Quanto aos prêmios, recebeu indicações ao Oscar – foi o primeiro longa de terror a ser indicado a Melhor Filme, além de faturar Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Esteve no BAFTA, na categoria de Melhor Som e faturou 4 estatuetas no Globo de Ouro: Melhor Filme – Drama, Diretor, Atriz Coadjuvante para Linda Blair e Roteiro.
Apesar das diversas lendas urbanas (9 pessoas que participaram do projeto morreram, seja por conta de quedas, doenças e assaltos), o que precisamos avaliar é que O Exorcista jamais seria produzido, nesses moldes, hoje em dia. Estávamos em uma Hollywood onde os idealizadores tinham a última palavra e não os estúdios. Sorte a nossa em colocarmos as mãos nessa obra prima inesquecível e atemporal.
Onde assistir O Exorcista?
Sinopse de O Exorcista:
No início, vemos um padre no Iraque, desenterrando algo no meio da areia. Nos Estados Unidos, uma atriz percebe mudanças no comportamento da filha. Diversos exames são feitos, mas os diagnósticos nunca são precisos, até que numa noite, a cama de Regan começa balançar sozinha e outros móveis saem do lugar. Daí a descobrirem a inevitável possessão é questão de minutos e um padre é chamado e aceita fazer o exorcismo da menina.
Nota: ★★★★★
Título Original: The Exorcist
Ano Lançamento: 1973 (EUA)
Dir.: William Friedkin
Elenco: Max von Sydow, Jason Miller, Ellen Burstyn, Linda Blair, Lee J. Cob,William O´Malley
Curiosidades de O Exorcista
- O ator Jason Miller, que interpretou o Padre Karras, teve uma discussão acalorada com o diretor. Isso porque Friedkin teria disparado uma arma perto de seu ouvido para obter uma reação autêntica.
- No primeiro dia de ensaio da sequência do exorcismo, a maneira como Linda Blair proferia o diálogo obsceno perturbou tanto Max von Sydow, intérprete do Padre Merrin, que ele chegou a esquecer suas falas.
- Devido às ameaças de morte contra Linda Blair por fanáticos religiosos que acreditavam que o filme “glorificava Satanás”, a Warner Bros. manteve guarda-costas protegendo-a por seis meses após o lançamento do filme.
- A voz do demônio foi feita por Mercedes McCambridge. Ela insistiu em engolir ovos crus e fumar compulsivamente para alterar suas vocalizações. Além disso, queria beber uísque para distorcer a voz, mas como estava abandonando a sobriedade, exigiu que seu padre estivesse presente para aconselhá-la durante o processo de gravação. A pedido de Friedkin, ela também foi amarrada a uma cadeira com pedaços de um lençol rasgado para obter um som mais realista do demônio lutando contra as restrições.
- A atriz Ellen Burstyn, que fez Chris MacNeil, sofreu uma lesão permanente na coluna durante as filmagens da cena em que é atirada ao chão pela filha possuída, fraturando o cóccix.
- O vômito que Regan atira em Padre Karras é, na verdade, sopa grossa de ervilha.
- O set do quarto de Regan era resfriado com quatro aparelhos de ar condicionado, e as temperaturas chegavam a ficar em -1°C. Estava tão frio que a transpiração congelava em alguns membros do elenco e da equipe.
- Para fazer Max von Sydow parecer muito mais velho do que seus 44 anos na época, o maquiador Dick Smith aplicava látex líquido e, ao secar, esticava a pele do ator. Este procedimento de maquiagem durava três horas diariamente e causava grande desconforto no ator.
- O local da escavação arqueológica visto no início do filme é o sítio real da antiga Nínive, em Hatra, Iraque. Friedkin teve que levar uma equipe totalmente britânica, pois os EUA não tinham relações diplomáticas com o Iraque na época.
- Mercedes McCambridge teve que processar a Warner Bros. para receber crédito como a voz do demônio. Friedkin disse que ela originalmente não queria crédito, afirmando que desejava que o público acreditasse que a voz era de Regan, mas mudou de ideia após o lançamento.
- O teaser trailer original, que consistia quase apenas em imagens do demônio de rosto branco piscando rapidamente na escuridão, foi banido em muitos cinemas por ser considerado “muito assustador”.
- A contorcionista Ann Miles foi contratada para realizar a famosa cena da “caminhada de aranha” na escada. Friedkin a excluiu antes do lançamento de 1973 por achar que era “demais” e porque era difícil esconder os fios na época. Ele a adicionou de volta na versão estendida de 2000, com os fios removidos digitalmente.
- Vasiliki Maliaros (a mãe de Padre Karras) nunca havia atuado em um filme antes. Ela foi descoberta em um restaurante grego. Friedkin e o autor William Peter Blatty acharam que ela se parecia muito com a mãe de ambos.
- O estúdio queria Marlon Brando para o papel de Padre Karras ou Padre Merrin, mas o diretor vetou, alegando que com Brando o filme se tornaria um “filme de Brando”.
- Jack Nicholson também foi cotado para o papel de Padre Karras. Contudo, Friedkin achou que Nicholson era muito “não-santo” para interpretar um padre.
- Linda Blair recebeu sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante antes que se soubesse amplamente que Mercedes McCambridge havia fornecido a voz do demônio. A controvérsia sobre Blair receber crédito pelo trabalho de outra atriz prejudicou suas chances de ganhar o prêmio.
- Em seu lançamento inicial, O Exorcista afetou o público de forma tão intensa que, em muitos cinemas, paramédicos foram chamados para atender pessoas que desmaiaram e outras que entraram em histeria.
- Paul Bateson, que participa de uma cena onde um cateter é inserido na garganta de Regan, era um técnico de raio-x do NYU Medical Center. Em 1979, ele foi condenado pelo assassinato de um crítico de cinema e foi um suspeito nos chamados “assassinatos da sacola”.
- A cena em que o Padre Merrin sai do táxi e para em frente à residência MacNeil banhado em um brilho misterioso foi inspirada na série de pinturas “O Império das Luzes” (L’Empire des lumières) de René Magritte.
- De acordo com o autor William Peter Blatty, a Warner Bros. queria mudar o título do filme depois de uma pesquisa que constatou que nenhum dos participantes sabia o que era um exorcista.
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