DRÁCULA DE BRAM STOKER
Críticas

DRÁCULA DE BRAM STOKER

tudomercado.com.br8

Independentemente da fidelidade em relação ao texto original, é sempre bom sairmos do marasmo das adaptações dos vampiros do século XXI, com seus trejeitos femininos, lotados de pó branco na cara e purpurina pelo corpo todo (ou vocês acham que o brilho de Edward vem ‘de dentro dele’?). Francis Ford Coppola vinha de dois projetos que poderiam ter ido muito melhores nas bilheterias e ‘Drácula de Bram Stoker’ chegou para salvar sua pele e dar aos cinéfilos outra obra de auto valor.

A recriação dos ambientes e o clima soturno nos faz lembrar bastante de outra produção de época: ‘A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça’ de Tim Burton, que chegou aos cinemas 7 anos depois e tem óbvias referências desta película. Coppola usa a sombra muitíssimo bem e constrói um amálgama de suspense, dando a impressão de que o mal é tão evidente que até o reflexo de Drácula é extremamente ofensivo e assustador.

Um dos únicos adendos dentre todos os 120 minutos de longa é a presença canastrona de Keanu Reeves, que com aquele cabelinho escorrido e a cara de insosso, poderia muito bem ter ficado de fora e também a pesada maquiagem em Gary Oldman, mas toda essa ‘alegoria carnavalesca’ não tira seu brilho na atuação.

Após defender ferrenhamente a igreja em suas batalhas e mesmo assim ter sua noiva enganada e morta, o Conde renuncia a Deus e jura saciar sua fome de vingança com sangue, daí vem a maldição de ser condenado à sede eterna. Quatro séculos depois, Jonathan Harker parte para a mansão do Conde Drácula para vender dez terrenos na área de Londres. Mas é feito prisioneiro pelo Conde, que descobriu que a noiva de Harker é a encarnação de sua amada.

As passagens de um take para outro variam muito e dão uma personalidade fílmica intrigante, juntamente com os cinco minutos iniciais, que são de uma beleza gráfica de encher os olhos. O diretor vai do real ao surreal tão delicadamente que deixa os espectadores inertes. ‘Drácula de Bram Stoker’ é místico e pode ter diversos tipos de leitura, mas é, acima de tudo, um suspense exemplar que já não se encontra hoje em dia nos cinemas.

Título Original: Dracula
Ano Lançamento: 1992 (EUA)
Dir: Francis Ford Coppola
Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Cary Elwes, Bill Campbell

ORÇAMENTO: 40 milhões de dólares

Deixe um comentário

Você não pode copiar o conteúdo desta página