Entrevista | Daniela Gracindo sobre o Festival Pequeno Cineasta

Dicró

Daniela Gracindo é filha de Gracindo Jr. e neta de Lima Duarte, mas além disso, é uma das curadoras do Festival Pequeno Cineasta, que vai para sua 7ª edição. E disse que a ideia do festival surgiu “quando começamos (eu, meu pai e meu irmão Pedro Gracindo) a realizar o ​documentário em homenagem ao meu avô “Paulo Gracindo, o Bem Amado”. Aí me surgiu a ideia de experimentar uma turma de cinema com crianças, já que eu gostava muito de trabalhar com este público. Assim em 2009 formei a primeira turma da Oficina Pequeno Cineasta.”

Depois deste primeiro contato, Daniela saiu à procura de trabalhos que envolvessem crianças e cinema e descobriu “filmes incríveis realizado por crianças e jovens e daí veio minha decisão em realizar um Festival onde pudesse compartilhar estas preciosidades.”

O resultado foi tão intenso para sua vida que hoje ela foca seu trabalho em “projetos que nascem deste objetivo que floresceu em meu coração: dar voz a infância e a juventude através da linguagem áudio-visual.”

Cinema e Pipoca: Quantos filmes já saíram nessas 6 edições do Festival Pequeno Cineasta e quantas dessas crianças continuaram a carreira nessas áreas?​​
Daniela Gracindo: Recebemos o total de 904 filmes de cerca de 28 países participantes​ nestas 6 edições. Como o trabalho é voltado para crianças desde seus 8 anos de idade, ainda não são muitos os que já chegaram a idade de optar por um carreira. Mas já tenho alunos com filmes sendo exibidos em outros festivais internacionais e também alunos que optaram pela graduação universitária em cinema. Tenho um aluno que vale a pena destacar, Felipe Leibold. Hoje com 17 anos, entrou na primeira turma da Oficina quando tinha 9. Este jovem que por sinal é muito talentoso, já realizou ao longo destes 8 anos, 20 filmes de curta metragem, 4 deles premiados em Festivais e está finalizando hoje o seu primeiro longa-metragem que não por acaso estou produzindo.

Festival Pequeno Cineasta
Daniela Gracindo participando das oficinas

CP: Como são feitas as escolhas dos filmes que serão exibidos na Mostra Competitiva?
DG: A primeira triagem é feita por mim e pela Coordenadora Pedagógica do Festival, Sância Velloso. Analisamos se os filmes foram criados de fato por jovens entre seus 8 e 17 anos, e se a obra enviada apresenta-se dentro da linguagem áudio-visual. Depois convidamos em torno de 10 profissionais das áreas de cinema e educação para formarem a curadoria que assiste a todos os filmes em uma sessão fechada, para definir quais títulos serão selecionados para cada edição.

CP: Esta é uma pergunta que está no site do Festival Pequeno Cineasta. Portanto, gostaria de saber se você já descobriu “O que uma criança é capaz com uma câmera na mão?”
​DG: Descobri que elas são capazes de ampliar nosso olhar! É uma grande oportunidade pegar carona nesses diversos olhares, frescos e cheios de vida. Há muito o que aprender e trocar com uma criança ou com um jovem. E o cinema é uma ferramenta e tanto!

Festival Pequeno Cineasta
Crianças assistem a uma das sessões do festival

​​
CP: Além das obras que são apresentadas, ainda há Mostra Itinerante, Oficinas e a questão de Sustentabilidade. Esta abrangência de temas, que utiliza a cultura como ferramenta de inserção, é algo que falta em nosso país?
DG: Sinto que a maior carência do nosso país é a qualificação da cultura e da educação. Estamos vivendo tempos de uma grande transformação de valores. Precisamos continuar lutando e garantindo o espaço para projetos que promovam a troca de conhecimento, reflexão, a expressão do seu povo e de sua cultura e a integração entre eles.

CP: Por enquanto o Festival está apenas no Rio de Janeiro. Têm a intenção de levá-lo para outros estados?
​DG: Na edição passada itineramos pela primeira vez com o Festival e as Oficinas, para São Paulo e para Brasília. Este ano estamos planejando seguir também para o Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina.

Festival Pequeno Cineasta
Lima Duarte também esteve presente

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

Você não pode copiar o conteúdo desta página

GeraLinks - Agregador de linksTrends Tops - Trending topicsÀ toa na net