Você já se perguntou como funciona uma distribuidora de filmes no Brasil? Nós do Cinema e Pipoca também! E por isso fomos atrás de respostas para tirar as suas e as nossas dúvidas. Entramos em contato com o pessoal da A2 Filmes, uma das nossas empresas apoiadoras, e entrevistamos Afonso Fucci e André Cavalini, que são Gerente de Marteting e Assessor de Imprensa, respectivamente.
Criada há quase 3 anos por Almir Santos e Alexandre Freire, a A2 Filmes comprou os catálogos da Flashstar e, consequentemente da Focus Filmes (a Flashstar já havia adquirido a Focus), para poder revender no varejo. Fucci comenta que “resolvemos manter os dois selos por serem nomes fortes e bem antigos no mercado. Mas mudamos um pouco o foco, pois as duas empresas anteriores eram voltadas para home-vídeo, enquanto esta nova é voltada para conteúdo, ou seja, hoje em dia compramos filmes para passar na TV, VOD, nos cinemas e etc”.
E por que um filme sai para o cinema com um selo e para streaming, VoD e etc, com outro? Fucci e André explicam que “para nós não é interessante colocar no cinema, porque teríamos que montar toda uma estrutura e uma equipe só para isso. Então preferimos o método de parcerias. A Europa Filmes, por exemplo, coloca alguns títulos nossos nos cinemas, o último é o Van Gogh, trabalham em cima dele, até sair do circuito. Depois volta para nós”.
Ainda sobre lançamentos nos cinemas, o trâmite é bem mais complexo. A empresa tem que ter uma técnica apurada e uma pessoa experiente em programação pois “deve saber, por exemplo, que no final de ano comédia não dá certo, mas terror pega. Hoje está muito concorrido, pois você tem os blockbusters que ocupam 70, 80% de salas e você tem que lutar contra 10 empresas para faturar estes outros 20%”, cita Cavalini.
Segue uma parte da entrevista que fizemos com o pessoal da A2 Filmes:
Falando em home-vídeo e digital, foi interessante notar que ex-astros como Van Damme e Dolph Ludgren, por exemplo, ainda tem um público fiel e são apostas certas das distribuidoras. E também que o Blu-Ray, por ser uma mídia extremamente cara e que chega ao consumidor por R$ 70,00, no mínimo, foi deixada de lado. Mas André, ao ser perguntado sobre o fim da mídia física fala que “é muito taxativo dizer que vai acabar, a tendência é ficar em segundo plano. Sempre tem o público vintage”.
O gênero gospel cresceu consideravelmente e Fucci fala do feeling que tiveram ao adquirir vários desses títulos, antes mesmo de todo sucesso. “Corremos muito atrás destes filmes e temos um baita catálogo. Precisamos apenas de cuidado com a dublagem e a legendagem. Não utilizarmos termos como rezar, a gente procura usar orar, pois pelo menos encaixa em todas as religiões”.
Por fim, eles comentam que são eles mesmos que dão o título nacionais aos filmes do próprio catálogo e reconhecem que “nem sempre acertamos”.
E aí, sabia como funciona uma distribuidora de filmes no Brasil? O que achou da entrevista e da postagem? Comente conosco!
Créditos da foto do topo: M. V. Pacheco.