Lars Von Trier é daqueles típicos diretores que ou você ama ou odeia. Sua carreira é pautada por muitas polêmicas e filmes que esbanjam coragem e entrega dos atores – Bjork que o diga. Anticristo é um terror psicológico dos bons e consegue mexer com os sentimentos mais profundos do espectador, pois há sofrimento de sobra.
A belíssima cena inicial em preto e branco, que mescla o ápice do desejo – uma relação sexual bastante intensa –, com o ápice do sofrimento de um ser humano – a perda de um parente próximo, no caso, o filho dos protagonistas – dita como serão as regras por aqui.
Willem Dafoe (Homem Aranha) e Charlotte Gainsbourg dão aos seus personagens camadas dramáticas muito poderosas, que se fundindo com a fotografia e a ambientação claustrofóbica. Mas a forma lenta de contar a história e algumas situações deslocadas poderão incomodar ou não fazer sentido para muitos espectadores.
Dividido em capítulos, o roteiro conta a história de uma casal que se muda para uma casa na floresta, para tentarem superar a morte do filho. Conforme o tempo passa, tanto ele quanto sua esposa entram numa agonia sem fim e desencadeia acontecimentos misteriosos com consequências ainda mais trágicas e chocantes.
Mesmo que a floresta onde estão ser chamada de Éden, o paraíso fica muito longe dali e é mais fácil ter uma pequena dimensão do que é o inferno. Lars Von Trier disse em Cannes que Anticristo era o projeto de sua vida e não há como negar que o diretor, cada vez mais, consegue entender os meandros do sofrimento humano.
Título Original: Antichrist
Ano Lançamento: 2009 (Estados Unidos)
Dir: Lars Von Trier
Elenco: Charlotte Gainsbourg, Willem Dafoe, Storm Acheche Sahlstrom
ORÇAMENTO: 11 milhões USD
NOTA: 7,5
Por Éder de Oliveira