ANOMALISA

anomalisa

Fico feliz ao notar que a qualidade das animações no Oscar de 2016 está maior que nos últimos tempos, principalmente porque a Academia saiu da mesmice do Globo de Ouro e não indicou ‘Snoopy & Charlie Brown’ ou ‘O Bom Dinossauro’, mas sim ‘O Menino e o Mundo’ e este ‘Anomalisa’, novo projeto de Charlie Kaufman.

O estranhamento – algo um tanto comum nos filmes do diretor – aparece nas vozes das personagens femininas que são, em sua maioria, grossas e masculinizadas, ou seja, Michael Stone vê todos sem diferenciação, como se seu mundo fosse lotado de pessoas iguais – com o passar do tempo algo abre os olhos dele com uma força sem precedentes.

A construção dos ambientes e das personalidades pode ser vagarosa demais, porém, o uso das cores e do stop motion deixa tudo tão hipnotizante que fica difícil não se apaixonar por todas as descobertas feitas por este homem fragilizado por um passado que nem o espectador entende direito.

Michael Stone chega para a cidade de Connecticut, onde dará palestras motivacionais, mas antes, entra em contato com uma antiga paixão. A investida não dá certo e ele parte para conhecer outras garotas e se aproximando de Lisa, uma jovem insegura e tímida, que trará o lado mais puro de Stone vir a tona.

Com a adição de Lisa em sua vida e a personificação do amor de forma plena – pelo menos na primeira noite – tudo parece se encaixar para um final hollywoodiano demais e é aí que Kaufman nos joga um balde de água fria, provando que boa parte dos relacionamentos depende de amadurecimento, distanciamento do egocentrismo e partilha, já que a possessão pode distanciar aqueles que, um dia, juraram amor eterno.
PS.: fiquem atentos na maravilhosa cena de Lisa cantando “Girls Just Wanna Have Fun”.

Título Original: Anomalisa
Ano Lançamento: 2015 (Estados Unidos)
Dir: Charlie Kaufman, Duke Johnson
Vozes: David Thewlis, Jennifer Jason Leigh, Tom Noonan

ORÇAMENTO: 8 Milhões de Dólares
NOTA: 7,5

Por Éder de Oliveira

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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