Em sua carreira, Jaume Collet-Serra sempre flertou com o suspense, seja dirigindo (é dele obras como Casa de Cera ou A Órfã), seja produzindo (Hooked Up) ou roteirizando (Terror na Estrada). Ao pegar um plote simples, com poucos atores no elenco e jogar a responsabilidade toda nas costas da competente Blake Lively, acertou como nunca havia conseguido anteriormente.
Águas Rasas vai direto ao ponto em seus 86 minutos e já é o suficiente para fazer o espectador ficar colado na poltrona. A reutilização de clichês encontrados desde que Steven Spielberg encantou o mundo com o clássico Tubarão é bem dosada e respeitosa. Há um deleite visual inacreditável, tanto por conta da natureza – e Jaume mostra isso em diversas tomadas abertas – quanto por conta da própria Lively, que é linda.
A força da natureza em relação aos seres humanos e a paciência das marés, que teimam em demorar para subirem ou baixarem são brutais. A contraponto disso, nossa inteligência e o uso da tecnologia acaba dando vantagem a surfista contra o peixão gigantesco – feito com um CG respeitável.
A edição esperta, insere as conversas da protagonista com seus familiares pelo chat do celular de maneira a dar maior inteiração com o espectador, provando duas coisas bastante importantes nos dias atuais: a primeira é que existe a possibilidade de se fazer bons projetos com pouco orçamento e a segunda é que o gênero do suspense/terror em 2016 está rendendo bons frutos. E os fãs agradecem.
Sinopse de Águas Rasas:
Logo depois de perder a mãe, Nancy resolve partir para uma ilha paradisíaca que sempre teve vontade. Ao perceber que chegou perto demais de uma baleia morta é atacada e ferida por um tubarão. Consegue chegar a um recife, mas dali algumas horas o mar irá cobri-lo e sua vida estará em risco novamente.
Título Original: The Shallows
Ano Lançamento:2016 (Estados Unidos)
Dir: Jaume Collet-Serra
Elenco: Blake Lively, Angelo Jose, Ava Dean, Brett Cullen, Chelsea Moody
ORÇAMENTO: 13 Milhões de Dólares
NOTA: 7,5
Por Éder de Oliveira