50 ANOS DE ‘A NOVIÇA REBELDE’
2 de março de 1965.
Enquanto a Guerra do Vietnã colocava os jovens nas ruas em protesto e os adultos apoiavam o governo, Robert Wise estreava o musical “A Noviça Rebelde”, que falava de uma outra guerra: a 2ª Guerra Mundial.
A história se passa na Áustria e conta sobre Maria, uma noviça que gosta de liberdade e que sempre contraria as ordens da Madre Superiora do convento. Maria foi criada para se tornar freira, mas com a rebeldia da noviça, a Madre Berthe acredita que ela precisa conhecer o mundo fora do convento. Com essa intenção, a Madre ordena que a noviça vá ser governanta na casa do capitão Von Trapp . O capitão é viúvo e pai de 7 filhos.
Com seus 174 minutos, a história vai mostrando a relação de Maria com as crianças e com o capitão, que tem como lema a ordem, usando até de um apito para chamar suas crianças. Com o tempo, o capitão se apaixona pela rebeldia da noviça e a jovem pela autoridade de Georg. Eles se casam, as crianças Von Trapp começam a cantar e participam de um festival e nesse momento eclode a 2ª Guerra e a Alemanha invade a Áustria.
O filme é baseado em história real, escrita por Maria Von Trapp, mas a vida do casal não foi exatamente igual ao filme. Antes da guerra, o capitão perde sua fortuna e, para sobreviver, começa a cantar profissionalmente com sua família. Logo em seguida à anexação da Áustria pela Alemanha nazista, em 1938, a família foge pelos Alpes até a Itália e de lá para os Estados Unidos e a mansão dos Von Trapp se torna quartel-general da SS de Heinrich Himmler. Em 1947, o capitão morre de câncer e a família se separa. Maria com dois dos filhos de seu casamento com Georg se tornam missionários no Pacífico Sul e em 1987, em Vermont, morre aos 82 anos de idade.
Ela escreveu o livro em 1950, se tornando um best-seller. Vendeu os direitos de filmagens por U$10.000 dólares e não se beneficiou quando o filme tornou-se um sucesso, faturando quase 1 bilhão de dólares (na moeda atual).
A priori, William Wyler seria o diretor do musical, mas como suas ideias eram diferentes das do produtor, Robert Wise foi escalado. O diretor cogitou Yul Brynner (O Rei e Eu, Os Dez Mandamentos) para interpretar o capitão, que ficou com Christopher Plummer.
Na verdade, não é a voz de Plummer no filme, mas sim a do cantor Bill Lee, e a canção Edelweiss, umas das que são cantadas durante o filme, não é uma canção tradicional na Áustria. O filme ocupa a quarta colocação na lista dos 25 maiores musicais estadunidenses de todos os tempos, idealizada pela American Film Institute (AFI) e divulgada em 2006.
O filme foi vencedor nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor montagem, melhor som e melhor trilha sonora no Oscar de 1966 e também vencedor de melhor filme do Globo de Ouro. Julie Andrews foi indicada como melhor atriz ao BAFTA (Reino Unido) e vencedora do Globo de Ouro, no mesmo ano.
As canções do filme são lindas, Edelweiss, tornou-se canção de ninar, Do-Re-Mi e My Favorite Things são adoráveis. The sound of Music e Maria, as canções que iniciam o filme mostram a personalidade de Maria e Julie Andrews arrasa em todas elas. O primeiro número musical do filme, The Sound of Music, foi exatamente o último a ser rodado pelo elenco, as gravações ocorreram em junho e julho de 1964.
Particularmente, considero esse um de meus musicais favoritos. A montagem, as músicas e as interpretações são sensacionais e para aguentar quase 3 horas de filme, precisa gostar muito de um musical.
Hoje, dia 2 de março de 2015, “A Noviça Rebelde” completa 50 anos. Lady Gaga homenageou, com uma voz imponente, o filme no último Oscar (exibido dia 22/02). Ela começou cantando ‘The Sound of Music’, seguida de ‘My Favorite Things’, ‘Edelweiss’ e finalizando com ‘Climb Every Mountain’. Foi aplaudida de pé pelas celebridades e Julie Andrews subiu ao palco agradecendo e se emocionou com a homenagem.
Vídeo da cena inicial de “A Noviça Rebelde”
Por Carolina Cristina
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