Crítica: A Garota no Trem
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Crítica: A Garota no Trem

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Adaptado do livro A Garota no Trem, escrito por Paula Hawkins, e com direito adquiridos pela Universal Pictures, o título chegou às salas de cinema com grandes expectativas. Dirigido por Tate Taylor, é possível fazer comparações com outras obras do gênero, como Garota Exemplar.

Ambos os projetos utilizam protagonistas femininas que desafiam as normas patriarcais e enfrentam pressões sociais significativas. No entanto, A Garota no Trem apresenta uma série de nuances que merecem uma análise profunda, especialmente no que diz respeito à sua estrutura narrativa, atuações e aspectos técnicos.

Estrutura e direção

Taylor, conhecido por seu trabalho em Histórias Cruzadas, utiliza o recurso de narrações em off para mergulhar no universo interior das personagens, especialmente da protagonista Rachel Watson, interpretada por Emily Blunt (Um Lugar Silencioso). No entanto, isso acaba por inflar o projeto, criando um ritmo mais lento. Com uma duração que se aproxima das duas horas, vai se arrastando devido ao excesso de explicações internas que poderiam ter sido mais sutis ou integradas de maneira mais eficiente na narrativa.

Ou seja, os três atos se desequilibram da seguinte forma: enquanto o primeiro ato é sobrecarregado por informações e introspecções, o segundo ato segue uma linha narrativa que tenta desenvolver o mistério central, mas também sofre com uma falta de dinamismo. É somente no terceiro ato que melhora na fluidez e no suspense, criando uma atmosfera de tensão que se torna bastante envolvente.

Elenco de A Garota no Trem

As atuações são, sem dúvida, um dos pontos fortes aqui. Emily Blunt, como Rachel Watson, entrega uma performance profundamente emocional e convincente. Ela captura com precisão a complexidade de sua personagem, uma mulher lutando com o alcoolismo, enquanto tenta se encontrar em meio a um caos pessoal e emocional. Rebecca Ferguson e Haley Bennett, que interpretam Megan Hipwell e Anna Watson, respectivamente, conseguem solidez, complementando a narrativa com profundidade e nuance.

Por outro lado, Justin Theroux e Luke Evans, que desempenham papéis significativos na trama, não conseguem alcançar o mesmo nível de intensidade e impacto. Theroux, que interpreta o ex-marido de Rachel, Tom, e Evans, que faz o papel de Damien, o amante de Megan, são nada envolventes em comparação com o trio feminino principal. Essa discrepância nas atuações pode ser vista como uma tentativa de refletir a crítica ao machismo e às expectativas sociais, mas na prática, essa diferença prejudica o equilíbrio da trama.

Temas e mensagem

O filme aborda temas complexos, como a imperfeição do “sonho americano” e o voyeurismo humano. Ele explora a ideia de que casais e vidas aparentemente perfeitas frequentemente escondem falhas e problemas.

A Garota no Trem tenta esmiuçar esses conceitos com uma crítica ao patriarcado e à superficialidade das aparências. A narrativa se concentra em como as mulheres na história enfrentam e desafiam as expectativas sociais impostas a elas. Contudo, a execução desses temas poderia ter sido mais eficaz se houvesse uma maior uniformidade nas atuações e uma narrativa mais coesa entre os diferentes atos.

Aspectos Técnicos

A fotografia, que retrata a paisagem urbana e as cenas de maneira sombria e evocativa, contribui para o tom geral de mistério e tensão. A trilha sonora também desempenha um papel que ajuda a intensificar as emoções e ajuda a construir a atmosfera necessária para o drama.

A estética visual e sonora compensa alguns dos desafios enfrentados na estrutura narrativa e nas atuações, como já citamos, oferecendo uma experiência cinematográfica que, embora imperfeita, é eficaz em criar uma sensação de imersão e intensidade.

A experiência de A Garota no Trem

O projeto, apesar dos problemas de ritmo e do desequilíbrio entre os atos, consegue criar uma atmosfera de tensão e suspense que captura o interesse do espectador, especialmente no terceiro ato. As atuações de Emily Blunt, Rebecca Ferguson e Haley Bennett são destacáveis e adicionam profundidade à narrativa, enquanto os aspectos técnicos, como a fotografia e a trilha sonora, contribuem para uma experiência cinematográfica mais rica.

Assim como a vida, que é cheia de altos e baixos, este roteiro oferece uma montanha-russa emocional. Se você conseguir superar o início arrastado, encontrará um desfecho que, embora um tanto melodramático, proporciona uma resposta interessante para a trama.

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A Garota no Trem

Onde assistir A Garota no Trem?

Para assistir ao filme acesse o Netflix, bem como o Prime Video, Starz e Lionsgate. Mas pode alugá-lo ou comprá-lo vá para o Microsoft, o Apple TV, Claro Vídeo ou Amazon Video.

Sinopse do filme

Rachel, inconsolável devido ao seu divórcio recente, passa a viajar todos os dias num trem, a caminho do emprego. Por lá, ela tece fantasias sobre um casal aparentemente perfeito e que vive numa casa próxima de uma das estações. Um dia, algo estranho ocorre e a perturba. Agora precisará se envolver num mistério que pode custar-lhe a vida.

Nota Cinema e Séries: ★★★½

Título Original: The Girl on the Train
Ano Lançamento: 2016 (Estados Unidos | Índia)
Dir: Tate Taylor
Elenco: Emily Blunt, Rebecca Ferguson, Haley Bennett, Justin Theroux, Luke Evans, Édgar Ramírez, Lisa Kudrow

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