QUANDO AS VÍDEO LOCADORAS FAZIAM PARTE DO MEU DIA A DIA
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QUANDO AS VÍDEO LOCADORAS FAZIAM PARTE DO MEU DIA A DIA

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Hoje em dia o mercado de home-vídeo passa por um processo difícil, principalmente por causa da pirataria, e os poucos proprietários de vídeo locadoras que ainda se mantém ‘vivos’, penam para conseguirem um tostão se quer no final do mês. Se na época das ‘vacas gordas’ era praticamente impossível encontrarmos as estreias do mês nas prateleiras por conta da alta procura, hoje há um acumulo de poeira entre um DVD/BluRay e outro.

Como não sou tão garoto assim, me lembro desta época com todo carinho, pois as saudosas vídeo-locadoras foram um grande caminho para que eu pudesse moldar minha paixão pelo cinema. Ficava horas e horas, olhando prateleira por prateleira, para saber qual título iria levar – e essa característica um tanto metódica e indecisa deixava minha mãe com os nervos à flor da pele.

Fiz também algumas amizades, pois num ambiente como aquele era impossível não pedir uma sugestão ao atendente ou mesmo a outro cliente. Lembro-me do dia em que tive o prazer de alugar o romance espanhol ‘Elsa e Fred – Um Amor de Paixão’ (dica de uma das funcionárias da 100% Vídeo) ou os clássicos como ‘Poderoso Chefão’, ‘Alien – O 8º Passageiro’ e as animações japonesas como ‘Dragon Ball Z’ ou o violento ‘O Oitavo Homem – O Policial do Futuro’ – em casa o acordo era o seguinte: se eu conseguisse boas notas nas provas da escola poderia alugar os filmes, caso contrário, ficaria de mãos atadas.

Outro ponto curioso eram as sessões de filmes pornográficos, que ficavam numa salinha isolada e com as portas sempre fechadas. Todo moleque ficava curiosíssimo para entrar, mas um pouco envergonhado também – pelo menos era o meu caso.

Frequentei desde as locadoras de bairro até as grandes lojas da 100% Vídeo e Blockbuster, mas tenho também o desprazer de ver estes mesmos estabelecimentos fechando as portas de maneira dramática, como ocorreu há pouco tempo com a própria Blockbuster americana.

É triste saber que estas novas gerações não terão o privilegio de serem apresentados a este tipo de estilo de vida e se nos anos de 2003, por exemplo, o número de videolocadoras era de aproximadamente 14 mil, hoje não passa de 3 a 4 mil. Numa pesquisa rápida, constatei que para abrir uma franquia da 100% Vídeo, a pessoa terá que pagar R$ 190 mil reais e se não há perspectiva de lucro, como gastar essa grana toda?

Quem viveu a época guardará tais momentos dentro do coração, quem nasceu depois, nunca entenderá por completo o real motivo deste texto.

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