Primeiro Ano (2018) | Crítica

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O filme Primeiro Ano (2018), dirigido por Thomas Lilti, traz à tona as angústias e indecisões vividas por estudantes recém-ingressados na faculdade, especialmente aqueles que enfrentam o temido vestibular. A trama se foca nas pressões dessa fase da vida, nas expectativas não correspondidas e nas frustrações de um jovem tentando encontrar seu caminho.

A abordagem é intimista e, logo no início, Lilti deixa claro que o processo de escolha de uma profissão – algo que muitos de nós, mais velhos, vemos como apenas uma etapa de transição – é, para os protagonistas, uma verdadeira batalha interna. Benjamin (William Lebghil) é um novato que tem grandes expectativas sobre o futuro, mas se vê diante de uma jornada difícil e imprevisível.

O diretor estabelece uma dualidade interessante entre Benjamin e Antoine (Vincent Lacoste), o repetente que enfrenta o vestibular pela terceira vez. Esta diferença ajuda a mostrar as diversas formas de encarar o processo de seleção, de um lado a euforia e esperança do primeiro ano, do outro, o desgaste de quem já enfrentou as mesmas dificuldades e se sente, de certa forma, perdido.

A sensação de urgência é claramente imposta pelo diretor, que vai gradualmente conduzindo os personagens em direção ao ponto de ruptura. A medida que os vestibulandos se aproximam das provas, a ansiedade e o stress começam a transparecer de forma cada vez mais explícita.

Pontos positivos e negativos em Primeiro Ano (2018)

Nem tudo são pontos positivos por aqui. William Lebghil, que interpreta Benjamin, parece não conseguir captar toda a complexidade emocional de seu personagem. A falta de profundidade em algumas expressões pode quebrar a imersão do espectador, que fica com a sensação de que o personagem não está vivenciando a tensão da forma como deveria.

Outro aspecto do filme que merece destaque é a maneira como ele aborda a repetição. O próprio processo de ser um vestibulando é uma rotina cansativa e repetitiva, e Lilti utiliza isso a seu favor ao incluir várias sequências que se repetem ao longo dos 90 minutos de projeção. Isso não é um erro, mas uma escolha consciente do diretor para mostrar como esse período da vida se caracteriza, de fato, por um ciclo de atividades e desafios que se sucedem, sem muita variação.

O segundo ato pode se tornar um pouco arrastado para alguns espectadores, que sentirão a necessidade de uma maior evolução nos acontecimentos. Uma homenagem discreta a Rocky – Um Lutador também é inserida e ajuda a transmitir a ideia de que, assim como no filme de Sylvester Stallone, o vestibulando precisa de muita garra e determinação para seguir em frente, mesmo quando parece que o esforço não levará a lugar algum.

Por fim, Primeiro Ano (2018) consegue lidar com tudo o que se propôs, embora apresente alguns momentos de lentidão e certas limitações na atuação. Obra que merece ser conferida não só por estudantes, mas por quem sabe que a vida é um acúmulo de sensações e emoções.

Primeiro Ano (2018)
Primeiro Ano (2018)

Onde assistir Primeiro Ano (2018)?

  • Streaming: Prime Video
  • Aluguel e Compra: YouTube | Apple TV

Sinopse de Primeiro Ano (2018)

Antoine começa seu primeiro ano de medicina pela terceira vez. Benjamin chega diretamente do ensino médio, mas ele rapidamente percebe que não terá uma jornada tranquila. Em um ambiente altamente competitivo, com aulas e noites difíceis dedicadas a revisões e estudo em vez de festas, os dois alunos precisam trabalhar duro para encontrar o equilíbrio entre as dificuldades de hoje e as expectativas de amanhã.

Nota Cinema e Séries: ★★★½

Título Original: Première année
Ano Lançamento: 2018 (França)
Dir: Thomas Lilti

Elenco: Vincent Lacoste, William Lebghil, Michel Lerousseau, Darina Al Joundi, Benoît Di Marco, Graziella Delerm, Guillaume Clérice

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Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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