Desde que tive a oportunidade de ver as primeiras notícias sobre uma possível continuação de ‘300’, eu me perguntava se seria realmente necessário entrarmos de novo naquele universo. Mesmo achando que Zack Snyder é um diretor superestimado por Hollywood, tenho que concordar que sua adaptação para os quadrinhos de Frank Miller foi irretocável.
Esperto como só ele, Snyder resolveu sair da direção e apenas produzir ‘300 – A Ascensão do Império’, jogando a responsabilidade nas mãos do pouco conhecido e pouco talentoso Noam Murro (Vivendo e Aprendendo). Então o filme começa e Xerxes apenas passa entre uma cena e outra como se fosse um coadjuvante qualquer, sem contar que sua história não tem aprofundamento algum.
Comparativamente, este roteiro fica devendo em relação aos discursos potentes, que faziam não só as tropas espartanas, como todos os espectadores urrarem antes das épicas batalhas – os atenienses parecem apenas um bando de amadores. Por conta disso, da estratégia quase inexistente e pelo pouco carismático Sullivan Stapleton (Caça aos Gangsteres), há um emburrecimento maciço por todos os lados.
Logo após a morte de seu pai pelo ateniense Temístocles, Xerxes transforma-se em um semi-deus e parte com suas tropas em direção à Grécia. Vindos do mar, as tropas persas, lideradas por Artemisia farão de tudo para destruir o exército grego, liderado pelo mesmo Temístocles.
A grande sacada é começarem a história antes da jornada de Leônidas, passar rapidamente pela batalha nas Termópilas e ainda inserir a visão de outro povo. Eva Green (007 – Cassino Royale) que vive Artemisia, agrada pela beleza e por certos diálogos, mas se colocarmos na balança há uma severa perda de qualidade narrativa. Não contente, a produtora inventa um final aberto para outra sequencia e onde quer que esteja, Leônidas deve estar revirando-se em seu ‘túmulo’.
Título Original: 300: Rise of an Empire
Ano Lançamento: 2014 (Estados Unidos)
Dir: Noam Murro
Elenco: Sullivan Stapleton,• Eva Green, Rodrigo Santoro, Callan Mulvey, Lena Headey, Jack O’Connell, David Wenham, Scott Burn
ORÇAMENTO: 110 Milhões de Dólares
NOTA: 4,0