Críticas Premiações

TRAPAÇA

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‘Trapaça’ tem lá suas qualidades, como a trilha sonora muito bem escolhida e o exagero dos figurinos dos anos 70 – que já haviam sido explorados em ‘Boogie Nights, por exemplo –, mas é um filme sem alma e com uma direção tão farsesca quanto seus personagens se propõem a ser.

A esperteza de David O. Russell em escolher os atores mais ‘descolados’ da atualidade para protagonizar sua obra dá consistência na hora da votação da Academia. Amy Adams (O Homem de Aço) e seus decotes generosos, além do talento dramático, agradam, mas Sandra Bullock a coloca ‘no chinelo’ em ‘Gravidade’. Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes – Em Chamas) está divina, como sempre, mas será que valeria outra indicação? Christian Bale (Batman Begins) e sua barriga flácida é apenas uma caricatura de diversas personas já vistas no cinema e Bradley Cooper (Se Beber, Não Case), ao menos tenta se reinventar.

Para se ter uma ideia de como as mais de duas horas demoraram a passar, quando o clímax chegou, eu estava tão cansado que não fez muita diferença e não me importei com ninguém em cena. O ritmo não linear imposto por Russell em sua narrativa – sem contar os offs, que aparecem em momentos inoportunos – é bagunçado e tendencioso.

Irving e Sydney são excelentes trambiqueiros que trabalham juntos. Pegos pelo FBI, eles terão que ajudar os agentes a prender os mafiosos que assolam o país – até um candidato é suspeito. Mas quando surge a esposa de Irving para atrapalhar os planos, todo plano pode ir por água abaixo.

Se ‘O Vencedor’ tinha uma carga dramática interessante, ajudado muito pela experiência de Melissa Leo, e ‘O Lado Bom da Vida’ era engraçadinho e exalava química entre os protagonistas, neste seu novo projeto o diretor erra a mão e apenas copia e cola tudo o que acha ‘uma brasa mora’ nos filmes daquela década.

Título Original: American Hustle
Ano Lançamento: 2013 (Estados Unidos)
Dir: David O. Russell
Elenco: Jennifer Lawrence, Amy Adams, Christian Bale, Robert De Niro, Bradley Cooper, Jeremy Renner, Jack Huston, Michael Peña, Elisabeth Röhm

ORÇAMENTO: 40 Milhões Dólares
NOTA: 6,0

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