Críticas

Um Lobisomem Americano em Londres | Resenha | Vale a pena assistir?

Um Lobisomem Americano em Londres completará, em 2026, 45 anos de seu lançamento e continua tão inovador e atual quanto naquela época. Mas falaremos disso em breve. Antes, preciso citar que arrecadou mais de US$ 30 milhões nas bilheterias, contra US$ 6 milhões de seu orçamento e ganhou uma sequência 16 anos depois, intitulada Um Lobisomem Americano em Paris.

Essa era uma daquelas heresias cinéfilas, pois nunca havia assistido, mesmo sabendo de sua relevância, principalmente no que diz respeito a efeitos práticos/especiais. O diretor John Landis havia trabalhado em grandes marcas, como: Direct TV, Taco Bell, Coca Cola, Pepsi, Kellogg’s e Disney e, por isso, compreendemos sua expertise em fazer tanto com tão pouco – o homem foi forjado pelos comerciais de TV, pelos prazos apertados e, claro, por orçamentos que, muitas vezes, eram menores do que queria.

Ele escolhei a dupla David Naughton e Griffin Dunne para viver os viajantes David Kessler e Jack Goodman, respectivamente. Ambos são americanos numa terra desconhecida, ou seja, Londres, mas são sumariamente expulsos de um bar – as diferenças culturais, muitas vezes, são levadas até as últimas consequências, mas mal sabiam eles que isso resultaria num terror sem igual.

As atuações e o tom cômico de Um Lobisomem Americano em Londres

E qual o problema de diretores que vêm de comerciais de TV? Muitas vezes pecam no comando dramático. A dupla Naughton e Dunne (debaixo de uma belíssima maquiagem, que se deteriora com o passar dos minutos), apesar de terem seus momentos para brilhar, não entregam tanto quanto poderiam e, por exemplo, a paixão entre David Kessler e a enfermeira Alex Price não convence por ser apressada.

Em contrapartida, não esperava o tom cômico, como na passagem onde Kessler, nu dentro de um zoológico, rouba as bexigas de um garotinho para tampar suas partes íntimas. É algo sutil, mas inserido perfeitamente por Landis que tem em sua filmografia Os Irmãos Cara de Pau (1980) e Um Príncipe em Nova York (1988).

Agora, sim: vamos falar dos efeitos e maquiagem de Um Lobisomem Americano em Londres

Depois que os créditos subiram, fiquei pensando sobre quais os filmes atuais conseguem ser melhores, nos quesitos efeitos práticos/especiais e maquiagem de Um Lobisomem Americano em Londres. A resposta: poucos. A primeira transformação do protagonista no monstro é feito às claras – o responsável Rick Baker não usa a escuridão para ‘maquiar’ os defeitos.

As mãos aumentando, a mandíbula indo para frente, os ossos da coluna e as orelhas ficando protuberantes. É um deleite não só para os fãs de terror, mas para os cinéfilos de um modo geral. Há sangue, há espaço para homenagens aos clássicos – um monstro matando pessoas dentro de uma sala de cinema é muito metalinguístico – e toda a violência apresentada provam que, apesar dos pequenos deslizes, é uma obra prima que deve ser vista e revista.

Um Lobisomem Americano em Londres
Um Lobisomem Americano em Londres

Onde assistir Um Lobisomem Americano em Londres

Sinopse de Um Lobisomem Americano em Londres

Numa viagem à Inglaterra, dois amigos americanos são atacados por uma criatura. Um deles sobrevive, mas enfrenta as consequências sobrenaturais desse ataque.

Nota: ★★★★

Título Original: An American Werewolf in London
Ano Lançamento: 1981 (Estados Unidos | Reino Unido)
Dir: John Landis
Elenco: David Naughton, Jenny Agutter, Griffin Dunne, David Schofield, John Woodvine, Lila Kaye, Brian Glover, Anne-Marie Davies, Frank Oz

Curiosidades de Um Lobisomem Americano em Londres

1- A falta de reconhecimento por O Homem Elefante (1980) levou o Oscar a criar a categoria de Melhor Maquiagem, em 1981. Rick Baker foi o primeiro vencedor com Um Lobisomem Americano em Londres.

2- David Naughton correu nu de verdade no Zoológico de Londres e, só depois, descobriu que o local estava aberto ao público – os “figurantes” eram visitantes reais!

3- Naughton foi escolhido por John Landis após um comercial do Dr. Pepper, mas perdeu o contrato com a marca após as cenas de nudez no longa.

4- Rick Baker trabalhou por meses na cena de transformação. Para sua surpresa, Landis usou apenas 7 segundos do material — mas foi o suficiente para impressionar o público.

5- Landis teve a ideia do roteiro após ver um funeral cigano durante as filmagens na Iugoslávia, onde o corpo era enterrado cercado de alho para não ressuscitar.

6- O ator Griffin Dunne quase ficou de fora por falta de permissão de trabalho. Landis ameaçou mudar o título e o local do filme para Paris se ele não fosse aprovado.

7- Apesar do tom cômico, Landis quis que a violência fosse crua e realista, inspirando-se no terror dos anos 1940, onde o lobisomem era retratado como uma vítima trágica.

8- O visual do lobisomem foi baseado em Bosco, o cachorro de Rick Baker, um keeshond.

9- Na sequência do pesadelo, Rick Baker faz uma participação como um dos lobisomens nazistas — ele é o que corta a garganta de David.

10- Landis escolheu Londres por ser o “berço do terror”, lar de Jack – o Estripador, Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Mas também quis mostrar a Londres real dos anos 1980.

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Eder Pessoa

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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