Connect with us

Críticas

Superman de James Gunn | Crítica | Vale a pena assistir?

Published

on

Estreias na HBO Max de 17 a 20 de setembro

Nosso redator João Aranda adorou Superman de James Gunn e, caso queira, é possível conferir o texto dele AQUI. Eu demorei para assistir ao longa metragem que reinicia esse universo da DC e que conta, agora, com David Corenswet na pele do super-herói, Nicholas Hoult como o vilão Lex Luthor e Rachel Brosnahan como Louis Lane.

Contudo, como puderam verificar no título, eu não curti tanto. Primeiramente, esperava que James Gunn criasse algo mais corajoso e equilibrado – hora temos uma batalha onde vemos uma mão ser quebrada e na outra parece estarmos assistindo a um desenho animado. E tem mais: há um momento onde Luthor mostra supostos indícios de que Superman tentaria dominar o planeta Terra e, do nada, as pessoas se viram contra o herói – de um segundo para o outro.

Mas nem tudo é desastre, já que Nicholas Hoult é um ator e tanto e consegue criar um vilão megalomaníaco o suficiente para nos divertir, assim como Brosnahan e seu timing cômico impecável. E já quero colocar o nome do meu próximo cachorro de Krypto, porque é impossível não dar uma boa risada com o caos que ele causa sempre que aparece – e ele salva seu ‘quase tutor’ da morte em, pelo menos, duas ocasiões.

Superman de James Gunn não é um filme de origem… ainda bem!

É ótimo não ter um novo ‘filme de origem’ porque, cá entre nós, todos sabemos a história de Superman e de Clark Kent. Mas que tal tirar alguns coadjuvantes que não têm função alguma na trama e deixar o corte final com uma hora e quarenta? Escolheram os três heróis para a Gangue da Justiça, mas qualquer outro poderia entrar ali, pois não faria diferença.

E precisamos mesmo de um vilão que tenha como plano máximo a megalomania de tentar destruir o mundo? Depois de Killmonger em Pantera Negra e Coringa em Batman – O Cavaleiro das Trevas, por exemplo, não consigo ‘comprar o barulho’ de Luthor no terço final. Em contrapartida, há certos takes de comédia que nos fazem lembrar que o diretor é James Gunn – a cena de Clark e Louis conversando sobre a relação amorosa e os outros heróis, ao fundo, lutando contra um monstro ao fundo, me fez dar boas risadas.

Advertisement

Entre uma narrativa infantil e takes mais adultos, entre um protagonista que não cativa e um vídeo onde gravado por Jor-El e Lara Van-El, dizendo para o filho dominar o mundo (fugindo – e muito – do que é visto nas HQs), Superman de James Gunn não diz a que veio, como grande parte dos projetos de super heróis, seja da Marvel ou da DC, nos dias atuais. Queria ter gostado, mas não deu.

Superman de James Gunn
Superman de James Gunn

Onde assistir a Superman de James Gunn

O filme está disponível em todas as redes de cinema do Brasil

Sinopse de Superman de James Gunn

Colocado contra a opinião pública por interferir diretamente em assuntos humanos, Superman deve embarcar em uma jornada para desmascarar o vilão Lex Luthor e tentar reconciliar sua herança kryptoniana à sua criação terrestre.

Nota: ★★★

Título Original: Superman
Ano Lançamento: 2025
Dir.: James Gunn
Elenco: David Corenswet, Nicholas Hoult, Rachel Brosnahan, Skyler Gisondo, Edi Gathegi, Nathan Fillion e Isabela Merced

Curiosidades de Superman de James Gunn

  • O nome completo do personagem Otis Berg, da equipe Luthorcorp, é uma referência à “Otisburg”, imaginada pelo atrapalhado Otis (Ned Beatty) em Superman: O Filme (1978).
  • Um dos motivos de crítica em Superman – O Retorno (2006) foi a escalação de Kate Bosworth como Lois Lane, considerada jovem demais para o papel. Para evitar isso no novo filme, James Gunn escalou Rachel Brosnahan, mais experiente.
  • Os mapas do centro de Metrópolis usados no set trazem nomes de ruas que homenageiam lendas da franquia, como Christopher Reeve, Margot Kidder, Richard Donner, Alan Moore, John Byrne e Grant Morrison.
  • A nova Fortaleza da Solidão foi construída praticamente sem uso de CGI. Foram criados 242 cristais reais com resina para o set, e os exteriores foram filmados em Svalbard, na Noruega.
  • Em Superman de James Gunn foi priorizado a química entre os protagonistas. Tanto que David Corenswet se surpreendeu com uma fala de Rachel Brosnahan durante uma cena, reagindo de forma espontânea e xingando-a no improviso — o que foi mantido no corte final.
  • A sede da “Gangue da Justiça” no novo filme é visualmente idêntica ao Salão da Justiça da série animada Super Amigos (1973–1985).
  • Gunn se inspirou em Godzilla Minus One (2023) para mesclar ação e drama humano no novo filme do Superman.
  • Uma cena mostra Lois Lane despejando muito açúcar no café, em referência direta à interpretação de Margot Kidder no filme de 1978.
  • O Superman de Corenswet é fã da fictícia banda The Mighty Crabjoys, vista também em pôsteres na série O Pacificador.
  • Isabela Merced gravou simultaneamente Superman de James Gunn e The Last of Us, viajando entre os sets constantemente.
  • David Corenswet é o ator mais alto a interpretar o Superman, com 1,93 m, empatando com Christopher Reeve.
  • A primeira aparição em live-action de Sr. Incrível, Mulher-Gavião, Metamorfo, Krypto e Cat Grant.
  • O traje do Superman de James Gunn volta a ter a clássica sunga vermelha. A roupa também combina elementos dos Novos 52, como a gola alta.
  • A atriz Sara Sampaio interpreta Eve Teschmacher, personagem originada fora dos quadrinhos, no filme de 1978, antes da criação da famosa Mercy Graves.
  • Nicholas Hoult, que interpreta Lex Luthor, se inspirou em versões anteriores do personagem e em momentos dos quadrinhos, especialmente All-Star Superman.
  • Anteriormente, a ideia é que o título do filme fosse Superman: Legacy.

Críticas

A Longa Marcha – Caminhe ou Morra | Resenha | Vale a pena assistir?

Published

on

a longa marcha topo

Antes de qualquer coisa, preciso comentar que não li o livro que serve como base para A Longa Marcha – Caminhe ou Morra. Stephen King é um dos autores mais longevos e geniais das últimas décadas, criando obras primas como O Iluminado, Christine – O Carro Assassino e It – A Coisa, só para citar alguns. O interessante é que, neste caso, a produtora investiu num título de menor expressão e um elenco pouquíssimo conhecido.

Ok… Mark Hamill, o Luke Skywalker de Star Wars, está lá como o temido Major. De resto, David Jonsson (Alien – Romulus) e Cooper Hoffman (Licorine Pizza) são os destaques desta distopia dirigida por Francis Lawrence (Jogos Vorazes – A Esperança – O Final e Constantine) e dividem o protagonismo. Porém, os coadjuvantes ajudam a moldar aquele universo e aqueles personagens – destaques positivos para Bem Wang e Charlie Plummer.

A ideia é a seguinte: 50 jovens deve caminhar a um pace de, no mínimo, 4,8 km/h. Se sofrerem 4 advertências, eles morrerão. Isso abre espaço para a criação de bons diálogos e o desenvolvimento de amizades, rivalidades, traumas de vida e todos os pormenores que jovens dentro de uma sociedade desestruturada podem ter. Ao longo de 100 minutos, há certas repetições que são compreensíveis e que não atrapalha o andamento.

E é curioso que o projeto tenha saído nos cinemas justamente agora. Em nosso mundo, grandes nichos utilizam da fé alheia como desculpa para fazer todo tipo de atrocidade – desde perseguição às minorias, passando pela desestruturação da cultura como forma de ampliação de conhecimento, chegando a negativa da ciência. Isso, por si só, é louvável.

A Longa Marcha – Caminhe ou Morra e a violência crua

Com classificação indicativa para maiores de 18 anos aqui no Brasil, A Longa Marcha – Caminhe ou Morra pôde proporcionar ao espectador imagens cruas. A mixagem e edição de som na hora dos tiros, assim como os efeitos práticos das mortes, propriamente ditas, me pegaram de surpresa, até porque não tinha visto nenhum trailer antes da sessão.

Advertisement

E, com isso, precisamos esmiuçar mais a figura do Major. Hamill cria uma caricatura que se aproxima muito de algumas figuras conhecidas. Pense em Platoon, onde vemos jovens despreparados, que não sabem se voltarão para suas casas e, agora, crie esse universo onde esses garotos vão caminhar e, o último, poderá pedir o que bem entender. Ambos os filmes estão bem próximos – tirando as devidas proporções e A Longa Marca se refere ao futuro das próximas gerações como algo assustador e que, apesar de todas as ‘facilidades’ modernas, precisa fazer qualquer coisa para conquistar seu lugar ao sol.

Nem todos serão vilões, mas é preciso encontrar aquela ‘luz no fim do túnel’, para que esta jornada não se transforme numa cansativa rotina, rumo a lugar nenhum.

A Longa Marcha - Caminhe ou Morra
A Longa Marcha – Caminhe ou Morra

Onde assistir A Longa Marcha – Caminhe ou Morra

O filme está nos cinemas de todo Brasil.

Sinopse de A Longa Marcha – Caminhe ou Morra

Um grupo de adolescentes participa de um concurso anual conhecido como “The Long Walk”, no qual eles devem manter uma certa velocidade de caminhada ou levar um tiro.

Nota: ★★★★

Título Original: The Long Walk
Ano Lançamento: 2025 (Estados Unidos)
Dir: Francis Lawrence
Elenco: Cooper Hoffman, David Jonsson, Garrett Wareing, Tut Nyuot, Charlie Plummer, Ben Wang, Jordan Gonzalez, Joshua Odjick, Mark Hamill

Curiosidades em A Longa Marcha – Caminhe ou Morra

1- Cooper Hoffman revelou que o elenco caminhava, aproximadamente, 24 km sob o sol escaldante de Winnipeg, no Canadá.

Advertisement

2- Stephen King disse que não foi intencional, mas reconhece que o livro pode ser visto como uma crítica à Guerra do Vietnã.

3- Em 30 de agosto de 2025, a Lionsgate promoveu uma sessão especial onde os espectadores precisaram caminhar em esteiras a 3 mph durante toda a exibição do filme — quem parasse, era retirado da sala.

4- O elenco se reunia toda sexta-feira após as gravações para tomar sorvete na Dairy Queen, como forma de aliviar o calor intenso e a pressão física do set.

5- Hoffman revelou que sua atuação foi influenciada por sua experiência pessoal de perda, usando sua dor para trazer autenticidade ao personagem.

6- David Jonsson e outros atores evitaram interações com Mark Hamill no set de A Longa Marcha – Caminhe ou Morra para manter a separação emocional entre os personagens e o antagonista.

Advertisement

7- No livro, onde King usa o pseudônimo de Richard Bachman, os participantes andam a 4 mph, mas no filme isso foi ajustado para 3 mph a pedido do próprio King, que achava a velocidade original “irrealista”.

8- Mark Hamill considera o Major como seu personagem mais cruel de todos os tempos, dizendo que isso foi justamente o que o atraiu para o papel.

9- Quando soube que Cooper Hoffman preferia não conhecê-lo antes das gravações, Hamill cancelou um evento social com o elenco para respeitar o processo criativo.

10- A Longa Marcha – Caminhe ou Morra é uma das quatro adaptações de King lançadas em 2025, junto com O Sobrevivente, O Macaco e A Vida de Chuck.

11- King resolveu usar o pseudônimo de Richard Bachman quando construísse projetos mais dramáticos. Outros livros com este nome, são: Rage, A Auto-estrada e Blaze

Advertisement

12- Os soldados no filme usam uniformes verdes e rifles M16 antigos, condizentes com a época original de publicação do livro (1979).

13- No livro são 100 participantes, mas no filme o número foi reduzido para 50 — um de cada estado dos EUA.

14- Em todas as cenas de A Longa Marcha – Caminhe ou Morra, o personagem do Major mantém seus óculos aviadores — seus olhos nunca são revelados.

15- Embora os personagens Garraty e McVries tenham 16 anos no livro, os atores Cooper Hoffman e David Jonsson tinham 22 e 31 anos durante as gravações.

Advertisement
Continue Reading

Críticas

Invocação do Mal 4 – O Último Ritual | Resenha | Vale a pena assistir?

Published

on

invocacao do mal 4 topo

Depois de uma terceira parte bastante criticada e esquecível, Invocação do Mal 4 – O Último Ritual chega como uma tentativa clara da Warner Bros. e da equipe criativa por trás do “Invocaverso” de encerrar a saga principal com dignidade. A boa notícia é que consegue ser melhor do que seu antecessor — o que, convenhamos, não é uma tarefa tão difícil assim —, mas ainda fica distante do impacto e originalidade do primeiro Invocação do Mal, de 2013, dirigido por James Wan.

O retorno de Michael Chaves à cadeira de diretor pode causar desconfiança entre os fãs mais exigentes. Afinal, seu histórico na franquia — incluindo A Maldição da Chorona e Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio — está longe de ser irretocável. Mas aqui, com uma história que resgata elementos clássicos de possessão e ambientações familiares para a saga, Chaves, ao menos, se mantem dentro de uma zona de conforto. Sim, O Último Ritual não reinventa nada, mas pelo menos diverte — principalmente para quem busca aquele “terrorzão de shopping center”.

O maior trunfo de Invocação do Mal 4 – O Último Ritual são os protagonistas

O maior trunfo do longa continua sendo a química impecável entre Vera Farmiga e Patrick Wilson. São eles que seguram as rédeas mesmo quando o roteiro derrapa em escolhas preguiçosas ou repetições.

A estratégia de marketing que divulga este como “o último caso dos Warren” ajuda a criar uma expectativa de fechamento épico, mas, sejamos sinceros, essa promessa soa mais como um artifício comercial do que uma decisão definitiva. O estúdio dificilmente deixará uma franquia milionária descansar por muito tempo — um reboot, spin-off ou prequel é quase certo.

Dois arcos que se fecham entre si

Narrativamente, Invocação do Mal 4 – O Último Ritual se divide entre dois arcos principais. O primeiro acompanha uma nova família que começa a vivenciar manifestações demoníacas e eventos inexplicáveis. O segundo segue Ed e Lorraine, já mais envelhecidos e saindo da aposentadoria para tentar desvendar a origem desses distúrbios, enquanto lidam com questões pessoais — incluindo a crescente sensibilidade mediúnica da filha Judy (interpretada por Mia Tomlinson), que agora assume um papel mais ativo na história.

Advertisement

Essa tentativa de trazer um elo emocional mais forte funciona até certo ponto, mas falta fôlego ao roteiro para transformá-la em algo que o espectador se importe.

Novas entidades, mesma fórmula

Um dos principais problemas está nas entidades demoníacas. Não há identidade visual forte, tampouco personalidade marcante – o homem com o machado ou a velha são genéricos e parecem ter saído de qualquer trasheira por aí. Ah… e tem mais: quando voltamos a ver a entidade que possuiu Annabelle assombrando Judy Warren, o sentimento é de cansaço criativo.

Em contrapartida, Lorraine aparece mais fragilizada, Ed precisa lidar com problemas de saúde – que foi visto no filme anterior – e ambos se mostram conscientes de que esse pode ser seu último caso juntos. Tudo isso ajuda na conexão emocional com o público e, portanto, se o roteiro tivesse investido mais nisso, talvez o encerramento da saga principal tivesse ganhado um peso maior.

Mais um adeus que não parece final

A trilha sonora continua fazendo seu trabalho, pontuando os momentos de tensão com ruídos dissonantes e acordes agudos. No entanto, falta aquele momento realmente memorável, aquele susto ou sequência que gruda na mente do espectador por dias.

No fim das contas, Invocação do Mal 4 – O Último Ritual funciona como um fecho digno para uma franquia que começou reinventando o terror mainstream e terminou apenas cumprindo tabela. Ele diverte, tem bons momentos de atuação e entrega um clímax que pode (ou não) satisfazer os fãs.

Advertisement

No trecho final, James Wan, com seu cabelo espetado e cheio de gel, aparece num certo casamento. Aquele look não existiria na década de 1980 e, comparativamente, essa estranheza pode ser um comparativo e tanto para o que era e o que se transformou essa saga.

Invocação do Mal 4 - O Último Ritual
Invocação do Mal 4 – O Último Ritual

Onde assistir Invocação do Mal 4 – O Último Ritual

O filme está nos cinemas de todo Brasil.

Sinopse de Invocação do Mal 4 – O Último Ritual

Arne Cheyenne Johnson esfaqueia e mata seu senhorio, alegando estar possuído por um demônio, enquanto Ed e Lorraine Warren investigam o caso e tentam provar sua inocência.

Nota: ★★½

Título Original: The Conjuring: Last Rites
Ano Lançamento: 2025 (Estados Unidos)
Dir: Michael Chaves
Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Mia Tomlinson, Bem Hardy, Steve Coulter, Rebecca Calder, Elliot Cowan, Beau Gadsdon

Curiosidades de Invocação do Mal 4 – O Último Ritual

1- Este é declarado como o último filme da franquia com os personagens Ed e Lorraine Warren.

2- A história da família Smurl esteve, anteriormente, no telefilme A Casa das Almas Perdidas (1991).

Advertisement

3- A atriz Mia Tomlinson substituiu Sterling Jerins como Judy Warren, já que a personagem precisava parecer mais velha. Jerins, com 21 anos, ainda aparentava ser adolescente.

4- O filme arrecadou US$ 194 milhões no fim de semana de estreia, ultrapassando It – A Coisa (2017) como a maior estreia de um filme de terror.

5- O filme mais longo da franquia.

6- Segundo fontes, um exorcista foi designado ao caso Smurl por Joseph Ratzinger, que mais tarde se tornaria o Papa Bento XVI.

7- No quarto de Heather há um pôster da banda Queen. Coincidentemente, o ator Ben Hardy (Tony Spera) interpretou Roger Taylor (baterista da banda) no filme Bohemian Rhapsody (2018).

Advertisement

8- O demônio que assombra os Smurls seria um succubus, criatura folclórica feminina que seduz homens em sonhos.

9- Pela casa dos Warren, aparecem letras que formam a palavra “Valak”.

10- Este é o primeiro filme principal da franquia sem trilha de Joseph Bishara.

Continue Reading

Críticas

Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio | Resenha | Vale a pena assistir?

Published

on

invocacao do mal 3 topo

Após o estrondoso sucesso de Invocação do Mal (2013) e sua excelente sequência em 2016, a franquia firmou-se como um dos pilares do terror moderno. Entre acertos pontuais (citados acima) e tropeços evidentes (A Freira, A Maldição da Chorona), o universo conseguiu o que poucos conseguiram: unir bilheteria, reconhecimento de marca e um público fiel ao terror sobrenatural.

Chegando ao seu terceiro capítulo principal, Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio levanta uma questão inevitável: será que a essência da franquia sobreviveria sem James Wan na direção? A resposta, infelizmente, não é tão animadora.

O novo comando e a perda de identidade de Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio

Michael Chaves assume o comando neste novo episódio. Desde os primeiros minutos, é visível o esforço em emular o estilo de James Wan – com planos que percorrem os ambientes de maneira suave, câmeras em movimento contínuo e uma atmosfera carregada de tensão. Mas a tentativa soa mais como uma imitação do que como uma continuação criativa.

A fórmula continua ali: casa assombrada, entidade demoníaca, família em perigo e os Warrens chegando para salvar o dia… Mas premeditamos, logo nesses primeiros momentos, os pontos onde os sustos virão.

Sustos baratos e vilões esquecíveis

Um dos maiores problemas de Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio está na forma como o terror é apresentado. Enquanto os filmes anteriores nos deram figuras icônicas como Annabelle e Valak (a Freira), aqui os “fantasmas” e “entidades” são genéricos, visualmente esquecíveis e mal desenvolvidos. Os sustos, em sua maioria, vêm por meio de jump scares baratos.

Advertisement

A fotografia é, em muito casos, escuro — um recurso comum em filmes de baixo orçamento para mascarar efeitos visuais fracos. O que dizer, por exemplo, da cena de possessão do primeiro ato? O garoto em CGi – que não tem textura – se contorce todo e a gente fica esperando quando iremos nos empolgar.

A tentativa de se reinventar pela investigação

Um ponto que chama a atenção — ao menos conceitualmente — é a tentativa do roteiro de mudar o foco do terror de casa mal-assombrada para um caso investigativo com base em fatos reais. Inspirado no julgamento de Arne Cheyenne Johnson, que alegou estar possuído ao cometer um assassinato, segue-se, ás vezes, uma linha semelhante à de O Exorcismo de Emily Rose (2005), misturando terror com drama investigativo – onde, pontualmente, temos acertos.

A força de Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio está nos Warren — mais uma vez

Apesar dos tropeços narrativos e estéticos, Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio ainda se apoia na força carismática do casal Ed e Lorraine Warren, interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga.

Aqui, vemos um lado mais humano da dupla, especialmente Ed, que enfrenta problemas de saúde. Essa humanização dos personagens traz uma camada emocional interessante e necessária — o roteiro diz para o espectador: ‘eles não são super-heróis, apenas humanos’.

A relação dos Warren, mesmo em meio a forças malignas, ainda é o que sustenta emocionalmente o espectador. E talvez seja isso que justifique a fidelidade do público à série.

Advertisement

Sucesso comercial, mas sinais de desgaste

Com um orçamento estimado em US$ 39 milhões, A Ordem do Demônio faturou cerca de US$ 206 milhões no mundo todo — um ótimo resultado para os padrões do gênero. No entanto, ficou longe dos US$ 321 milhões alcançados por Invocação do Mal 2. Isso acende um alerta: será que o público está começando a se cansar da fórmula?

A resposta pode estar no quarto capítulo da saga, que está nos cinemas. Mas isso é assunto para um próximo texto.

Invocação do Mal 3 -A Ordem do Demônio
Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio

Onde assistir Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio

  • Stream: HBO Max
  • Aluguel e compra: Google Play Filmes

Sinopse de Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio

Arne Cheyenne Johnson esfaqueia e mata seu senhorio, alegando estar possuído por um demônio, enquanto Ed e Lorraine Warren investigam o caso e tentam provar sua inocência.

Nota: ★★½

Título Original: The Conjuring: The Devil Made Me Do It
Ano Lançamento: 2021 (Estados Unidos)
Dir: Michael Chaves
Elenco:Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O’Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, John Noble, Eugenie Bondurant, Shannon Kook

Curiosidades de Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio

1- A verdadeira Lorraine Warren faleceu de causas naturais aos 92 anos em 18 de abril de 2019. Ela foi consultora em todos os filmes da série.

2- O título original do filme seria apenas The Conjuring 3, mas foi alterado para The Devil Made Me Do It (“A Ordem do Demônio”) como referência direta ao julgamento real de Arne Cheyenne Johnson, em 1981 — o primeiro caso nos EUA em que a defesa alegou possessão demoníaca.

Advertisement

3- Logo no início de Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio (por volta dos 3 minutos), há uma cena em que o Padre Gordon chega de táxi. O enquadramento presta uma homenagem visual clara ao clássico O Exorcista.

4- James Wan revelou que o objetivo com Invocação do Mal 3 era sair do tradicional cenário de casas mal-assombradas.

5- Quando o Padre Kastner diz que mantém objetos demoníacos trancados “como se fossem armas“, Ed e Lorraine trocam um olhar significativo. Essa é uma referência direta à mesma frase dita por Ed no primeiro Invocação do Mal (2013), ao apresentar a sala de artefatos amaldiçoados.

6- Lorraine recebe flores que ela diz serem da “família Perron” — a mesma família ajudada pelos Warren no primeiro filme da franquia. Um pequeno easter egg para os fãs atentos.

7- Sterling Jerins reprisa seu papel como Judy Warren, filha de Ed e Lorraine. Ela apareceu nos dois primeiros filmes e retorna aqui interpretando uma Judy mais velha.

Advertisement

8- O verdadeiro David Glatzell, cuja suposta possessão inicia os eventos do filme, atuou como consultor junto com seu irmão Carl Glatzel Jr. (que, curiosamente, não foi retratado no longa).

9- Em uma cena por volta dos 13 minutos, é possível ver uma pequena figura de uma freira escondida entre blocos de concreto no quarto de Arne.

10- Por conta da pandemia de Covid-19, Invocação do Mal 3 foi lançado simultaneamente nos cinemas e na plataforma HBO Max em 4 de junho de 2021.

Continue Reading

Trending

Você não pode copiar o conteúdo desta página

GeraLinks - Agregador de links Trends Tops - Trending topics À toa na net