“Já sei o que está se perguntando: será que a arma dele tem 5 ou 6 tiros? Mas na verdade, quando você enfrenta uma Magnum 357, a arma mais potente do mundo, não é isto o que deveria se perguntar. O que deveria se perguntar é: eu estou com sorte hoje?”
‘Perseguidor Implacável’ ou ‘Dirty Harry’ no original é um filme policial cru, que expõe questões sociais pertinentes ainda hoje, como o descontentamento salarial daqueles profissionais que arriscam suas vidas por míseros trocados no fim do mês e os direitos humanos que vez ou outra mais atrapalham que ajudam.
Temos San Francisco decadente, quase como uma cidade sem lei, transformando assim o roteiro em um faroeste urbano e ninguém menos que Clint Eastwood e sua cara de poucos amigos para protagonizar tal projeto. “Entendo agora por que me chamam de Dirty Harry? Eles só me dão serviços sujos”.
Atrás das câmeras, Don Siegel têm um vasto repertório de ângulos, como na sequência dentro do campo de futebol americano, e dirige as cenas de tiroteio com genialidade – Michael Mann deve ter visto ‘Perseguição Implacável’ inúmeras vezes –, mas ainda há o suspense, uma trilha sonora arrebatadora e grandes reviravoltas.
Somos apresentados ao inspetor Harry Callahan, que age nas ruas de San Francisco impondo sua própria lei contra os criminosos. Seu próximo trabalho será capturar um assassino que já fez diversas vítimas e ainda seqüestrou uma garotinha e quer uma quantia em dinheiro para soltá-la.
Há uma vasta construção da vida dos personagens e todas as decisões influenciam não só a pessoa em questão, mas também seus familiares. Por outro lado, o vilão é uma força da natureza e que sente prazer no sofrimento alheio, esbofeteando até uma criança, coisa totalmente impensável hoje. Se temos Jack Bauer, Jason Bourne e este novo James Bond, devemos muito ao inspetor Callahan.
Título Original: Dirty Harry
Ano Lançamento: 1971 (Estados Unidos)
Dir: Don Siegel
Elenco: Clint Eastwood, John Vernon, Harry Guardino, Reni Santoni, Andrew Robinson, John Mitchum
ORÇAMENTO: —
NOTA: 9,0