Crítica: Perfume – A História de um Assassino | Filme que deve ser redescoberto pelo público
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Crítica: Perfume – A História de um Assassino | Filme que deve ser redescoberto pelo público

Perfume - A História de um Assassino

É interessante notar como alguns bons filmes caem no esquecimento, não é mesmo? E Perfume – A História de um Assassino é um desses casos. Tirado da obra de O perfume, de Patrick Süskind, há uma mescla de ousadia, cinismo e ostentação ao longo das quase duas horas e meio de projeção e o mais incrível: pouca coisa é gratuita ou fora de contexto.

O diretor Tom Tykwer, que já havia encantando o mundo com Corra, Lola, Corra, insere closes nas narinas do protagonista (que tem um olfato apuradíssimo), fazendo com que o espectador quase sinta os cheiros daquele local tão interessante, distinto, fétido e maravilhoso que era a Paris de 1738. Note que a construção sonora, de figurino e a fotografia ajudam nesse processo grandioso.

Aliás, falando em fotografia, precisamos de um parágrafo para salientar o trabalho inacreditável de Frank Griebe, parceiro de longa data de Tykwer. A transição de cores escuras, quando temos podridão e de cores vivas para exaltar o belo, é potente, sem contar que as tomadas abertas tendem a permanecer em nossa mente por dias.

Perfume – A História de um Assassino e seu elenco

Ben Whishaw (007 – Spectre) vive o atormentado e, ao mesmo tempo, inocente Jean-Baptiste Grenouille e está perfeito. Quase não há bússola moral para ele e quando replica o perfume para seu ‘mestre’, a edição capricha em cada corte! Mas os coadjuvantes não ficam para trás, com nomes como Dustin Hoffman, Alan Rickman e a bela Rachel Hurd-Wood, desfilando talento, diálogos duros, mas passagens cínicas e até engraçadas.

É uma pena que haja passagens onde determinados objetos ou mesmo os personagens aparecem do nada em um lugar. Se a obra é pautada com um pezinho na realidade, mesmo que haja exageros embutidos aqui e ali, precisamos nos manter alinhados àquilo.

Por fim, essa é uma coprodução entre Alemanha, França e Espanha e se fosse norte-americana perderia 90% da coragem. O final arrebatador, prova que há uma fagulha de cada uma dos sete pecados capitais em cada ser humano, fechando-se, ao menos no em Perfume – A História de um Assassino, com a luxúria em grandes escalas.

Ah… e cada um, no fim das contas, sai de lá como se nada tivesse acontecido, seguindo suas vidas com suas falsas carcaças morais.

perfume a historia assassino poster

Onde assistir Perfume – A História de um Assassino?

  • O filme está disponível na Netflix.

Sinopse

Jean-Baptiste Grenouille nasceu em circunstâncias não-dignas num mercado de peixe em Paris, em 1738. Ainda muito jovem, ele percebe que tem uma refinada percepção olfativa. Depois de sobreviver às péssimas condições de trabalho numa fábrica de couros quando jovem, Grenouille torna-se um aprendiz da perfumaria de Baldino.

Ele logo supera seu mestre na arte de misturar essências, mas elas também se tornam sua obsessão, uma obsessão que o afasta da companhia humana. Possuído pela ideia de preservar aromas humanos, ele cria um método bastante controverso em busca do aroma perfeito.

Nota Cinema e Pipoca: ★★★★

Título Original: Perfume: The Story of a Murderer
Ano Lançamento: 2006 (França / Espanha / Alemanha)
Dir: Tom Tykwer
Elenco:
Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman, Rachel Hurd-Wood, Jessica Schwarz, Karoline Herfurth

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