SEMANA ALFRED HITCHCOCK
Olhar o mundo por detrás de uma câmera. Quem nunca fez isso? Ainda mais hoje em dia, com a tecnologia avançada e as facilidades para conseguirmos registrar qualquer coisa a todo momento. E como Alfred Hitchcock sempre esteve à frente de seu tempo, fez com que ‘Janela Indiscreta’ fosse mais que um suspense casual. Deu ao mundo uma espécie de antecipação do que estaria por vir.
Dentre tantos personagens presentes aqui, o espectador se depara, primeiramente, com o protagonista Jeff, um fotógrafo que sofreu um acidente e está impossibilitado de sair de seu apartamento, com isso, pega a sua câmera, senta-se em frete a janela e começa a bisbilhotar a vida alheia (uma espécie de Big Brother). É neste instante que o diretor insere os coadjuvantes, ou seja, moradores dos apartamentos vizinhos, cada um com suas características, manias e rotinas (é quase um estudo sobre a sociedade e como ela estabelece seus padrões e métodos). Aliás, esta pequena selva de pedra apresentada, também pode ser considerado um personagem importante aqui.
E se James Stewart cria nuances interessantes para Jeff, pois sente-se encarcerado dentro daquele ambiente, podemos dizer que a lindíssima Grace Kelly também é a força motriz de ‘Janela Indiscreta’, pois Lisa ultrapassa as barreiras da ‘dama em perigo’ e tem a compulsão de encontrar a verdade, tanto quanto seu namorado.
O voyeurismo em Janela Indiscreta está presente em todos os 112 minutos de projeção, mas ganha impacto com o suspense crescente visto no terceiro ato. E mesmo não tendo um vilão tão grandioso como o filme mereceria, o projeto é outra obra prima, tão marcante que ganhou uma refilmagem direta e com o mesmo título com Christopher Reeve em 1998 e outra em 2007 intitulada ‘Paranóia’, com Shia Labeouf. Infelizmente em nenhum dos casos o nome do diretor era Alfred Hitchcock.
Título Original: Rear Window
Ano Lançamento: 1954 (Estados Unidos)
Dir: Alfred Hitchcock
Elenco: James Stewart, Grace Kelly, Wendell Corey, Thelma Ritter, Raymond Burr
ORÇAMENTO: 1 Milhões de Dólares
NOTA: 9,0
Por Éder de Oliveira