Festival Cinemato agita Cuiabá com 62 filmes, Dira Paes e homenagem histórica à Amazônia
De 14 a 20 de julho, Cuiabá será palco da 22ª edição do CINEMATO – Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, um dos mais antigos festivais do Brasil, que homenageará a atriz Dira Paes. Com entrada gratuita, o evento celebra o cinema amazônico com a exibição de 62 filmes de 19 estados brasileiros e promove uma potente reflexão sob o tema “Decolonizando a Amazônia”.
A edição homenageia o cineasta Silvino Santos e destaca produções que abordam o bioma e as narrativas marginalizadas da região. A abertura contará com a exibição histórica do documentário restaurado “Amazonas, o Maior Rio do Mundo”, de Santos, com trilha sonora ao vivo.
A mostra competitiva terá 6 longas e 15 curtas-metragens em disputa pelo Troféu Coxiponé. Entre os destaques estão “Mawé”, sobre o conflito de uma jovem indígena entre tradição e cidade, e “Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta”, que mergulha no pensamento Yanomami. Já os curtas trazem nomes de diversas regiões e valorizam a diversidade estética, cultural e étnica do Brasil. O festival também contará com a Mostra Hors Concours, Cinema Paradiso (ações sociais com exibições em presídios e hospitais) e sessões em aldeias e bairros periféricos.
Encerramento com homenagem a Dira Paes
O encerramento será marcado por um momento simbólico: a atriz Dira Paes, que iniciou sua trajetória premiada no festival em 1996, retorna para entregar o Prêmio Dira Paes a uma mulher de destaque no audiovisual e em causas socioambientais. O nome da homenageada será revelado no palco do Teatro da UFMT, fortalecendo o papel do evento como um espaço de reconhecimento e resistência.
Criado em 1993, o CINEMATO se firmou como um importante projeto cultural, pedagógico e político em Mato Grosso. O festival revelou nomes como Dira Paes, Fernando Meirelles e Hilton Lacerda, e se mantém como um dos principais fomentadores do cinema nacional fora do eixo Rio-São Paulo. Com sessões gratuitas e apoio de instituições como a Cinemateca Brasileira e UFMT, a 22ª edição promete emocionar e provocar reflexões profundas sobre o Brasil que o cinema ainda precisa contar.