Críticas

Colateral, suspense visceral de Michael Mann

Colateral

Diretores de filmes respeitáveis como O Informante, Michael Mann colocou as mãos em Colateral. Uma obra complexa que moldou num tom onde dinamismo e seriedade competem-se entre si.

Quem estava cansado de ver Tom Cruise (O Último Samurai) interpretando personagens caricatos e entendiantes, com certeza se surpreenderá. Não só pelo cabelo e a barba grisalhas, mas também pelo poder frente às câmeras como vilão.

Jamie Foxx (Ray) começa tímido, mas no decorrer dos atos captura a essência imposta por Mann, transformando o taxista Max num herói de primeira – a sequência dele recuperando a lista das vítimas é de gelar a espinha.

A fotografia noturna aumenta qualquer faísca de tensão, portanto é correto dizer que a pragmática cidade de Los Angeles vira outro personagem. Diálogos precisos e tremendamente naturais, como quando Max pergunta: “Você o matou?” e Vincent retruca friamente: “Não, eu atirei nele. As balas e a queda o mataram”, estão lá intensificando a maturidade ímpar do diretor.

Mas nada estaria completo se o clímax fosse falho. Então ganhamos uma bela reviravolta, com o táxi em alta velocidade ao som de Shadow of the Sun de Audioslave, para fechar Colateral com chave de ouro. E, sem dúvida, esta é uma das melhores películas do ano e só não leva nota máxima pois seu desfecho deixa um pouco a desejar.

NOTA: 9,0
ORÇAMENTO: 60 Milhões de Dólares

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