Bolero – A Melodia Eterna | Vale a pena assistir?

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Dirigido por Anne Fontaine, Bolero – A Melodia Eterna é uma cinebiografia que mergulha na vida do compositor Maurice Ravel e nos bastidores da criação de sua obra mais célebre: o hipnótico e inesquecível Bolero. Com uma impressionante reconstrução de época e figurinos elaborados, além das locações de tirar o fôlego, o longa se destaca como um banquete visual e sonoro. No entanto, carece de um ritmo mais coeso e envolvente.

Há, ao longo da trama, uma alternância de décadas que, embora compreensível do ponto de vista dramático, também apresenta fragilidades. A direção de Anne Fontaine é cuidadosa e respeitosa, mas em alguns momentos acaba se perdendo em passagens longas demais e que não sustentam o interesse do espectador. Explico: há cenas que acabam diluídas por uma cadência arrastada, o que torna o percurso emocional do personagem mais frio do que poderia ser.

Ainda assim, é inegável o poder das atuações, sobretudo a de Raphaël Personnaz no papel de Ravel. O ator transmite com sutileza o tormento interior do compositor, sem apelar para exageros. Sua interpretação revela um homem contido, cerebral, mas ao mesmo tempo sensível às memórias que o assombram e aos sentimentos que nunca encontrou espaço para florescer plenamente. Doria Tillier como Ida Rubinstein dá uma força enigmática à personagem, enquanto Jeanne Balibar consegue a dose exata de charme, ambiguidade e melancolia.

Bolero – A Melodia Eterna e sua parte técnica impecável

Um dos pontos altos de Bolero – A Melodia Eterna é, sem dúvida, a ambientação. Os salões aristocráticos, os figurinos elegantes e os pequenos detalhes da vida cotidiana da época são recriados com primor. A fotografia aposta em tons azulados, criando uma atmosfera sofisticada que combina perfeitamente com o universo sonoro de Ravel.

Também merece destaque a abordagem delicada da sexualidade de Ravel e das suas relações, ou seja, o filme sugere muito mais do que explicita, e isso é perfeito quando notamos a figura reservada do compositor.

Para quem busca uma obra contemplativa, que valorize os aspectos visuais e históricos de um período riquíssimo da cultura europeia, Bolero – A Melodia Eterna será uma excelente escolha. Já os que esperam uma cinebiografia com maior carga dramática e um fio narrativo mais ágil podem sentir-se menos tocados. Ainda assim, esta é uma história que precisava ser contada — e, apesar de suas pausas, ressoa como uma homenagem sincera ao poder transformador da música.

Bolero - A Melodia Eterna
Bolero – A Melodia Eterna

Onde assistir Bolero – A Melodia Eterna?

  • Em breve o filme chega para aluguel e compra.

Sinopse de Bolero – A Melodia Eterna

Em 1928, nos vibrantes “anos loucos” de Paris, a coreógrafa Ida Rubinstein encomenda a Maurice Ravel a música para seu próximo balé. Enfrentando uma crise de inspiração, o compositor revisita os capítulos de sua vida – os desafios de seus primeiros anos, as marcas da Grande Guerra, o amor impossível por sua musa Misia Sert… e finalmente decide se dedicar à criação de uma obra-prima universal, o Bolero.

Nota Cinema e Pipoca: ★★★½

Título Original: Bolero
Ano Lançamento: 2024 (França)
Dir: Anne Fontaine

Elenco: Raphaël Personnaz, Doria Tillier, Jeanne Balibar

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

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